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Agressão sexual: conscientização e apoio à vítima

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Por Dr. Ana Gouvea

Um dos assuntos mais discutidos recentemente nos Estados Unidos foram as acusações de agressão sexual envolvendo a nomeação do então candidato a juiz da Suprema Corte Americana, Brett Kavanaugh. Ele foi acusado de agressão sexual pela professora Dra. Blakey Ford em um depoimento contundente e emocionado ao comitê do Senado americano. O então candidato negou todas as acusações. Ficamos com o que ela disse versus o que ele disse, fato tão comum em casos de agressão sexual. Normalmente, nessas situações não há testemunhas, dificultando a corroboração da agressão. Ao final, prevaleceu a palavra dele e o Senado americano aprovou o candidato para a sua corte suprema.

Mas o tema da agressão sexual se transformou em um polarizador de opiniões. Decidi fazer este texto com informações sobre agressão sexual nos Estados Unidos porque, muitas vezes, as pessoas formam opiniões sem ter conhecimento sobre o significado da agressão sexual e porque as vítimas não procuram a polícia imediatamente.

Abaixo, apresento algumas estatísticas da Rede Nacional de Estupro, Abuso e Incesto (em inglês Rape, Abuse, Incest National Network, RAINN).
• a cada 98 segundos uma pessoa sofre uma agressão sexual nos Estados Unidos;
• seis em cada 1.000 estupradores vão para a prisão;
• uma em cada seis mulheres americanas foi vítima de estrupo ou de uma tentativa de estupro. Um em cada 33 homens americanos foi vítima de estrupo ou de uma tentativa de estupro;
• apenas 310 de 1.000 casos de agressão sexual são comunicados à polícia, o que significa que, de três casos, dois não são comunicados à polícia.
Uma pergunta comum nesses casos é: por que as vítimas de agressão sexual não comunicam à polícia e escondem a agressão de familiares e amigos? As vítimas se sentem envergonhadas porque a agressão sexual é uma situação humilhante e constrangedora. Sentem-se desamparadas e culpadas. Muitas vezes, elas têm medo das consequências de comunicar a agressão e se sentem impotentes em uma situação de violação de sua dignidade humana. Portanto, a ideia de que, se uma vítima não comunicou a agressão sexual imediatamente às autoridades, ela está mentindo, não tem respaldo científico e desumaniza de novo a vítima. Estatísticas indicam que apenas de 2% a 8% dos relatos de agressão sexual são falsos, ou seja, 98% a 92% são verdadeiros.
Outro fator significativo em casos de experiências traumáticas é que a memória do abuso, muitas vezes, é fragmentada e não inclui detalhes. Entretanto, partes emocionais importantes da experiência ficam registradas na memória da vítima. Portanto, não lembrar de detalhes da agressão sexual não desqualifica o depoimento da vítima, pois essa é a forma como o nosso cérebro armazena informações nessas situações.

Experiências traumáticas deixam cicatrizes emocionais indeléveis. Ser um sobrevivente de uma agressão sexual requer muita resiliência e coragem. Relatar a agressão é reviver o trauma. Ridicularizar o sofrimento da vítima é colocá-la mais uma vez em situação humilhante e desumana. Sobreviventes de agressão sexual devem ser tratados com muito respeito e dignidade.

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