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( votes)Uma grande história de amor, uma saga familiar que atravessa gerações. ‘Velho Chico’ narra o enredo do romance entre herdeiros de famílias rivais, que se entrelaça à trajetória de luta pelo renascimento do rio São Francisco. Entre coronéis, pescadores e sertanejos do semiárido nordestino, a novela abordará temas como a conservação do meio ambiente e as novas formas de produção.
Neste contexto, a Globo selou uma parceria inédita com a organização ambiental Conservação Internacional (CI-Brasil), que fará a colaboração técnica de conteúdo para a novela. O anúncio foi realizado durante o evento ‘Vozes do Velho Chico’, que reuniu personagens locais e profissionais de diferentes áreas em torno de temas ligados às raízes da cultura regional, conservação do meio ambiente e formação da identidade brasileira.
Com o objetivo de ampliar o alcance de temas relacionados à sustentabilidade entre o grande público – tendo como ponto central a busca pelo equilíbrio entre homem, natureza e formas de produção – a CI-Brasil vai fornecer conteúdo de base para a trama da nova novela da Globo. Ele será focado na porção do médio e baixo rio São Francisco, uma área que abrange parte do Cerrado e da Caatinga brasileira – região que corta o semiárido nordestino – onde se localiza a fictícia cidade de Grotas do São Francisco, palco principal onde a novela se passará.
“A Globo tem o compromisso não apenas de contar histórias, mas contar histórias recheadas de conteúdos relevantes para os brasileiros. Nós não vivemos sem os romances, mas um romance engajado com a sustentabilidade, por exemplo, é muito mais interessante”, avalia o diretor de Comunicação, Sérgio Valente.
A parceria se dará por uma agenda de colaboração permanente dos especialistas da CI-Brasil com os autores da novela. ‘Velho Chico’ traz histórias de produtores rurais, fazendeiros e pescadores que têm suas vidas entrelaçadas pelas transformações vividas pelo rio São Francisco. À medida que eles vão se deparando com os dilemas próprios de quem vive na região – a escassez de água, a devastação – a CI-Brasil alimentará os autores de informações técnicas que possam enriquecer as tramas de alguns personagens. Para além da história de amor que conta ‘Velho Chico’, a Globo e a CI-Brasil pretendem sensibilizar o público para a transição para um modelo de agricultura sustentável, onde manter a natureza protegida é parte da solução para garantir a produção alimentar e o bem-estar da sociedade.
“Por séculos foi graças ao rio São Francisco que a vida humana pôde prosperar às suas margens. Mas as atividades humanas ganharam escalas e proporções que nem o próprio velho Chico tem sido capaz de suportar. Por meio da novela ‘Velho Chico’, importantes mensagens serão transmitidas o que certamente irá ajudar a despertar a sociedade brasileira para o fato de que a solução na busca de um planeta mais saudável e que continue a nos prover do quê precisamos para viver, está em nossas próprias mãos”, pondera Rodrigo Medeiros, vice-presidente da CI-Brasil.
“A contribuição do rio São Francisco para o país é rica demais. São vários aspectos importantes que têm em comum o mesmo elemento: um rio que os nativos chamam de mar. Para responder a este desafio, pensamos em uma programação que desse conta desta imensa diversidade que o rio encerra e que será tão bem registrada na novela. Do ponto de vista social será um marco pela parceria inédita com a Conservação Internacional. Trata-se de uma colaboração para ampliar o alcance da discussão sobre sustentabilidade presente na trama”, avalia a diretora de Responsabilidade Social da Globo, Beatriz Azeredo.
Além do anúncio da parceria, ‘Vozes do Velho Chico’ deu voz a temas relacionados à brasilidade no Museu do Amanhã. Temas como a formação da cultura brasileira, coronelismo, patriarcado e sustentabilidade foram debatidos pelo filósofo Roberto Malvezzi, o psiquiatra Carlos Byington, o jornalista José Raimundo e o vice-presidente da CI-Brasil, Rodrigo Medeiros, com mediação de Bianca Ramoneda.
Mais cedo, o público ouviu as vivências de personagens da região do Vale do São Francisco, que falaram sobre a influência que o rio tem em suas vidas. Entre os convidados estava a líder agrícola Ozaneide Gomes dos Santos, presidente do Assentamento Mandacaru, em Petrolina; o sommelier José Figueiredo; José Francisco Silva, ou simplesmente Zé Francisco, que se intitula empreendedor sertanejo; a jornalista e blogueira Paula Theotonio e o historiador e professor Elson Rabelo.
Do elenco de ‘Velho Chico’, Camila Pitanga falou sobre as gravações da novela e a importância do rio São Francisco na abertura do evento, que contou ainda com pocket show de Lucy Alves e com a leitura de ‘causos’ de pescadores por Renato Góes.
Encerrando a tarde, a autora Edmara Barbosa falou do processo de pesquisa para a novela ao lado do filho, Bruno Luperi. Ela contou que viajou cinco vezes para a região do Vale do São Francisco.
“Parece que o rio vai chamando a gente, dá saudade. É onde está o nosso povo, a brasilidade. ‘Velho Chico’ é uma história de amor e eu quero resgatar o amor do brasileiro pelo seu país”, disse a autora.
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