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( votes)Por Connie Rocha – Foto: Fabiano Silva/ Beauty: Mario Nova para StudioD
A jovem Gabriela Barone, mais conhecida como DJ Ella Wild, nasceu e viveu em São Paulo até os 17 anos, quando decidiu vir estudar em Boca Raton, no Sul da Flórida. Após dois anos vivendo em Boca, a DJ decidiu se mudar para Miami, onde começou a estudar comércio exterior e marketing na Florida International University. Mas foi no ano de 2014, quando fez um “mochilão” pela Europa e conheceu dois dos maiores festivais de música eletrônica do mundo, o Tomorrowland e o Ultra Music Festival, que descobriu a sua grande paixão e nova carreira. Conheça a seguir um pouco da história da DJ Ella Wild, em bate papo com a Acontece Magazine.
O que mais te fascina na música eletrônica e o que a fez escolher a profissão de DJ?
Ella Wild: Desde jovem, sempre gostei de festa e música eletrônica, mas nunca pensei em levar uma vida profissional relacionada a isso. Quando mudei para Miami, comecei a desenvolver uma paixão e interesse maior pelo mercado. Aqui é definitivamente um paraíso para quem gosta de música eletrônica, todo final de semana as casas noturnas trazem os maiores nomes do mercado para se apresentarem aqui, e ter o privilégio de ver tantos artistas famosos ao vivo, com certeza, me inspirou ainda mais. Quando voltei da Europa comecei a procurar cursos de produção de música e DJ em Miami e me inscrevi na Scratch DJ Academy, umas das escolas de musica eletrônica mais renomadas do país. Quando me formei no curso, saí do meu trabalho e comecei a focar full time na minha carreira como DJ.
Você toca o estilo deep house.
Fale sobre essa vertente da música eletrônica.
Toco uma mistura de deep house e house music. O deep house é um estilo musical mais melódico, que usa vários elementos do jazz e tem um BPM mais devagar.
Quem te incentivou ou te inspirou a seguir essa profissão?
O DJ que me inspirou a seguir essa profissão foi o Kygo. Na época eu era muito fã de tropical house e ele foi um dos pioneiros desse estilo de música, elevando o patamar de produção musical. Através do Kygo eu descobri que tem muito mais por trás de um DJ do que imagem e presença de palco. O DJ também é um músico. A produção de música eletrônica envolve instrumentos como qualquer outro tipo de música e vai muito além disso. Acho que a maioria das pessoas não entendem muito sobre o processo e acabam desmerecendo muito esse estilo musical.
Onde você toca na Flórida? Já se apresentou no Brasil como DJ?
Comecei minha carreira tocando em alguns bares da Brickell, entre eles o Blackbird e o Segafreddo. Depois disso, embarquei em duas tours para o Brasil, me apresentando em São Paulo, Campinas e Vitória, entre outros lugares. Tive o privilégio de tocar no festival da Pacha Ibiza em Belo Horizonte, o que foi definitivamente um marco na minha carreira. Em março tive meu debut no Miami Music Week, onde dividi palco com grandes nomes internacionais, como EDX, Croatia Squad e Sons Of Maria. E hoje tenho residência no Nikki Beach Miami, onde toco às sextas e domingos, e ocasionalmente toco em outras casas noturnas também.
Quem são os seus DJs preferidos?
Hoje em dia meus DJs preferidos são Nora En Pure, Claptone, Vintage Culture, Chemical Surf, Claude Vonstroke, Thomas Jack e Me & My Toothbush. É uma mistura bem eclética, mas são todos que inspiraram o meu som.
Quais os maiores desafios para uma mulher entrar no mundo dos DJs?
Eu acho que maior desafio para as mulheres DJs é conseguir ser levada a sério. O número de mulheres nesse mercado é extremamente limitado e para conseguir exposição e respeito a mulher tem que trabalhar dez vezes mais do que o homem. Existe muito preconceito contra mulheres nesse meio, as pessoas automaticamente acham que nós não temos técnica ou entendimento de mixagem.
Recebe muitas cantadas nos lugares que toca?
A primeira vez que eu me apresentei no Brasil eu me surpreendi com o nível de atenção que eu recebi! Quem me conhece antes de virar DJ sabe que eu nunca fui o centro das atenções. Sempre fui a menina engraçada, parceira de todos, então foi muito engraçado a primeira vez que isso aconteceu. Na realidade acho que o que atrai as pessoas é o fato de não existirem tantas mulheres DJs.
Do que você gosta em Miami? Quais os lugares favoritos na cidade?
Sou completamente apaixonada por Miami! Adoro o fato de que cada bairro tem sua própria personalidade e estilo de pessoas. Moro na Brickell, então acabo passando a maior parte do meu tempo por aqui. Sou muito fã do Sugar, um rooftop bar no East Hotel, e meu restaurante favorito da área é o Marion. Minhas baladas preferidas são LIV, Space e Heart, e de dia sou bem suspeita para falar, mas sou apaixonada pelo Nikki Beach!
Quais os seus projetos e trabalhos para esse final de 2017?
Nesse final de ano quero focar na minha produção musical e passar o maior tempo possível no estúdio. Ainda estou me descobrindo no mundo da produção e minha meta é achar o meu próprio estilo, algo inovador que fuja do que todo mundo está fazendo no momento.
Onde podemos curtir seu som?
Tenho um podcast mensal no SoundCloud chamado Sunset Sessions. Lá eu solto sets baseados nos meus achados preferidos do mês e de alguns live sets também. Para achar é só procurar por Ella Wild Music no SoundCloud.
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