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( votes)Cristina Maya, do canal Vamu Ver! comenta sobre a matéria que quase 80% dos brasileiros que imigraram para Portugal voltaram em situação ainda pior
Entre os anos de 2016 e 2019, o Brasil viveu um verdadeiro êxodo de cidadãos que buscavam o “eldorado europeu” fugindo da crise econômica e política do país, imigrando para Portugal. Entretanto, o que se viu, foi o retorno de quase 80% dessas pessoas por conta da falta de planejamento para imigrar.
Cristina Maya, criadora da marca do canal Vamu Ver! tem um canal no no YouTube, com foco em viagens, analisa a manchete de uma matéria postada na imprensa, que a grande parte dos imigrantes estava irregular e voltaram para o Brasil em condições piores de quando vieram para Portugal. “Muitas vezes, as pessoas acabam esquecendo que saíram sem programação, principalmente porque estavam desesperados por não ter emprego no Brasil e acabaram chegando em outro país, encontrando um cenário totalmente diferente daquilo que imaginaram”, resume.
Outro fator que a influenciadora destaca é a falta de planejamento financeiro, especialmente em função da volatilidade do câmbio. Cristina conta na entrevista que forneceu para outro canal no YouTube, que quando imigrou para Portugal em 2018, o euro estava cotado a aproximadamente 4 reais. Em março deste ano já está valendo R$ 6,80, quase o dobro. “Vamos supor uma família com quatro membros, um casal e dois filhos, não consegue viver com R$ 10 mil em Portugal fazendo a conversão, porque tem que pagar a prestação do apartamento ou aluguel, que varia entre € 1 mil e € 1,3 mil — equivalente a R$ 6,8 mil e R$ 8,8 mil em Lisboa, por exemplo, as compras de supermercado não são baratas, há casos de pessoas que vieram naquela época, fizeram financiamento de carro e tiveram que devolver porque não conseguiram pagar”, enumera.
Cristina recomenda a quem deseja imigrar para a Europa, especialmente Portugal, fazer uma viagem de turismo primeiramente para conhecer o país e as cidades para facilitar a escolha e o planejamento. “Portugal não se resume apenas a Lisboa, Porto e Braga”, compara. Segundo ela, existem outras cidades ao Norte ou ao Sul do país que podem ser exploradas, principalmente para quem pretende imigrar com visto D7 — concedido para aposentados, pensionistas e titulares de renda passiva — que já tem uma certa estrutura e não precisa correr atrás de trabalho.
Outro aspecto que Cristina costuma falar nos vídeos do seu canal é conhecer as regras e a cultura locais, seja quando viaja como turista seja se for mudar para morar. “É preciso dançar conforme a música. Alguns brasileiros que vêm para cá, fazem coisas que não agradam aos portugueses, isso cria certa desarmonia e desilusão do povo local”, relata.
Para a influenciadora, embora a língua portuguesa seja um grande facilitador, mesmo com algumas variações vocabulares, é necessário ao brasileiro que vai imigrar saber se portar e principalmente respeitar ao cidadão português. “É claro que essas pessoas não são maioria e não se pode generalizar”, pondera.
Na opinião da influenciadora, imigração não é uma decisão a ser tomada de forma precipitada. “Há pessoas que querem sair do Brasil e não sabem para onde. Qualquer coisa que possa significar uma facilidade, elas abraçam”, critica. Para ela, é preciso conhecimento das questões sociais, geográfica e geopolítica do país para o qual pretende mudar. “Uma mudança demanda muita pesquisa, imagina uma mudança de país, de continente…”
Cristina ainda recomenda não acreditar em promessas feitas em muitos canais de vídeos. “Não acreditem em qualquer pessoa, nem em mim. Verifiquem o meu trabalho, os meus vídeos. Não compactuem com pessoas que vendem serviços e documentos porque documentação de processo de imigração é algo que não se vende. Documentos como por exemplo NIF, que é para Portugal, o que o CPF é para o Brasil são vendidos aqui – pasmem! Sabemos disso, podem abrir a Internet e poderão evidenciar isto. Desejamos medidas mais severas para essas pessoas criminosas que assim agem e que as autoridades competentes tomem as devidas medidas”, sugere.
A mantenedora do canal Vamu Ver! relata casos de brasileiros com filhos menores que pretendiam imigrar para Portugal. Fizeram contatos com um intermediário que prometeu mundos e fundos. Em um exemplo, ela conta que o marido veio primeiro, quando chegou ao local, descobriu que a moradia não era a que havia sido combinada e que iria denunciar essa pessoa à polícia, ao que o interlocutor respondeu que iria denunciá-lo como ilegal. “Se o imigrante compactua com o que está errado, ele também está errado. Nós indicamos que venham e permaneçam de forma legal”, recomenda. Se pretende auxílio com documentos e demais consultorias, sugerimos que busquem serviços de escritórios de advocacia e serviços de profissionais habilitados nessa questão imigratória, pois, infelizmente, há diversos ‘espertalhões de plantão’ que criam canais no YouTube, vendem cursinhos, comercializam documentos, enganam e iludem os que pretendem sair do Brasil. Muitas pessoas entram em contato comigo perguntando se eu faço consultorias e a resposta é não. Cuidado! Temos entrevistas no canal com advogados e profissionais sérios habilitados. Consultem.”, alerta.
A vida no exterior com o pet
Cristina Maya conta que Portugal é um país de contrastes em relação à criação de animais de estimação. Nos centros urbanos, assim como no Brasil, há pet shops que oferecem serviços inclusive em domicílio para banho e tratamento estético. E os pets são criados dentro de casa. Já em algumas zonas rurais, o cão, por exemplo, é tratado como guarda-costas da casa e fica do lado de fora passando frio numa casinha ou então deitado no chão. “Se morreu, troca, compra ou arruma outro”, lamenta.
Em relação aos tratamentos veterinários, Cristina adverte que é preciso ter uma boa reserva financeira para imprevistos pois, ao contrário do Brasil, os procedimentos não podem ser parcelados no cartão de crédito. “Um de nossos gatos teve de ser castrado e também sofreu uma intervenção cirúrgica na uretra por conta de um problema renal e de uma hora para outra gastamos mais de 5 mil reais, semanas antes de virmos para Portugal. Se tivéssemos de fazer o procedimento aqui, teríamos de pagar o procedimento inteiro na fatura”, relata.
Na opinião de Cristina, mesmo sendo alto, vale o investimento. “São nossos ‘filhos’, serão crianças eternas até a hora da morte. Estou sempre engajada pelo bem-estar animal e procuro sempre ajudar os tutores para que também consigam realizar o sonho de virem para cá e trazerem seus bichinhos de estimação. Somos felizes e faríamos tudo novamente, se possível fosse!”, finaliza.
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