Felicidade em tempos de crise: uma reflexão sobre viver fora de seu país
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Felicidade em tempos de crise: uma reflexão sobre viver fora de seu país

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Pela psicóloga Irma de Mello*

Distante de sua pátria e perto de muitas variáveis do cotidiano no país escolhido para viver, o imigrante busca a tão sonhada felicidade que, supostamente, está em terras estrangeiras. Desde os filósofos da Grécia Antiga, passando pelos gurus e conceitos religiosos, a felicidade está sempre na mira de cada ser humano.
Em uma sociedade permeada por descobertas tecnológicas e avançando cada vez mais na cura para doenças graves, o que supostamente facilitaria a vida, nós nos deparamos com a angústia e depressão cada vez mais sutilmente impedindo o bem viver e a tal felicidade.
Quando se vive distante das próprias raízes, torna-se muito mais complexa a busca por ser feliz. A distância dos entes queridos, a falta de amigos, os hábitos novos, a própria alimentação, a solidão, o choque cultural e a nova forma de se expressar em outro idioma tornam ainda maior a angústia do imigrante.
Neste momento, o imigrante que vive nos Estados Unidos sofre a insegurança e o impacto das novas leis imigratórias que, de alguma forma, geram desconforto, sentimento de menos valia e medo.
A pergunta que surge é: como superar as crises e passar por esses momentos tão difíceis sem se deixar vencer pelo desânimo?
A psicologia nos traz recursos para alcançar o equilíbrio e fortalecê-lo para encarar as diversas demandas que a vida nos impõe. O processo de autoconhecimento, a busca por superar traumas do passado e aprender a estar inteiro no presente são propostas bastante sólidas, que cada indivíduo deveria almejar.
Cada um tem, dentro da complexidade do universo, seu próprio universo interior, e é esse o caminho para encontrar força e se posicionar de forma a viver a vida com a leveza que esta flui. O mais importante nesses momentos de crise é buscar metas, prioridades, e focar o que realmente importa. As pessoas tendem a dar atenção ao problema, fazendo-o se tornar o centro de seu universo. Seja qual for o problema, o mais apropriado é prestar atenção no que se tem, no que pode ser feito, e não deixar que isso vire a sua vida; não falar o tempo todo disso, pensar só nisso. Tudo aquilo que focamos expande – por exemplo, se você vai tirar foto de uma formiga e coloca o zoom, ela se torna gigante. Assim é a crise, o problema em questão: quanto mais foco, maior se torna.
O terapeuta quântico Diogo Beltrame segue a linha da espiritualidade popular best-seller O Segredo, de Rhonda Byrne, de 2006. Para esses gurus, se vibramos em uma frequência baixa, atraímos o que vibra na mesma frequência baixa. Ou seja, onde está nosso pensamento, está nossa energia.
Como manter esse nível vibratório alto? Pelo processo de terapia com um psicólogo ou psicanalista que o auxilie a vivenciar o autoconhecimento, a vencer os medos, angústias e ansiedades que lhe impedem de estar em equilíbrio. Se tudo começa no pensamento – e o pensamento gera as emoções, que por sua vez atuam nas ações –, tomar as rédeas do mental, limpar traumas e aprender maneiras de controlar a ansiedade é, sem sombra de dúvida, a melhor maneira de lidar com as crises, com as dificuldades de nosso existir.
A paz de espírito, a mente serena e o coração tranquilo fazem toda a diferença para quem vai superar de forma efetiva os momentos de crise e quem não vai conseguir.
Não há sanidade ou normalidade no sentido exato da palavra – o que parece normal para uns, pode ser anormal para outros. O mais importante é cada um buscar se conhecer para encontrar seu ponto de equilíbrio.
Para o psiquiatra suíço contemporâneo de Freud, Carl Jung, “o objetivo final do homem é a transformação espiritual”. Jung se referia a isso como autorrealização.
Já o psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi desenvolveu o conceito ‘flow’, que consiste em “estar em um estado de experiência máxima, em que atingimos assim nossa excelência e não vemos o tempo passar”. O que nada mais é do que estar vivendo por inteiro o aqui e agora; termos consciência, em nossa maneira de pensar, de que o passado terminou no segundo anterior a este e o futuro é uma promessa. A vida acontece agora.
Para mim, depois de 18 anos de prática em um consultório de psicologia clínica, após ouvir muitas pessoas e auxiliá-las em seus anseios, concluí que sanidade é o estado de equilíbrio pelo qual se torna possível ao indivíduo estar inteiro no AGORA, vivenciando o que for, com aceitação, com cuidado por si e pelos outros, com gratidão e sempre vencendo os fantasmas internos – isso é fundamental para uma vida plena.
Costumo dizer em minhas palestras que, para onde você for, estará levando a si mesmo, portanto conheça quem está levando. Não adianta fugir de um lugar para outro buscando a felicidade. Ser feliz é um estado de alma, que nenhuma variável no exterior irá garantir, a não ser você com você. Não importa onde seja sua morada atual, o propósito de vida é o mais importante. Ao despertar todos os dias, escolha ser feliz hoje, apesar dos problemas externos ou internos. As escolhas de hoje são as sementes que florescerão amanhã.

*Psicóloga clínica graduada pelo Miami Dade College e Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Irma de Mello acumula mais de 18 anos de experiência em atendimento clínico. Natural de São Gonçalo de Sapucaí, sul de Minas Gerais, divide sua rotina entre Belo Horizonte, onde vive há 20 anos e mantém sua clínica de atendimento, e os Estados Unidos (Miami), onde planeja estabelecer-se no futuro. Ao longo de sua carreira, Irma se aprimorou em diversas técnicas, como thetahealing, reiki, terapia floral e hipnoterapia, técnica baseada na hipnose clínica, utilizada por diversos psicoterapeutas”
Fonte: rspress

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