14 Bis em 23 de outubro de 1906.
Brasil José Roberto Luchetti

A celebração dos 150 anos de nascimento de Santos Dumont

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O aviador Alberto Santos Dumont foi uma das personalidades brasileiras mais emblemáticas do século passado. Em julho, celebrou-se os 150 anos de nascimento dele com muitas comemorações no Brasil, na França e pelo mundo.  Ainda hoje a disputa pelo pioneirismo da aviação é motivo de acirrar ânimos entre brasileiros e norte americanos, que defendem o ineditismo ao respectivo país. Uma queda de braço com os irmãos Wright completamente desnecessária. Independentemente de quem, de fato, foi o primeiro, Santos Dumont tinha uma característica que sempre o diferenciou: seus feitos eram para a humanidade, não para serem patenteados com finalidade financeira.

O jornalista e escritor, José Roberto Luchetti, que assina a coluna Conexão Orlando aqui na Acontece, escreveu um livro para crianças “Alberto do Sonho ao Voo”, primeira publicação infantil sobre o aviador, que foi indicado ao Jabuti e premiado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil com o selo de “Altamente Recomendável”. Luchetti conta que em tudo o que pesquisou ao longo de anos sobre o assunto, os Wright realmente foram pioneiros, porém com uma aeronave mais pesada do que o ar que era catapultada. Santos Dumont foi o primeiro em tirar do chão o 14 Bis da mesma forma que os mais de 40 milhões de voos fazem todos os anos: taxiando, decolando, voando e depois pousando. “Não há qualquer dúvida em relação a isso, o avião como conhecemos hoje foi invenção dele, além de Santos Dumont ser uma personalidade muito interessante e que os brasileiros conhecem pouco”, lamenta o escritor.

Luchetti recorda que, desde jovem, Santos Dumont demonstrava uma grande curiosidade pelo mundo ao seu redor. Ele tinha uma mente questionadora para tudo e buscava entender o funcionamento das coisas, como as locomotivas, muito comuns na época. Essa curiosidade o motivou a explorar novas ideias e soluções. O aviador estudou engenharia na França, onde aprendeu conceitos que seriam fundamentais para suas inovações. Seu conhecimento técnico permitiu que ele aplicasse princípios científicos em seus projetos. Durante a vida, Santos Dumont teve acesso a tecnologias emergentes da época, como a eletricidade e os motores a vapor. “Essas experiências o expuseram a possibilidades de inovação e o inspiraram a explorar soluções alternativas”, explica.

Santos Dumont tinha um espírito inventivo e uma determinação incansável para superar desafios. “Ele não se contentava com o status quo e estava sempre em busca de melhorias e inovações. Sua perseverança foi fundamental para superar obstáculos e realizar seus projetos visionários”, lembra Luchetti que ainda completa: “ele era um observador atento da natureza e se inspirava em fenômenos naturais para suas inovações. Se guiou pelo voo dos pássaros, por exemplo, para desenvolver suas aeronaves”, completa o escritor. O aviador também tinha um espírito empreendedor e acreditava no potencial prático de suas invenções. Ele estava interessado em aplicar suas criações para resolver desafios reais e melhorar a vida das pessoas. “Esses elementos combinados moldaram a mentalidade de Santos Dumont como um inovador, o impulsionaram a explorar novas ideias, desafiar convenções e buscar soluções criativas para problemas técnicos e científicos”, contextualiza Luchetti.

Alberto Santos Dumont.

Vários inventos

De forma geral, Santos Dumont é pouco lembrado e pouco estudado nas escolas e universidades. O inventor brasileiro foi responsável ou participou de várias importantes inovações, além do avião, como os inúmeros dirigíveis, o motor aeronáutico leve, conhecido como Dumont Engine, o relógio de pulso, a balança de precisão para pesar combustível, o traje de mergulho para exploração subaquática com capacete hermético e bomba de ar, entre outros. “Recentemente, descobri que Santos Dumont foi responsável por incentivar a criação de um parque nacional em Foz do Iguaçu, onde estão as cataratas. Com isso, exemplifico que muito pouco ainda é estudado sobre a vida dele e a cada hora surge algo que nos surpreende”, destaca Luchetti.

O escritor conta que antes de criar seu famoso dirigível número 6, também conhecido como “Ovo”, Santos Dumont construiu e testou vários modelos menores. “Esses dirigíveis mais compactos ajudaram a aperfeiçoar seu entendimento da aerodinâmica e controle das aeronaves”, diz. Santos Dumont ainda dedicou muitos esforços para reduzir o peso e melhorar a dirigibilidade. Ele substituiu materiais mais pesados por outros leves, como o alumínio, que utilizou em suas estruturas aeronáuticas. Ele desenvolveu sistemas de controle que permitiam uma aeronavegação mais precisa durante os voos.

Santos Dumont trabalhou arduamente na melhoria dos motores utilizados, buscando maior potência e eficiência. Ele introduziu importantes adaptações para melhorar a capacidade de direção e controle. Desenvolveu um sistema inovador que permitia ao piloto controlar a direção do dirigível de forma mais precisa, o que aumentou a segurança e a capacidade de manobras. Adicionou uma roda de cauda em seus dirigíveis para ajudar no controle direcional durante as decolagens e pousos. “Essa inovação proporcionou maior estabilidade e controle na fase de aterrissagem, tornando os voos mais seguros e essencial para o êxito do 14 Bis, em 23 de outubro de 1906”, concluiu Luchetti.

As inovações traziam certo risco e ele não se furtava em corrê-los para chegar em seus objetivos. Diziam que ter realizado os testes com balões em Paris, uma cidade bastante arborizada, permitiu que os acidentes não fossem tão graves, já que as árvores amorteciam as quedas dos balões. E foram várias ao longo da vida. Para o escritor, apesar de ter arriscado a própria vida várias vezes, Santos Dumont era bastante cauteloso e sistemático. Sempre foi um inventor, mas nunca um aventureiro”, completa Luchetti. 

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