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Amigas: o uso indiscriminado só faz bem à saúde

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Sobre o poder terapêutico e restaurador da amizade no universo feminino

Por Wal Reis

Viajando pelo Uruguai nas últimas férias, observei vários restaurantes e bares com pequenos banners que, traduzidos, diziam algo como “quintas-feiras de amigas: 20% de desconto”. Sim: lá, tradicionalmente, as mulheres saem exclusivamente com amigas uma noite por semana para beber, comer e conversar, falando um idioma que dificilmente os homens entendem. 

Não que o programa não aconteça em outros países, mas pelo menos lá parece que se transformou em uma espécie de instituição. E ainda acho pouco: noite de amigas deveria estar prevista em lei federal como uma questão de saúde pública. 

Ter amiga é coisa muito séria. A gente não chegaria até aqui, passando pelos percalços da adolescência, dos namoros mal resolvidos, de crises familiares e existenciais se não tivéssemos alguém enfrentando os mesmos problemas cabais que a gente. Quem, além de uma amiga, enxuga suas lágrimas enquanto te xinga de burra? Ou te acompanha pelas trilhas erradas, mesmo dizendo que o caminho não é aquele, só para não te deixar ir sozinha?

Apoio que homens, da mesma forma, precisam encontrar seus pares. Mas o problema desse grupo é que, geralmente, os papos vão ficar dentro de uma zona de conforto masculina. Irão tomar cerveja, falar de futebol, de política, de mulheres – mas não sobre o ponto de vista psicológico – e de assuntos terceiros, mas dificilmente abrirão as portas da alma como nós fazemos. 

Já em uma mesa feminina, em duas horas, somos capazes de listar as dez melhores liquidações da cidade, dar colo para a amiga que está se separando, passar receitas de comidas light, indicar destinos turísticos, planejar viagens, trocar contatos de cabeleireiros, dermatologistas e detetives particulares, resolver a crise familiar de uma das integrantes, aconselhar condutas para lidar com filhos, brindar o novo emprego de uma e a demissão de outra, falar mal de quem não foi e rir. Rir muito. Porque somos mesmo um pouco loucas e precisamos nos alimentar da loucura umas das outras para nos mantermos sãs.


*Wal Reis é jornalista, profissional de comunicação corporativa e escreve sobre comportamento e coisas da vida. Blog: www.walreisemoutraspalavras.com.br

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