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Nem tudo é arte moderna

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Por Marcelo Rio

No vasto mundo da arte moderna, muitas obras de gosto duvidoso são expostas em museus e galerias e vendidas por preços astronômicos, fazendo com que os mais céticos se questionem se é possível separar o que é arte do que engodo?

Em 2019, na Art Basel em Miami, a obra “Comediante” do artista italiano Maurizio Cattelan, gerou polêmica e fez muita gente torcer o nariz, pois se tratava de uma banana de verdade colada com uma fita adesiva cinza na parede. Mais absurdo ainda era o seu valor: U$ 120 mil dólares.

Para muitos, Cattelan estava sendo irônico com o segmento da arte moderna, mostrando como qualquer coisa mesmo pode ser aceita como obra e exposta em um museu. Mas também houve quem visse nisso uma forma dele se tornar famoso e ganhar dinheiro, pois além dessa, o artista também já apresentou outras obras de gosto para lá de duvidoso como um Cavalo taxidermizado pendurado na parede; um vaso sanitário de ouro, que ganhou o nome de “América”; uma escultura de Hitler de joelhos; dentre outras.

Pinta como um primata

Em diferentes momentos, algumas pessoas decidiram testar o mundo da arte moderna para ver se a nata cultural realmente sabia separar o joio do trigo. Um dos casos mais famosos ocorreu na década de 1960, quando um jornalista sueco apresentou uma série de pinturas afirmando ser de um desconhecido artista de vanguarda francês chamado Pierre Brassau. A maioria dos críticos rasgou elogios às obras que foram exibidas na Galeria Christinae de Göteborg. Um dos especialistas afirmou que Brassau “pintava com pinceladas poderosas, mas com clara determinação” e que “era um artista com a delicadeza de um bailarino”.  O problema é que o tal artista, na verdade, era um chimpanzé de quatro anos e quando a verdade foi revelada, muita gente no mundo das artes ficou sem saber onde enfiar a cara.

Pegadinha teen

Em 2016, dois adolescentes estavam no San Francisco Museum of Modern Art (SFMOMA) e ao verem certas obras, ficaram com a sensação de que também poderiam fazer aquilo. Rapidamente, um teve a ideia de colocar seus óculos de grau no chão como se fosse uma obra sendo exposta e em pouco tempo, vários visitantes pararam para apreciar e fotografar. Ao postar o feito na internet, a brincadeira se tornou viral.

Arte mesmo?

Mas há muitos casos em que não há nenhum tipo de “pegadinha” por trás da obra e o artista apresenta sua criação como se fosse realmente algo fantástico e, pior, em muitos casos, acaba sendo bem recebido por crítica e público. Uma criação absurda acaba valendo milhares ou milhões de dólares e acaba servindo de inspiração para que centenas de outros pseudoartistas possam tentar repetir o mesmo. Apenas como exemplo, vale citar a “obra” de outro italiano, Piero Manzoni, que em 1961, lançou a “Merda de Artista”, uma coleção de 90 latas lacradas que continham suas próprias fezes. Por incrível que pareça, houve quem achasse que isso era arte e até os dias atuais, as tais latas seguem fazendo sucesso, em 2017, uma delas foi vendida por 124 mil euros. Depois dele, centenas de outros “artistas” também resolveram criar obras escatológicas, com sangue e outros excrementos, claro que a grande maioria fracassou, mas de vez em quando, surge alguém que consegue fazer sucesso.

A conclusão que podemos chegar ao falarmos em arte moderna, é que apesar da liberdade de criação, público e principalmente os especialistas devem ser sempre cautelosos antes de classificar uma obra como “provocativa”, “revolucionária”, “sensacional”, pois, em muitos casos, é apenas o mais completo exemplo de alguém sem criatividade querendo se passar por artista. Enquanto isso, muitos grandes artistas seguem anônimos esperando um olhar capacitado para suas obras.

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