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( votes)O produtor também traz em seu DNA de trabalho histórias com assuntos pouco explorados e que gravitam em torno da diversidade
Radicado há quatro anos em Los Angeles, o cineasta Mateus Hueb, natural de Uberaba (MG), prepara novo trabalho ao lado de Bárbara Marques no documentário Belong, que busca tratar a questão racial sob diferentes perspectivas no Brasil e nos EUA. A obra em que assina como produtor já começou a rodar nos dois países e reúne pessoas comuns e alguns nomes conhecidos como da atriz Elisa Lucinda (Vai na Fé), do diretor Gabriel Martins (Marte Um, filme brasileiro que disputou uma vaga no Oscar 2023) e do ator estadunidense Furly Mac, (intérprete de Christopher Scarver na série Dahmer: Um Canibal Americano), dentre outros ainda não divulgados.
“É uma honra produzir essa obra que traz a questão racial de uma forma sensível, por meio do olhar de pessoas e culturas diferentes. Nosso objetivo é provocar a audiência a refletir sobre as perspectivas trazidas pelos nossos entrevistados e, quem sabe, contribuir para uma mudança”, deseja Hueb, sobre o filme que deve ser exibido inicialmente a partir de 2024 em festivais internacionais.
No entanto, esta não é a primeira vez que Hueb produz filmes que trazem reflexões sobre questões sociais. Em 2017, dirigiu seu primeiro curta autoral intitulado PRO, que teve Monique Evans como protagonista. O filme, que aborda de maneira leve todo o processo que Sarah, personagem de Evans, encara para sair da vida de programa, rodou festivais em 2018 e 2019 no Brasil e em países como Suíça, Estados Unidos, Nigéria e Reino Unido. No Brasil, foi finalista no Festival Overcome e levou o prêmio de público de melhor curta LGBT no Festival Take Único. A obra foi produzida pela Lavanda Films, produtora especializada em temáticas LGBT e questões que envolvem minorias.
“Sou apaixonado por contar histórias e sempre viso à diversidade, então qualquer coisa que não seja explorada com tanta frequência me chama a atenção. Adoro conhecer pessoas e criar projetos em parceria. O cinema é uma arte colaborativa, por isso é sempre muito importante estar rodeado de pessoas com interesses em comum, que tenham assim como eu o objetivo de tocar as pessoas através do cinema e contar histórias significativas, principalmente se for sobre um assunto desconhecido e pouco conhecido”, define.
Sempre ligado ao mundo dos festivais, o mineiro atuou como produtor do Hollywood Brazilian Film Festival, e membro crítico responsável por realizar a curadoria de filmes para festivais nos EUA, como para o Filmatique Talents.
“O Filmatique é uma plataforma digital de filmes alternativos e independentes, que geralmente rodaram festivais pelo mundo. Para eles fiz a curadoria do Filmatique Talents, festival digital que escolhe os melhores filmes para adicioná-los à plataforma. Nesse processo assisti a mais de 100 filmes e tive a oportunidade e responsabilidade de entrevistar os diretores dos curtas-metragens selecionados”, revela.
Mateus Hueb já esteve também na equipe de produção do diretor brasileiro Pedro Kos, que com o filme “Onde eu Moro”, teve sua primeira indicação na 94ª edição do Oscar, em 2022 na categoria de melhor curta documental.
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