Arte

Sami Akl: “Quando coloco o papel no chassi, dou uma pele nova a esse corpo”

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Sami Akl é o filho mais velho dentre quatro irmãos. Nasceu no Brasil, na cidade de São Paulo. Cresceu no bairro do Brás, tradicional reduto de imigrantes. Brincou muito na loja do pai, onde transformava os suportes de madeira dos tecidos em armação de pipa, que depois fazia subir ao céu. Todas voaram e voam até hoje. A habilidade com projetos e a fluência em aerodinâmica, naquela época, eram sinais sutis da vocação de arquiteto que, mais tarde, iria tomar força e virar sua primeira profissão.
Enquanto a arquitetura crescia com Sami, os desenhos também exigiam espaço no seu coração. Começou com rabiscos sobre bobinas de papel, aos cinco anos. Seus primeiros modelos foram os amigos do pai e as cenas do seu cotidiano, conversas em árabe que ele ainda não entendia, seu mundo de criança. A cada traço, Sami semeou outro talento, que também germinou.
Depois, vieram as pinturas em óleo sobre tela e as pesquisas de técnicas (aquarela, acrílico e até maquiagem) e temas (viagens, memórias, pessoas). As esculturas e o design de móveis, como uma bela cadeira de meditação com palha cearense, herança de uma temporada em Fortaleza.
Com a experiência adquirida, desenvolveu uma técnica mista, sofisticada e única, que une colagem, pintura e desenho em suas obras. Pode, assim, passar para suas telas uma nova interpretação pictórica de rostos e cenas que o atraem.
Seus trabalhos correm o mundo, como em voo livre, por exposições, lojas e nas mãos de marchands e colecionadores. Traço que garimpa novos fãs, no tempo-espaço pelos quatro cantos do mundo.
Em 2006 foi selecionado para a Bienal de Santos; em 2007, recebeu o Prêmio Aquisição da Temporada de Exposições, no Centro Cultural São Paulo, e também participou da Documenta 12 Magazine, em Kassel, na Alemanha, e de várias exibições pelo mundo — sendo a mais recente em Berlim, na Stroke Art.
‘’Quando coloco o papel no chassi, dou uma pele nova a esse corpo. Em algumas partes ainda se vê a textura da tela por baixo do papel. As rugas provenientes da colagem representam o tempo e a fragilidade humana e a impressão da imagem no papel é o signo que representa qualquer rosto, em que atrás se encontra um único ser, uma única alma.’’

Por Jade Matarazzo

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