Wal Reis

Autoestime-se

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Autoestime-se: cuidado com a mania quase incontrolável de se atribuir defeitos

Não, você não é gorda, nem magra, nem baixa ou alta demais. Não tem nada de errado com seu cabelo e nem com sua pele. A única coisa errada nisso tudo é seu olhar pouco amoroso com você mesma.

Falta à maioria de nós, mulheres, encarar a autoimagem com mais tolerância, buscando o melhor ângulo e os pontos fortes e não só para sair bem na foto. Mas para se sair bem na vida porque a confiança em si mesmo é o ponto de partida para muitas conquistas e também armadura para se esquivar de ataques.

As pessoas nos enxergam por nossas próprias lentes, daí a importância de acertar o foco. Um exercício e tanto para quem aprendeu a colecionar autodefeitos como uma espécie de patrimônio torto.

Pode reparar: estamos sempre prontas a apontar um dedo inquisidor sobre nossas cabeças, denegrindo, principalmente, nossa aparência. Chega a ser cruel essa falta de tolerância com quem somos, esse acabrunhamento que nos empurra para baixo, obrigando a ver os outros – ou outras, no caso – maiores e melhores.

O problema é que a gente faz isso meio sem pensar, numa espécie de piloto automático. Se alguém lhe pergunta o que mudaria no seu rosto e corpo, a lista não contém menos do que dois ou três itens. Porém, quando a indagação é sobre os traços admiráveis, a gente se complica e emudece. Porque temos o péssimo hábito de cultivar a autodepreciação, como se a valorização do patrimônio fosse leviana e egóica e nunca treinamos o outro lado, aquele sobre ver com bons olhos aquela estranha que te olha cheia de desconfiança no espelho.

Espelho, espelho meu

Mas nada é por acaso. É cultural: aprendemos, com a história da Branca de Neve – para citar uma das pequenas lavagens cerebrais sofridas na tenra infância – que quem se autoproclamava bela era a bruxa, a malvada, a assassina de mocinhas doces. Então, nosso espelho mágico foi sendo programado para priorizar defeitos, uma vez que enxergar o belo nos ligaria irremediavelmente ao abominável, à malvadeza. Fomos doutrinadas que a beleza deve ser admirada apenas pelos outros e nos outros, sob pena de nos transformarmos nas anti-heroínas da história. Olha que loucura isso!

Como se ao valorizarmos o que há de bom estivéssemos incorrendo num pecado capital, que nos distancia da humildade, quando uma coisa não tem nada a ver com a outra. A gente merece experimentar a doce sensação de empoderamento, quando vestimos aquele vestido cuja cor realça o nosso melhor e sair desfilando autoestima por aí. “Nossa, que metida: se acha aquela ali…”, dirão as más línguas. Mas é isso mesmo: se ache. Para nunca mais se perder de quem você é.

*Wal Reis é jornalista, profissional de comunicação corporativa e escreve sobre comportamento e coisas da vida. Blog: www.walreisemoutraspalavras.com.br

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