Jornalista e escritor Gilvan de Sergipe
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Autor do premiado livro “Menino Brasil – Canto de Admoestação”, o escritor Gilvan de Sergipe conta sua história de vida e seus caminhos na Literatura.

Nascido em Aracaju, o jornalista e escritor Gilvan de Sergipe é o primogênito da dona-de-casa Gedalva e do comerciante José. Herdou da mãe o respeito pelas pessoas que o rodeiam e a compaixão pelos mais necessitados. E do pai, a garra de trabalhar de maneira correta e mostrando que a busca incessante por melhor qualidade e a negociação honesta são a chave do sucesso.
Órfão de pai aos cinco anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde começou seus estudos e passou a maior parte da vida. Cursou Literatura, Jornalismo e se graduou como bacharel em Letras. Depois de viver seis meses na Argentina, veio para os EUA, em 2001, e estudou na Boston University. No mesmo ano, começou a trabalhar para o jornal Brazilian Times, de Boston, para o qual atua até hoje como correspondente-sênior na Flórida, onde reside há 16 anos.

Quando você descobriu o dom para a literatura? É uma paixão que te acompanha desde a infância ou algo que descobriu na fase adulta?
Na verdade, eu era um péssimo aluno em Português (risos). Mas era um menino com um olhar muito perspicaz de tudo à minha volta. Eu conseguia ver o lado artístico de qualquer coisa e via poesia transbordando em cada mulher. Aos 10 anos, comecei a escrever poemas, que guardo até hoje em meus arquivos, e a pintar quadros, que eram muito elogiados. No Brasil, participei de alguns concursos, ganhei alguns prêmios e diplomas de honra ao mérito. Mas, até ver meu livro “Menino Brasil – Canto de Admoestação” ser lançado na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, tive que percorrer arduamente a pé um deserto tórrido e sem camelo.

O livro foi o vencedor do Press Awards 2018 em Literatura

Conte como foi o processo de criação do premiado livro “Menino Brasil” e os temas abordados no seu livro.
“Menino Brasil” é uma coletânea de aproximadamente 300 páginas de textos publicados no Brasil em jornais ou revistas literárias, vários deles premiados, mas a maioria, inédita. O livro é dividido em cinco partes, nas quais são agrupados textos de acordo com sua afinidade. Uma parte de textos líricos, outra de textos amorosos, outra de eróticos, outra de cunho social e outros mais engajados politicamente. Quanto ao processo de criação, acredito piamente na inspiração, na musa, no “espírito que baixa”, quando o assunto é escrever poesia. Mas claro que depois de lançar aquela maravilha literária no papel, você terá que usar todo seu conhecimento técnico em literatura e língua vernácula para reestruturar o texto para ter um maior impacto emotivo. Acho que o sujeito que não tem espírito artístico ou visão poética do mundo não consegue fazer poesia.

Você foi indicado para o prêmio de Literatura do Brazilian International Press Awards (hoje Focus Brasil) por dois anos consecutivos e ganhou a estatueta em 2018. Conte um pouco da emoção em receber esse prêmio.
Qualquer reconhecimento que um profissional recebe chancelando o mérito de seu trabalho é gratificante. Desde um “excelente, garoto, vibrei por você!” de um familiar ou de um amigo, até uma indicação ou premiação em nível internacional, todos são prova de que estamos tocando pessoas e atuando corretamente. Lançar o livro em Nova York em 2017 e ter a obra indicada ao Press Awards no mesmo ano me encheram de orgulho. Mas ser o vencedor do troféu Literatura no Press Awards 2018, subir ao palco na Flórida e ver minha mãezinha ali na plateia, emocionada e orgulhosa, foi uma dupla premiação que o tempo jamais apagará. Era como se aquela cerimônia toda fosse por ela, para retribuir todo o esforço que ela teve em me dar uma educação digna.

O livro foi lançado na 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo e depois em Nova York. Como você define o perfil do leitor brasileiro radicado nos EUA?
É notório que o leitor brasileiro não lê muito como o americano ou o europeu. Você pega um avião em Miami e vai a NY e vê um grande percentual de passageiros lendo bons livros durante o voo. Você pega um transporte público na Europa, e tem gente lendo no trajeto. Brasileiro gosta mais de conversar do que ler. Mas aquele velho desinteresse pelos livros vem mudando pouco a pouco. Principalmente em função da avalanche de detritos que os meios de comunicação tradicionais despejam diariamente sobre os leitores, ouvintes e telespectadores, muitas pessoas que dão valor a seu cérebro estão agora dedicando mais tempo aos livros. Eu vejo que isso ocorre tanto entre os brasileiros que vivem no Brasil, quanto entre os brasileiros emigrantes.

Além de escritor, você também trabalha como jornalista há muitos anos. Fale um pouco sobre os desafios para um imigrante como você, em trabalhar com a mídia brasileira nos EUA.
Na verdade, o desafio é muito maior para o dono do jornal, revista, tevê ou rádio do que para o profissional empregado. O empresário de mídia tem que lutar diariamente para manter as finanças em dia e a credibilidade do veículo. Nós, jornalistas, temos simplesmente que atuar de forma séria e focando em temas que elevem o potencial do leitor e com respeito à verdade. Eu particularmente tento dar à nossa comunidade imigrante na América a minha contribuição seguindo essa regra. Acho que estou no caminho certo. Ter recebido prêmios de jornalismo nos EUA e ter sido eleito e reeleito para ser diretor-executivo da Associação Brasileira de Imprensa Internacional por oito anos ininterruptos são provas. Dou graças ao bom Deus pelo carinho recebido dos meus colegas de profissão.

Você tem planos de escrever sobre algum tema específico? Quais os próximos projetos literários? Alguma novidade para 2020?
Tenho em arquivo material para mais três ou quatro livros, entre poemas, contos, crônicas e textos políticos. Mas, por enquanto, quero focar apenas no crescimento do “Menino Brasil”. O lançamento do livro na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, a entrada nos EUA através de lançamento em NY com o suporte da Brazilian Heritage Foundation, o prêmio de Literatura no Press Awards 2018, o lançamento em Boston agora em dezembro, e em Portugal no próximo ano são um bom começo para fortalecer essa obra. Minha estratégia é primeiro cimentar esse livro no público. Só depois dar atenção aos outros que virão. A obra deve ser mais importante que o criador. Mas se o destino quiser me brindar em ser um novo Dante Alighieri ou um Luís de Camões aceito de braços abertos.

O design gráfico da capa traduz brasilidade

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