Vida e Saúde

Rompendo estereótipos: compreenda o autismo e sua complexidade

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Abril é marcado como mês de conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição que se caracteriza por déficits nos padrões comportamentais, estereotipados, e um repertório restrito de interesses e atividades que ficam evidentes nos primeiros anos de vida do indivíduo. Ou seja, ele afeta a maneira como o sujeito se comunica, interage e percebe o mundo ao seu redor. Mas vale lembrar que as manifestações variam dependendo do paciente.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 70 milhões de pessoas têm esse diagnóstico. Já segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima-se que exista cerca de dois milhões de pessoas com autismo no Brasil. 

Embora a causa exata ainda não seja totalmente compreendida, acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais desempenhe um papel importante. Motivos como idade dos pais e complicações durante a gravidez foram associados ao aumento do risco de autismo.

Com base no estudo “Investigação molecular por PCR da Síndrome do Cromossomo X Frágil em homens com transtornos invasivos do desenvolvimento”, da pesquisadora Adriana Barbosa Oliveira, a síndrome é resultante de mutações do gene Fragile Mental Retardation 1 (FMR- 7 1), que é responsável por expressar uma proteína essencial para as funções normais do cérebro. Sendo assim, a forma mais comum de atraso mental hereditário, com uma taxa de recorrência de cerca de 1 em cada 1000 indivíduos na população com diagnóstico positivo e nos casos dos autistas essa taxa pode chegar a até 20%. No entanto, ainda se fazem necessárias mais pesquisas e amostragens maiores para melhor compreensão do tema.

Como identificar?

O diagnóstico normalmente é realizado por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir pediatras, psicólogos e terapeutas. O processo de avaliação envolve observação cuidadosa do comportamento da criança, histórico de desenvolvimento e entrevistas com os pais ou cuidadores.

Mesmo que o transtorno não tenha cura, as intervenções precoces podem ajudar a melhorar a qualidade de vida como, por exemplo, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), terapia ocupacional e da fala.

Pesquisas recentes têm proporcionado uma compreensão dos mecanismos subjacentes ao TEA, levando a novas abordagens de tratamento e intervenção. Atividades baseadas em tecnologia, como aplicativos e jogos educacionais, estão sendo criadas para auxiliar a comunidade autista.

E muito se engana quem pensa que eles não podem ter uma carreira de sucesso. Diversos artistas nacionais e internacionais tem o transtorno e desempenham um papel incrível em suas profissões. Exemplos como o ator galês Anthony Hopkins; o empresário Elon Musk; a ativista Greta Thunberg; a cantora escocesa Susan Boyle; e o ator Wentworth Miller são algumas referências. 

Preconceito

Vejo que a luta é contínua. Hoje com apoio das mídias sociais, veículos de imprensa e representações nos principais meios de comunicação, ajudam a educar a sociedade sobre o assunto, além de promover a inclusão e a aceitação.

Apesar desses avanços, as pessoas com TEA ainda enfrentam desafios significativos, incluindo estigmas sociais, acesso limitado a serviços adequados e discriminação. Ao fazer uma simples busca nas notícias do Google podemos encontrar inúmeras matérias sobre agressões a estudantes com o espectro. Por isso, acredito que o preconceito está ligado à falta de informações e precisamos mudar esse cenário.

Principais desafios

Ainda existem diversos obstáculos como a desmistificação e concepções equivocadas dos estereótipos. São necessários alguns pontos para melhorar a conscientização como a promoção de uma educação pública mostrando necessidades e desafios, tanto entre o público em geral quanto entre profissionais de saúde, educadores e empregadores; acesso a recursos e apoio adequados, garantindo serviços de saúde, educação, emprego e auxílio à vida independente; inclusão social e comunitária; advocacia e empoderamento, assegurando que suas vozes sejam ouvidas e respeitadas; e por fim, reconhecer e celebrar os talentos, habilidades e conquistas deles, destacando suas contribuições únicas e incentivando uma cultura de valorização e respeito pela diversidade.

É importante reforçar que o autismo apresenta desafios, mas ao mesmo tempo, também oferece oportunidades para aprendizado e crescimento. Com o apoio adequado, eles podem alcançar seu pleno potencial e contribuir com a humanidade.

Priscila Gasparini Fernandes, psicanalista com especialização em neuropsicologia e neuropsicanálise

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