5 estágios durante o luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação
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Perdas: Luto durante a Pandemia

Por Dra. Ana Gouvea Terapeuta (Conselheira de Saúde Mental, MHC), Certified Clinical Trauma Professional, certificada em Atenção Plena (Mindfulness) no tratamento de crianças e adolescentes e um Ph.D. em linguística. www.anagouvea.com, @dranagouvea, (305) 918-2533, dranagouvea@gmail.com
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Nesse artigo vou falar sobre luto. Resolvi falar sobre esse tema por causa do Covid-19. Infelizmente muitas famílias estão nesse momento sofrendo com a perda de um ente querido por causa da pandemia. Além disso, o Dia de Ação de Graças e as festas de fim de ano estão próximas e a dor tende a aumentar nessa época do ano.

Até pouco tempo atrás, eu coordenava um grupo de apoio ao luto. Nesse grupo de apoio tive pessoas que perderam filhos, companheiros/as e pais em diferentes circunstâncias – doenças, acidentes de carro, ataques do coração fulminantes, overdoses. Essas perdas geram dores emocionais excruciantes, desespero e as perguntas que não param: por que não foi eu que morri? Como vou viver sem a ele/a? Por que isso está acontecendo comigo?

Em 1969, a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross escreveu o livro “Sobre a morte e morrendo” (On Death and Dying em inglês), aonde ela propõe 5 estágios durante o luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Esses estágios não ocorrem em uma ordem específica. Por exemplo, a barganha pode vir antes da raiva ou o processo de aceitação pode ser interrompido por um outro episódio de depressão. Portanto, esse processo não é linear.

No estágio da negação, a pessoa tenta negar o que está acontecendo. Esse estágio é um mecanismo de defesa que a pessoa usa para evitar a dor e geralmente é temporário. No estágio da raiva, a pessoa tenta desviar a dor com raiva. Essa raiva pode ser direcionada ao ente querido que morreu, ou a uma outra pessoa (ex. família, amigos, etc.). No estágio da barganha, a pessoa tenta barganhar a perda com perguntas do tipo “e se tivéssemos ido ao médico antes”, “e se eu tivesse dirigido o carro aquele dia e não ele”. A pessoa fica presa no passado tentando “consertar” ou negociar a situação que gerou a perda. No estágio da depressão, a pessoa sente muita tristeza, desamparo e falta de esperança. No estágio da aceitação, a pessoa começa a aceitar a situação de perda e que essa situação é permanente. Isso não significa que a pessoa está bem com a perda, mas sim que a pessoa está aprendendo a conviver com a perda e a se adaptar.

Navegar os estágios do luto e achar paz na perda é um processo muito difícil que requer auto-compaixão, paciência com os altos e baixos emocionais e esperança. Esse processo, muitas vezes, implica em repensar o sentido e o propósito das nossas vidas. Por exemplo, alguns pais que perderam seus filhos em tiroteios de escolas nos Estados unidos se tornam ativistas a favor do controle de armas.

Mas como achar esperança ou sentido na vida depois de perder um ente querido? Acho que o Dalai Lama tem a melhor resposta: “quando nos deparamos com uma tragédia real na vida, podemos reagir de duas maneiras – perdendo a esperança e caindo em hábitos autodestrutivos, ou usando esse desafio para encontrar nossa força interior.”

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