A arquiteta Luciana Fragali
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Luciana Fragali : “Minimalismo está definitivamente ‘out’. O equilíbrio é fundamental”

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A arquiteta Luciana Fragali nasceu em São Paulo e, em 1998, decidiu vir a Miami estudar inglês por seis meses e se apaixonou pela cidade. Entre um curso e outro, recebeu uma proposta para trabalhar com arquitetura e design — profissão que escolheu ainda criança — e não voltou mais. Casou-se com um inglês que estava em férias pela cidade e teve duas filhas, Chloe, de 4 anos, e Maya, de 3. Há 12 anos, Luciana montou a Design Solutions e desenvolve projetos para clientes em todo o país. Conheça um pouco mais da carreira dessa arquiteta, que dá ótimas dicas do que está na moda em decoração de interiores nesta entrevista para a Acontece Magazine.

Luciana, por que você decidiu viver e trabalhar nos EUA? 

Luciana Fragali: Durante um dos cursos que fiz, recebi uma proposta para trabalhar na minha área e gostei muito da seriedade com que os americanos fazem negócio. Naquele momento concluí que mesmo que voltasse ao Brasil, onde teria muitas oportunidades de trabalho, infelizmente nunca conseguiria aplicar o que estava aprendendo nas empresas brasileiras, pois a cultura é muito diferente, e o formato, um pouco desequilibrado. Os criativos não se preocupam muito com a administração ou com o financeiro de suas empresas, enquanto as empresas bem estruturadas não são genuinamente criativas, portanto o negócio vira uma máquina de fazer dinheiro. Na minha visão, os americanos têm a aptidão do equilíbrio. Criação, gerenciamento e lucro têm a mesma importância. O segredo é a estruturação de cada departamento independente.

Como aconteceu a implementação da Design Solutions?
A Design Solutions já era um plano orgânico para mim, esperando a hora certa de se concretizar. Estudei muito, trabalhei para algumas empresas fantásticas e adquiri o knowhow que precisava para ser proprietária. Comecei meu negocio devagar, enquanto trabalhava para uma empresa grande. À noite, eu bolava meu marketing, fazia contatos com fornecedores e, nos fins de semana, colocava o que havia projetado em prática. Saía pelos bairros de que gostava distribuindo flyers com uma lista grande dos meus serviços. Comecei a executar projetos pequenos, como banheiros, cozinhas e outros ambientes, mas sempre com muita honestidade e responsabilidade. Trabalhei muito e fui fazer cursos de design em Londres. Voltei a Miami e comecei a colocar minhas ideias em prática. Tive muita sorte por ter conhecido pessoas maravilhosas nessa jornada, como o Paulo Bacchi, proprietário da Artefacto e que foi um anjo na minha vida profissional. Hoje, me sinto uma profissional privilegiada, pois tenho condições de escolher o que quero fazer e o tipo de cliente com quem quero trabalhar.

Por que Miami? O que você considera essencial para trabalhar com design e decoração?
Miami é uma cidade maravilhosa e inspiradora. Miami está recebendo turistas do mundo todo, entre eles, muitos jovens que acabam se apaixonando pelo lifestyle e escolhem se mudar, trazendo suas empresas e eventualmente seus empregados americanos e até internacionais, o que faz com que a cidade se torne interessante e charmosa. A mistura de estilos, cores vibrantes, peças típicas de cada país, misturadas num mesmo ambiente. Quando se trata de design em Miami não se aplicam teorias ensinadas na faculdade. Tudo pode desde que haja critério e equilíbrio.

Como é formada a sua equipe?
Ela é formada por 12 pessoas. Minha equipe de conceito de projeto sou eu, o decorador Richard Wagner decorador e a arquiteta Juliana Sabo. Temos três assistentes que são desenhistas de Autocad e fazem 3D também. Temos três engenheiros que fazem o gerenciamento diário das nossas obras, e um deles, o Zé Luiz Pereira (codinome McGyver), é nosso mentor, pois corrige, adapta, veta e melhora as nossas ideias. Temos o pessoal do financeiro, compras, retornos, inspeção, seguros para cada projeto, e um gerente geral. O objetivo com toda essa gente é diminuir a margem de erro, que é gigante nessa área pois a execução dos projetos é a parte mais importante e que depende 80% de terceiros. Precisamos de uma equipe forte para nos assegurarmos de que o que criamos será executado da forma mais responsável, honesta e produtiva possível.

Qual o perfil dos seus clientes?
Hoje tenho atendido muitas famílias que estão se mudando para Miami. São pessoas que conseguiram vencer profissionalmente no Brasil, mas não conseguem usufruir do que construíram e optam pela qualidade de vida que Miami oferece. Trabalho com clientes europeus e americanos também, pois meu marido é analista do mercado imobiliário e atende a clientes do mundo todo, nos indicando o cliente uma vez que a venda se solidifica. De qualquer forma, 80% dos nossos clientes ainda são brasileiros.

Onde está concentrada a maior parte dos seus projetos?
Criamos projetos (conceitos prontos para serem executados) para qualquer lugar. Já criamos projetos para várias cidades além de Miami, como Nova York, Chicago, Boston, Londres, Paris e São Paulo. Quando se trata da execução dos nossos projetos, hoje em dia, prefiro os locais. Não há como estar em todos os lugares ao mesmo tempo e nossos projetos locais necessitam de mim fisicamente presente o tempo todo, portanto não posso viajar para acompanhar a execução dos projetos que criamos em outros lugares. No momento estamos executando projetos nas ilhas da Venetian, em Hibuscus Island, Cocoplum em Coral Gables, Key Biscayne, Coconut Grove, Miami Beach, Bal Harbour, Brickell e Fort Lauderdale.

Na sua opinião, o que é fundamental na decoração de um imóvel?
Harmonia e muita mistura de cores e estilos com equilíbrio. Sem medo de errar, mas com a consciência de que terá de viver com aquela escolha por um bom tempo. Não se deixar levar só pelas tendências atuais, e sim, identificar o que é importante para você, o que lhe fará feliz todos os dias. Olhar revistas e buscar por referências é excelente, mas tem que ter em mente que cada espaço é único e é importante levar as condições do ambiente em consideração antes de executar uma ideia.

O que é “in” e “out” na decoração de interiores atualmente?
Minimalismo está definitivamente “out”. O equilíbrio é fundamental. Outra coisa que está totalmente “out” é a decoração não funcional. As pessoas hoje em dia querem praticidade. Ninguém quer ter trabalho para limpar muito e proteger muito móveis, tecidos e objetos de decoração. Acho que o que está “in” é uma decoração bem pensada que ofereça praticidade. Móveis duradouros, com tecidos fáceis de limpar, papeis de parede de vinil —que podem ser lindíssimos e práticos, além de mais econômicos que os tradicionais —, pisos que ofereçam custo beneficio, muita mistura de estilos e pecas variadas com a personalidade de cada cliente. Não colocaria “carpet” em lugar nenhum, portanto “out”. Também não faria uma decoração super rococó, cheia de detalhes tradicionais, pois não agrada ao público de Miami. O branco, que era uma cor super desejada há alguns anos, está super fora de moda. Aquele ambiente todo branco é definitivamente “out”. Além da praticidade, uma decoração com base neutra e o uso de cores, em acessórios como almofadas, luminárias decorativas e objetos únicos e diferentes, define a decoração de um ambiente. O dourado está super “in”, em poucas peças. Metais pintados, laca brilhante misturada com laca preta, tecido misturado com madeira… Tudo isso é super “in”!

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