User Review
( votes)Antes de estabelecer as promessas de ano novo, seria legal dar uma olhada pelo retrovisor e conferir o que foi o ano passado, este que passou rápido e, provavelmente, não deu a chance de cumprir as metas que você estabeleceu no penúltimo 31 de dezembro, depois de duas taças de champanhe.
Mas não vale sair por aí culpando a falta de tempo pelas não conquistas: ele corre igual a quando éramos crianças e parecia que o Natal demorava uma eternidade para chegar. São 24 horas por dia do mesmo jeito.
Somos nós os vilões do tempo e não o contrário. Damos uma desperdiçada boa nele, fazendo as mesmas coisas, cozinhando as mesmas comidas, indo aos mesmos lugares. Ficamos com o que é garantido, esquecendo que garantia também tem prazo de validade. E que se a festa de Natal foi exatamente igual ao ano retrasado, daqui a poucos meses nem vamos saber definir se aquela reunião aconteceu em 2023 ou em 2013. Fica tudo pasteurizado, com o mesmo gosto e sem aprendizado.
E é justamente o aprendizado que faz nosso tempo render. Sabe por que a vida parecia correr mais lenta quando éramos crianças? Porque ela nos impunha novidades todos os dias. Não era uma questão de escolha: tropeçávamos em descobertas: estavam lá na sala de aula, em aprender a beijar, em andar de bicicleta e depois de salto alto. No final do ano, tínhamos acumulado tanto conhecimento, que parecia mesmo que a trajetória tinha sido mais longa.
Mas é ainda com nossa capacidade de aprendizado tinindo que, sei lá o porquê, vamos nos esquivando do que é novo e passamos a repetir frases que nos fazem envelhecer em uma fração de segundos: “no meu tempo…” E ficamos tão monótono quanto o ano que acabou.
Que tal aproveitar esta nova dobra do tempo para fazer um tiquinho diferente? Não precisa de grandes revoluções: mude a cor do cabelo, experimente guacamole e vá ao cinema sozinho. Aprenda a meditar, a jogar beach tennis ou adote um animal de estimação. Comece um curso ou pare aquele que você começou e não agradou. Se permita mudar de ideia, de estilo ou de emprego. Nem que tudo dê errado. Porque até os novos erros são bem-vindos quando a gente busca ser feliz.
Comente