Economia Vida e Saúde

O cuidado com a impulsividade na hora da compra

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Por Natália Cunha

Invariavelmente, nossa vida financeira sofre a sobreposição da emoção, e não é de todo mal esse sentimento, pois muitas vezes ele decide e coloca um ponto final em nossas decisões difíceis. O problema mesmo é o descontrole, se expor aos estímulos que nos fazem comprar quando nossos hábitos já estão enraizados. 

E o que diminui essa impulsividade de forma efetiva é o planejamento financeiro. Na psicologia econômica, estudamos dois sistemas de processamento cerebral para tomadas de decisões.

O sistema 1, ele é rápido, inconsciente, age no automático, com base na emoção, associando o que está acontecendo na hora e com isso acaba agindo por impulso.  Ele não pensa no depois, nem quais serão as consequências daquele ato.

Já o sistema 2 é mais lento, mais lógico, mais consciente, age na razão, calcula o custo-benefício daquela tomada de decisão.

Se eu decidir ir ao shopping comprar uma calça jeans, por exemplo, e estiver com o cartão de crédito, que tem um limite disponível para gastar além daquilo que eu realmente posso, eu posso acabar agindo na emoção quando eu encontrar, por exemplo, uma blusa que gostei muito. Dessa forma, eu posso desviar do foco que era comprar apenas uma calça jeans, e agir por emoção, no impulso e comprar também a blusa porque eu estava com o cartão de crédito disponível, sem avaliar se terei dinheiro para pagar a fatura do cartão de crédito.

É preciso fazer com que algumas coisas fiquem mais difíceis, de difícil acesso, para consequentemente conseguir entrar no lado da razão e tomar melhores decisões financeiras. 

Dentro desse exemplo, se eu vou ao shopping comprar uma calça jeans, a estratégia para não gastar mais do que o planejado, é ir somente com o dinheiro para essa compra ou ir com o cartão de crédito com um limite disponível apenas para essa compra. Isso fará com que eu não aja no impulso comprando o que não foi planejado.

Colocar algumas barreiras fará com que você vá para casa, pensar se realmente faz sentido comprar aquele outro item que se interessou e principalmente se caberá no orçamento.

Isso acontece em diversas situações da nossa vida, não só na financeira. Outro exemplo, se eu estou numa dieta e deixo um brigadeiro ao meu alcance, eu não vou pensar que estou de dieta e não posso comer, eu acabo agindo na emoção, no impulso. Isso acontece em várias decisões ao longo da nossa vida.

Por todos esses motivos, o planejamento financeiro é muito importante porque dá uma clareza grande da troca intertemporal que você está fazendo: Presente x Futuro, analisando o que importa mais.

Essa organização permite-nos entender aonde queremos chegar, o que já facilita a tomada de decisão.

Em minhas consultorias, eu costumo dar algumas dicas que podem ser aplicadas no dia a dia que fazem com que nos mantenhamos na meta. 

Por exemplo, se eu tenho cartão de crédito, coloque um Post-it®️ lembrando qual é o meu objetivo financeiro. Na hora de tomar uma decisão, esse Post-it®️ vai me lembrade barrar o sistema 1 e conseguir agir no sistema 2.

A psicologia econômica é muito importante, para o autoconhecimento, pois com ela passamos a entender quais são os nossos limites, quais são as situações que podem nos levar a gastar além daquilo que deveríamos, daquilo que realmente precisamos, porque ela proporciona esse autoconhecimento em relação às finanças e desejos.

*Natália Cunha é administradora executiva, formada pela Universidade Anhembi Morumbi e formação em Psicologia Econômica pela Vértice (Instituição de Psicologia Econômica e Ciências Comportamentais).  Atuou em mais de seis anos na área financeira corporativa. E há três anos atua como Consultora Financeira na Plano Fintech, empresa que ajuda pessoas a manterem uma relação equilibrada com suas finanças.

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