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( votes)Estudos apontam quais as adaptações necessárias para assegurar a longevidade dos negócios.
Pensar na longevidade dos negócios é uma premissa para qualquer empresa. Mas diante de tantas mudanças no mercado – que englobam desde novas tecnologias até o comportamento do consumidor, passando por alterações no ambiente regulatório – restam dúvidas sobre o que realmente é necessário para se manter na ativa. A resposta é mais simples do que parece: adaptação.
Diferentes estudos apontam que a melhor maneira de as empresas, independente do porte e setor de atuação, sobreviverem no mercado é se adaptando às novas realidades apresentadas por ele. Dessa forma, cabe às organizações reconhecerem quais são essas transformações e, assim, trilharem o caminho para se adequarem ao novo momento.
Os estudos recentes sobre o universo corporativo revelam que o cenário atual pede atenção às questões de ESG e compliance. Também mostram a importância crescente da tecnologia, o que não significa menor relevância das pessoas. Pelo contrário, a gestão humanizada, focada no desenvolvimento e bem-estar dos colaboradores, também está entre os pilares para o futuro dos negócios.
Foco em questões socioambientais ainda é desafio
Com a sociedade cada vez mais preocupada com as causas ambientais, é necessário que a iniciativa privada também dê a sua contribuição. A incorporação de práticas de ESG na rotina do ambiente corporativo é apontada como uma forma de assumir o compromisso. No entanto, são poucas as empresas brasileiras que têm feito o dever de casa.
Levantamento realizado pelo Instituto FSB Pesquisa, em 2021, mostrou que 79% das empresas reconhecem a importância das questões socioambientais para a estratégia dos negócios. No entanto, apenas 31% já as transformaram em metas.
O estudo apontou, ainda, que a maioria das companhias não realizou ações básicas de ESG: 80% não haviam publicado o relatório de sustentabilidade nos 12 meses que antecederam a pesquisa; 69% não realizaram o acompanhamento de temas relativos ao assunto; 63% não possuíam metas socioambientais e 53% não tinham um mapeamento de riscos e oportunidades na área.
A sigla ESG vem do inglês Environmental, Social, and Governance, que pode ser traduzido para o português como Governança Ambiental, Social e Corporativa. As práticas têm sido cada vez mais valorizadas por consumidores e investidores, que priorizam empresas com foco em questões socioambientais antes de consumir e investir.
O compromisso socioambiental também tem sido um atrativo para o recrutamento e a retenção de talentos. Pesquisa realizada pela consultoria KPMG identificou que 46% dos profissionais querem que a empresa onde trabalham demonstre comprometimento com ESG.
Em evidência, compliance pode contribuir para o ESG
O compliance é outro importante pilar para garantir o futuro das empresas. É através dele que as organizações asseguram a conformidade com as leis, as normas e as regras estabelecidas pelos órgãos reguladores. Dessa forma, elas atestam o compromisso com uma cultura organizacional ética, transparente e responsável.
No Brasil, o debate sobre compliance ganhou destaque em 2013 com a criação da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846) e, desde então, vem conquistando cada vez mais espaço nas agendas das organizações.
De acordo com o estudo “Integridade Corporativa no Brasil – Evolução do compliance e das boas práticas empresariais nos últimos anos”, realizado pela consultoria Delloite em 2022, 73% das empresas brasileiras pretendem investir em treinamentos de compliance até 2024.
A crescente conscientização das organizações sobre compliance pode contribuir para o desenvolvimento das práticas internas de ESG, uma vez que o compromisso socioambiental também inclui o cumprimento de leis relativas à área.
Tecnologia e pessoas: boa convivência é aliada para a longevidade
Os investimentos em tecnologia também devem ser considerados pelas empresas que buscam longevidade no mercado. O uso de soluções tecnológicas permite otimizar processos, reduzir custos e falhas, aumentar a precisão e conferir agilidade à rotina.
No entanto, a tecnologia por si só não basta. Por isso, é necessário ter uma equipe capacitada para definir o uso estratégico dessas ferramentas. De acordo com a pesquisa “38 Tendências de RH para o Futuro”, feita pelo Copenhagen Institute for Future Studies, as empresas precisam desenvolver as competências necessárias aos colaboradores para uma convivência saudável e produtiva com as máquinas.
Outros pontos abordados no estudo mostram que as organizações deverão se planejar para atender a uma nova dinâmica de trabalho, com relações mais flexíveis e horizontalizadas, liberdade para os trabalhadores definirem seus horários e lideranças pontuais por projetos.
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