“Os efeitos da mídia estarão para sempre em mim”, Juliana Leveroni
José Roberto Luchetti Orlando

Tese de mestrado constata que a mídia impôs padrão de beleza irreal para as mulheres

José Roberto Luchetti é jornalista, escritor e sócio da DOC Press. Trabalhou nas emissoras Globo, Band e Rede Mulher, além da rádio Eldorado (atual rádio Estadão)
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Uma análise das campanhas publicitárias e atrações de entretenimento das décadas de 1980, 1990 e início dos anos 2000 chegou à conclusão de que as mulheres foram expostas a um padrão de beleza excessivamente sexualizados e comportamento irreal tanto para mães, esposas e até as mais jovens. O trabalho é da brasileira Juliana Leveroni, que mora em Orlando há mais de duas décadas, é relações públicas e, atualmente, diretora de comunicação do Experience Kissimmee para os Estados Unidos, Américas, incluindo o Brasil, Ásia e Europa.

“As mulheres são um público-alvo poderoso para a venda de produtos e serviços por meio de campanhas de mídia, elas representam grande parte dos principais tomadores de decisão em uma casa com poder de compra relevante. Apesar disso as mensagens publicitárias combinadas com a pressão social, durante anos moldaram padrões irreais de beleza e comportamento, enquanto esperavam que o público-alvo se encaixasse em um tipo de corpo ideal”, contextualiza Juliana Leveroni.

O estudo feito pela brasileira para uma tese de mestrado nos Estados Unidos avaliou detalhadamente o conteúdo de mídia disponível de revistas, catálogos de moda, anúncios e programas de TV no país. “Construiu-se uma narrativa coletiva de como uma mulher perfeita deveria ser e isso incluiu até o entretenimento transmitido pelas emissoras de televisão e filmes de cinema que só escalaram atrizes principais que eram magras e em forma”, constatou Juliana.

Para ela, décadas de conteúdo de mídia levaram a uma geração com comportamento obsessivo inconsciente para ter uma determinada aparência enquanto lutava com problemas de imagem corporal. “Foi somente nos últimos anos que o conteúdo publicitário e de entretenimento mudou sua narrativa, abrangendo mulheres de diferentes formas e tamanhos. A ideia de um corpo saudável já não está apenas associada a uma figura tonificada e magra, mas a um estilo de vida com saúde. Hoje as vozes da mudança estão garantindo um lugar melhor para as mulheres não só na América, mas em outras partes do mundo”, completa a relações púbicas.

Segundo Juliana Leveroni, evoluímos muito e nos tornamos mais inclusivos porém, ao lembrar do impacto psicológico de décadas que ainda perdura, arremata na conclusão da tese de mestrado: “ao terminar meu último biscoito Oreo e me preparar para começar uma dieta na segunda-feira, percebo que os efeitos da mídia estarão para sempre em mim, mas espero que a consciência do conteúdo tóxico a que fomos expostos por muitos anos nos ajude a curar, para que possamos ver um progresso significativo nas gerações mais saudáveis ​​que virão”, completa.

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