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Educação

Estudar em uma universidade americana: do sonho à realidade

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Ver seus filhos estudando em uma universidade americana é um sonho, tanto de pais brasileiros que já residem nos Estados Unidos, quanto de quem ainda mora no Brasil. Porém, o sistema para ingressar nessas instituições parece tão complexo que muitos pais e alunos sofrem antecipadamente por anos. Entretanto, procurando conhecer o passo a passo e buscando informações com profissionais da área, esse processo pode se tornar mais simples e bem menos angustiante.

Existe uma grande diferença entre o modelo de admissão em uma universidade brasileira e numa americana. No Brasil, praticamente todas aplicam provas (vestibular) e os que obtêm as melhores notas são aprovados. Já nos Estados Unidos, apesar de algumas recorrerem ao mesmo método, a imensa maioria utiliza-se de outros critérios, tais como: avaliação do candidato durante todo o seu high school, as notas que obteve, se faz atividades extracurriculares, se é dedicado a prática de um esporte, faz trabalho voluntário, se tem alguma atividade artística, se demonstrou perfil de liderança, a qualidade da escola onde estudou etc.

Nos Estados Unidos também existem os testes de admissão, o SAT e o ACT que seriam como o Enem no Brasil. Obter uma boa nota neles amplia as chances de ser escolhido por uma universidade.

A importância de escolher bem uma escola

Para quem já reside na América e quer ver seus filhos terem maiores chances de entrarem para uma universidade, um detalhe que não pode escapar é a escolha de uma boa escola de high school, que seria o colegial no Brasil, como explica a Orientadora Sênior de Educação internacional, Thaïs Burmeister de Campos Pires. “As universidades americanas sempre olham o desempenho do aluno, em relação à escola em que ele está se formando. Esse estabelecimento precisa desafiar o aluno, por isso é importante pesquisar onde os estudantes da escola em que o filho entrará, costumam ser admitidos, se lá possui um orientador para ajudar na escolha da universidade de acordo com o perfil do aluno, que atividades são oferecidas. É importante destacar que o estudante precisa aproveitar o que lhe é oferecido nessa escola, pois depois a universidade verá se ele fez algumas atividades que a instituição de ensino disponibilizava”.

Foto: Freepik

Solicitação para entrar em uma universidade

Para solicitar o ingresso em uma universidade americana, é preciso responder a grandes questionários e nesse momento, se pais e alunos puderem contar com um orientador/tutor profissional da área, tudo fica mais fácil. No Brasil, Thaïs oferece esse atendimento a quem quer estudar nos Estados Unidos.

“Quando o aluno me procura para acompanhá-lo nesse processo, procuro entender bem o perfil dele, seus objetivos, que tipo de universidade ele tem interesse, grande ou pequena, se já tem uma ideia do que quer cursar, porque nas universidades americanas, você pode escolher o curso no segundo ano, mas se já tiver em mente o que quer é importante. Eu acompanho o aluno no processo de preenchimento do “aplications”, se ele tem dúvidas nas perguntas, explico, reviso para ver se ele está conseguindo mostrar quem é mesmo e ao longo do ano vamos revisando, mas é sempre ele quem escreve”.

Quem já reside nos Estados Unidos também precisa passar pelo preenchimento de longos questionários para fazer a requisição a uma universidade, por isso, o recomendado é contar com esse tipo de profissional.

Sonho realizado

Ouvir dicas de brasileiros que conseguiram realizar o sonho de ter seu ou seus filhos estudando em uma universidade nos Estados Unidos, também é um ponto importante. Michael Krymchantowski viu seus dois filhos entrarem para a Michigan State University e conta sua experiência.

Lucas ao lado de seu pai Michael Krymchantowski, no dia que se mudou para o alojamento da Michigan State University.

“O Lucas, que é o meu mais velho, fez o todo o Ensino Médio no Brasil, mas quando começamos a nos preparar para que ele fosse estudar nos Estados Unidos, tivemos um tutor para auxiliar em todo o processo. Encontrei um sensacional que nos ajudou em tudo, extremamente competente. Depois de preenchermos todos os papéis, aguardamos e quando começaram a chegar pelos correios as cartas dizendo que ele foi aceito em uma, depois em outra, até que recebemos uma da Michigan State, que até a bandeira eles mandaram, meu filho ficou muito feliz e nós também, claro. Já o Rafael, estudou os dois últimos anos de high school aqui na América e é um conselho que dou aos pais que estão no Brasil, se puderem vir para cá antes, ajuda muito para ser aceito em uma universidade”.
Outra dica que Krymchantowski passa é sobre investir com antecedência para pagar os estudos dos filhos.

“Um grande erro é não planejar o pagamento da universidade que pode chegar de $40 a $70 mil dólares por ano, dependendo da instituição. Entretanto, existem fundos que você paga desde quando os filhos são pequenos e é um valor bem baixo e lá na frente não precisará pagar mais ou pagará muito pouco”.

Só vale se for em uma universidade de renome?

Um dos equívocos cultivados há décadas tanto por pais americanos quanto de outros países, como os brasileiros, é de que seus filhos só terão um futuro brilhante se entrarem em uma das tradicionais universidades americanas, pois se não for “top” de nada valerá. Essa visão distorcida joga uma pressão absurda sobre os jovens, pois são muitos candidatos por vaga. Além disso, os Estados Unidos contam com mais de quatro mil instituições de ensino superior e a estrondosa maioria possui cursos de qualidade que garantirão aos seus formandos as mesmas condições de brigarem com os graduados nas mais renomadas. O Presidente e Reitor da Florida Christian University (FCU), Bruno Portigliatti, comenta sobre o tema.

“Conhecemos diversas universidades de renome, muitas vezes centenárias, que são excelentes e não há nenhum problema em reconhecê-las como “celeiros” de bons profissionais. No entanto, a valorização de universidades menores e mais novas vem acontecendo pela constatação de que seus ex-estudantes também chegam ao mercado de trabalho com as competências diferenciadas. Podemos entender aqui, aquela máxima conhecida há muito tempo: Quem faz a universidade é o estudante. Ou seja, além de toda a formação acadêmica fornecida durante as aulas, conteúdo esse cada vez mais universalizado e disponível na internet, a postura interessada e investigativa do estudante faz toda a diferença e o coloca em pé de igualdade com os estudantes egressos das universidades mais tradicionais. No final, podemos perguntar o que seria mais importante para um médico, ter um diploma de uma universidade renomada ou as competências para exercer bem a medicina? A mesma pergunta poderia ser feita ao se escolher o engenheiro que vai calcular a construção de um prédio.”

Formatura de alunos da Florida Christian University (FCU). Foto: Divulgação

Virginia Gomes, que foi Brace “adviser” por oito anos em Broward e hoje atua como orientadora online para estudantes que querem ingressar em uma universidade, também comenta sobre o fato de muitos só pensarem nas instituições conhecidas.

“Existem universidades extraordinárias que não são de renome. Qualquer universidade que esteja nas melhores 200 primeiras do ranking nacional, são excepcionais. Elas oferecem ótimo nível acadêmico e experiências pessoais inesquecíveis. Muitas vezes, depende do aluno de procurar essas experiências no campus universitário. Todas as universidades oferecem estágios, viagens, clubes, dormitórios no campus etc. Um item importante é saber se a universidade é sem fins lucrativos e com credenciais válidas. As públicas, apesar de não serem gratuitas, têm um custo mais baixo que as privadas e têm um nível acadêmico tão bom quanto ou até melhor em alguns casos”.

A importância de escolher bem a profissão

Muitas vezes, estudantes e seus pais se preocupam tanto com o nome da universidade e acabam se esquecendo do mais importante: que carreira seguir. Portigliatti comenta. “Nos EUA, um estudante universitário muda de curso, em média, três vezes durante a sua faculdade. Isso significa uma grande perda de tempo, retrabalho, além da frustração desse estudante por se achar indeciso.

Turma de adolescentes fazendo excursão organizada por Virginia Gomes, para visitar e conhecer as faculdades. Nesta foto estão na University of Florida. Foto: Reprodução/Facebook

Com isso, um bacharelado que seria concluído em quatro anos, acaba sendo feito em cinco ou seis, o que reflete no atraso do início da carreira profissional. Desta forma, indica-se que todos os estudantes do High School sejam estimulados a dois olhares: O primeiro para si mesmo, aqui, o que vale é identificar o seu desejo (área de interesse) e as suas competências (vocações). Para tal, existem inventários, testes e avaliações que fornecem diretrizes que ajudam o estudante na identificação das áreas mais aderentes ao seu perfil. O segundo olhar é sobre informação profissional, neste ponto, o foco está em ter o maior número possível de informações sobre a carreira escolhida. Indica-se que o estudante pesquise, converse com profissionais e visite o local de trabalho daquela profissão para conhecer a realidade vivenciada por quem exerce essa determinada carreira. Como sabemos, quanto mais ele conhecer de si e da profissão a ser estudada, mais estará seguro na hora de escolher e estará menos vulnerável a influências de amigos (profissão da moda) ou pressões de familiares. Finalmente, encontramos a experiência feita por algumas universidades que convidam os estudantes do Ensino Médio para assistirem a algumas aulas dos cursos de seus interesses. Isso tem-se mostrado salutar, pois permite que o futuro estudante possa ter contato com o conteúdo a ser estudado, assim como, conversar com professores e estudantes que já tenham passado pelos estágios práticos.”

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