Wal Reis

Queridas linhas tortas, muito obrigada!

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Por mais que eu me esforce, nunca vou conseguir agradecer todos os disparates que já aconteceram na minha vida com o devido reconhecimento. 

Mas sou imensamente grata às minhas apostas erradas, à minha teimosia a prova de titãs e aos meus ouvidos moucos, que deixaram passar tão bons conselhos sem eu ter dado a mínima. Também adoraria poder agradecer àqueles que tentaram ou conseguiram me prejudicar – deliberadamente ou por acidente mesmo.

Queria olhar nos olhos de certos líderes corporativos que tive e, um a um, oferecer o meu sincero “muito obrigada”: obrigada por não terem reconhecido meu esforço e obrigada também por terem me demitido. Igualmente agradeço a alguns amigos que desapareceram de uma hora para outra, sem eu ter a mínima noção para onde mesmo eu estava indo. Eles me obrigaram a entender que eu tinha que ter meu próprio mapa, caso quisesse chegar a algum lugar.  

Aqui também vai um agradecimento especial aos meus pais, que nunca abriram o manual de psicologia adolescente para decretar coisas como: “não vai e pronto. Pode chorar à vontade”. E também agradeço às intempéries climáticas que, muitas vezes, me deixaram ilhada e, sem eu ter consciência na época, me mantiveram exatamente onde eu deveria permanecer.

Meus mais sinceros agradecimentos também aos meus amores platônicos, aqueles por quem chorei rios por não me conformar com a platonicidade daquilo e a certos “ex”, que foram incansáveis na arte de me mostrar o quanto podiam ser idiotas: sem vocês eu não estaria hoje aqui. Porque são os amores abortados que abrem passagem para conhecermos quem realmente precisa chegar.

Mas na hora a gente não entende. Na hora, a gente se sente injustiçado, traído, excluído. Acredita que Deus esqueceu de colocar nosso nome na lista VIP. E arrastamos correntes de amargura até que um dia cai a ficha e conseguimos finalmente enxergar que foram as linhas tortas que melhor nos conduziram. Foram as frustrações que nos expulsaram da zona de conforto para mostrar por onde mesmo a gente tinha que ir.  

*Wal Reis é jornalista, profissional de comunicação corporativa e escreve sobre comportamento e coisas da vida. Blog: www.walreisemoutraspalavras.com.br

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