Now Be Here #3 South Florida, Miami, 2016. Foto: Gesi Schilling, cortesia Kim Schoenstadt, Jane Hart, Girls’ Club, e Pérez Art Museum Miami.
Arte Blima Efraim

Somos ou não somos mulheres e artistas empoderadas?

Blima Efraim é artista plástica de nascença, formada pela escola da vida e que carrega na alma, as imagens do seu universo interior. E-mail: blimaefraim@gmail.com
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De acordo com a “Guerrilla Girls” (grupo de artistas anônimas ativistas que usam manchetes perturbadoras; visuais ultrajantes e estatísticas matadoras para expor o preconceito étnico e de gênero), as mulheres na América ganham somente dois terços a menos do que os homens ganham, e as mulheres artistas ainda menos – o ridículo montante de um terço do que os machões artistas ganham. “Não estou sendo feminista não, só realista”. Desde 1985, o grupo, “Guerrilla Girls” vêm lutando contra esse racismo sexual no mundo das artes, e muito antes dessa data, a mulher vem lutando para conquistar sua luz ao sol.

Vamos voltar uns 150 anos atrás e ver se o mesmo acontecia.

Em 1874, quando os homens impressionistas estrearam seu trabalho como um grupo, os críticos rapidamente rotularam sua arte de “feminina”. Suas telas eram pequenas, suas paletas de pastel eram muito transparentes, suas pinceladas eram muito soltas…bom, e claro que fora esse detalhe, os homens sempre preferiram pintar belas donzelas. Do outro lado, as mulheres artistas eram escassas e quase não existentes aos olhos masculinos. (só quando estavam nuas, claro).

Na França do século 19, as mulheres não conseguiam obter uma educação artística formal, pois estudar a forma nua era considerado escandaloso. As mulheres impressionistas – muitas das quais foram subestimadas ou totalmente ignoradas pelo cânone histórico – exploraram esses limites, produzindo obras introspectivas que lidavam com as condições sociais de seus criadores. Em 1894 somente três delas se destacaram como as “Les Trois Grandes Dames” ou “As Três Grandes Damas” do movimento: Berthe Morisot, Mary Cassatt e Marie Bracquemond. O trio atuou como colegas e amigas dos principais membros do movimento. Édouard Manet, por exemplo, era um grande admirador das pinceladas audaciosas de Morisot – tanto que ele exibia uma pequena coleção de pinturas dela em seu quarto.

Nós mulheres artistas temos uma sensibilidade revolucionária por onde canalizamos nossos estados interiores e que muitas vezes são desconhecidos pelo sexo oposto. Fato não é? O nosso empoderamento está acima de qualquer um que tenha testosterona, e você sabe muito bem onde essa testosterona se encontra.

A seguir, vou citar somente algumas pioneiras do impressionismo e dos dias atuais que lutaram e lutam por todas nos.

• Berthe Morisot (1841-1895) é a mais conhecida das mulheres impressionistas. Nasceu em 1841 e expôs pela primeira vez aos 25 anos no Salão de Paris de 1864. Morisot foi a única mulher convidada para participar da primeira exposição impressionista. Ela era próxima de Manet, até se casou com o irmão dele! Um crítico escreveu na época: “Sua pintura tem toda a franqueza da improvisação; é verdadeiramente a impressão captada por um olhar sincero e transmitida com precisão por uma mão que não trapaceia. Infelizmente ela morreu muito jovem de pneumonia, aos 54 anos.

BertheMorisot_The Harbor at Lorient (1869).

• Mary Cassatt (1844-1926) foi a única americana entre os impressionistas fundadores. Foi rejeitada ao pedir para estudar modelos nuas por uma das instituições por onde passou. Ela se estabeleceu em Paris em 1874 e em 1877, Degas a convidou para expor com os impressionistas, tendo ela participado de quatro das oito exposições. Degas disse que “Nenhuma mulher tem o direito de desenhar assim” (olha so’!) ao ver a obra de Cassatt intitulada “Young Women Picking Fruit” (Mulheres Jovens Colhendo Frutas, de 1891). Ela aceitou o insulto velado de Degas, e os dois mantiveram uma amizade próxima. A artista se sustentou sozinha pintando retratos, tendo se declarado inadequada para o casamento ou a maternidade. Disse ela uma vez, que seu objetivo era retratar as mulheres como “sujeitos, não objetos”.

• Anita Malfatti (1889-1964) – Que orgulho que tenho da nossa arista Paulista! Uma mulher forte e determinada que mesmo com seus problemas físicos de nascença – um braço e a mao direita atrofiados, lutou muito e conseguiu provar ao mundo, a multiartista que era. A mulher era desenhista, pintora, ilustradora e por fim professora ítalo-brasileira. Querem mais? Anita também foi a primeira mulher a trazer ao nosso Brasil as primeiras formas de arte do Modernismo Europeu e Americano. Ela enxergava bem a frente do seu tempo e não desistia facilmente de nada. A artista e considerada uma das maiores artistas da história brasileira. E claro que vocês já sabem disso

Anita Malfatti-Tropical (1916)

• Frida Kahlo (1907-1954) – Entre as grandes mulheres empoderadas do século 20, Kahlo frequentemente se destacou e representou uma versão complexa da feminilidade que desafiou o status quo da existência pública feminina. Sua arte retratou temas femininos ousados e às vezes dolorosos que não eram discutidos abertamente. A segunda maneira pela qual Kahlo se envolveu com esse tipo divergente de expressão feminina foi por meio de sua aparência, mostrada repetidamente em fotos e em suas próprias representações artísticas de si mesma. Esses modos de expressão se combinaram para criar a apresentação feminina forte e descarada que se tornou central no culto à personalidade de Kahlo.

Nos últimos anos o quadro está mudando muito rapidamente. As mulheres se calam menos e estão cada vez mais a frente do cenário artístico. Aqui na Florida, o “Girls’ Club, estabelecido em 2006 por Francie Bishop Good e David Horvitz, é uma fundação privada e sem fins lucrativos (501-c3) com um espaço alternativo que produz exposições, programações educacionais, e publicações e eventos que mudam vidas, nutrem artistas locais e inspiram o crescimento cultural local. O “Girls’ Club é a única coleção privada aberta ao público que se concentra na arte contemporânea de mulheres no mundo. A missão do Girls’ Club é educar o público, fomentar as carreiras de artistas femininas e servir como um recurso para estudantes de arte e estudiosos, curadores e artistas praticantes sobre as contribuições das mulheres para o campo da arte contemporânea. Um compromisso especial é feito para expor o trabalho de artistas locais a um público nacional e internacional mais amplo. Se isso não é um avanço para nos mulheres, eu já não sei o que mais poderá ser. Não e fácil entrar para o grupo, mas se você artista mulher não tentar, não saberá não é?

Girsl Club Exposição Rinse and Repeat

A coleção do casal Francie e David consta com mais de 1200 obras de arte, colecionados por mais de 30 anos. O casal fundou o Girls’ Club para compartilhar a coleção com o público e ajudar a aumentar o acesso e o discurso em torno da arte contemporânea feminina.

O mais novo espaço do Girls’ Club foi aberto em 2018, marcando o terceiro local da existência do Girls’ Club em seus 16 anos de história. O espaco/galeria proporciona visitas com hora marcada e de acesso ao público para eventos especiais. Exposições rotativas, eventos e uma série especial de brunch de domingo serão apresentados ao longo de 2023.

Acessa o site das “Meninas” aqui: http://Girlsclubcollection.org o Girls’ Club fica no 330 SW 2 Street, Corner Unit 102, Fort Lauderdale, FL 33312.

Movimento Now Be Here foi idealizado em 2016, e existe para dar visibilidade a mulheres e artistas não-binárias, trazendo equidade ao mundo da arte. Este diretório super demais, tem mais de 1000 artistas integrantes (eu estou lá) e serve como um canal entre você que ama arte, e essas artistas maravilhosas, entra no site para você ver e se quiser e puder, compra uma obra e ou se inscreve e entra na nossa luta de artista e de mulher! http://nowbeherart.com

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