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( votes)Estamos chegando ao final de 2022. Parece que depois dos meus 50 anos de idade, os dias passam voando e não encontro tempo para fazer tudo aquilo que eu planejei fazer no começo do ano. Algumas das minhas resoluções artísticas ficarão para o ano que vem e olhe lá!
Antes do Covid-19, eu estava super envolvida com a “arte per se”. Era convidada a atender exposições, organizar eventos de arte, organizar eventos de caridade, ir à inauguração de galeria de arte, show em museus e tudo o mais. Hoje…ah…hoje eu voltei a ser a ermitã que eu era em 2014. Voltei a trabalhar de casa, fui convidada a escrever esta coluna (escrevo o que quero e ninguém fala nada! Obrigada Aninha) e adoro ficar no meu canto apreciando a vista maravilhosa que tenho do meu terraço. Será que isso é sinal de que eu estou ficando velha? Por favor, se é isso, me tirem daqui! Quero pintar, dançar e rolar!
Mas o que importa é que o mundo continua girando e as pessoas ganhando seus milhões e milhões de dólares vendendo arte, a ermitã aqui pode esperar mais um pouquinho. Época muito boa para nós artistas visuais brasileiros aqui no sul da Flórida, foi entre 2015 e 2019. A cidade não parava. Todo mundo animado com suas exposições e festas. Todos nós reunidos e felizes por estarmos unidos nessa batalha diária de artista. Hoje nossas correntes foram rompidas não sei por que (sei sim, foi culpa do Covid). Cada um está no seu canto e tentando dar o seu melhor. Alguns desistiram da profissão e alguns tiveram sorte e um incansável e imenso sucesso.
Tiro o meu chapéu a vocês que se sobressaíram nesses últimos 3 anos! Sei que o Ton Costa lançou em Nova Iorque, uma coleção de moda- “Arte em Movimento Wearable Art by TON’S”, lindíssima tendo as suas obras de arte como estampa. A Mônica Mendes não parou para descansar um só minuto. Essa artista que eu adoro já apresentou sua coleção de 22 telas a óleo retratando a nossa cultura popular mineira e nomeada por ela de “Catopezera O Som Das Cores”, em várias partes do Brasil e aqui na Flórida; a querida “Clarinha” Clara Piquet, com sua arte indígena, também se empenhou em manter viva a imagem do nosso Brasil em várias exposições pós-Covid aqui no Sul da Flórida; o duo Cecília Thibes e Fernanda Dabus –Dabus&Thibes- pintando o sete com trabalhos abstratos contemporâneos de tirar o fôlego, e trabalhando com home designers; a Liz Wood, Karo Delgobo, Messi Schneider aqui na Flórida, e o Alex Korolkovas em Nova Iorque bombando no mundo da fotografia, e muitos outros que por aí estão de uma maneira ou de outra atuando nesse cenário colorido.
A arte não para e nunca vai morrer. Precisamos constantemente de artistas e necessitamos respirar arte. Ela cura e alegra nossas almas. Ela ressuscita um ambiente morto e coloca o sorriso no lugar certo. Por que vocês acham que a arte movimenta bilhões de dólares por esse mundão afora? Querem ver?
O rendimento de belas-artes dos leilões globais em 2022 atingiu até agora um número absurdo de US $7,49 bilhões em vendas. Foi o 5º período mais próspero do mercado de arte já registrado. O que vocês acham, heim? Um aumento de 8,8% em relação ao primeiro semestre de 2021.
- Um recorde de 326.000 lotes vendidos no primeiro semestre de 2022 contra 313.400 no primeiro semestre de 2021.
- A Christie’s conquistou o segundo melhor resultado de leilão de arte de todos os tempos, com US $195 milhões.
- Faturando US $3,27 bilhões, Nova York é obviamente o principal mercado do mundo. Em segundo, Londres que faturou US$1,43 Bilhões e em terceiro lugar, Hong Kong que levou US $610 milhões. Não muito atrás, outros países levaram só alguns míseros milhões de dólares.
- A Christie’s e a Sotheby’s respondem por 38% do faturamento global da venda de arte.A Coleção Macklowe se tornou a coleção mais cara já vendida no mundo, gerando US $922 milhões.
- 180 NFTs vendidos em leilão geraram US $8,5 milhões (para nós que somos pintores de telas…Booooo!).
Agora quero falar dos que não são artistas, mas gente que eu admiro e que batalha incansavelmente pelo artista visual: As queridas Maria Fulfaro e Flavia Macuco do “The55project” cuja missão do é aumentar a visibilidade dos artistas plásticos brasileiros por meio de um “calendário de eventos” que inclui projetos individuais, exposições coletivas, residências, arte pública, palestras etc.
O projeto tem o compromisso de enriquecer as artes, apoiando a arte contemporânea, estabelecendo parcerias com organizações locais que têm o mesmo foco de educar. Tiro o meu chapéu pelo que essas duas já fizeram por artistas brasileiros junto ao seu time.
Os amados Carlos Borges, Andrea Viana e todos que trabalham na Fundação Focus Brasil pelo excelente trabalho junto a comunidade brasileira literalmente promovendo a arte em todas as suas formas. Jade Matarazzo e seu time de mulheres maravilhosas pelo lindo trabalho que anda fazendo no RedDot durante o “Art Basel week”. Falando em mulheres maravilhosas, o “The Power House Miami” vem aí! Aguardem o novo empreendimento da Jade junto a Giuliana Brandão, Alessandra Gold e Sam Bernstein. O novo local no Miami Design Distric será uma mescla de galeria de arte com desfiles de moda, fotografia e comes e bebes. A inauguração do “The Power House Miami” está prevista para novembro deste ano!
Já que o fim de ano está chegando, vou falar um pouquinho do “Art Basel” que estará celebrando o seu aniversário de 20 anos em Miami Beach, o evento como sempre, acontecera em Miami Beach nos dias 1,2 e 3 de dezembro (com prévias para os VIPs nos dias 29 e 30) A feira revela a sua lista de 283 galerias de primeira linha, vindas de 38 países e territórios, e incluindo 26 galerias de primeira viagem.
Dentre elas estão seis galerias brasileiras. A galeria Luisa Strina representando 11 brasileiros; a galeria Fortes D’Aloia & Gabriel representando nomes altamente reconhecidos como a Adriana Varejão e nossa querida Beatriz Milhazes; a galeria, A Gentil Carioca com mais de 15 artistas, dentre eles Aleta Valente, Maria Nepomuceno, José Bento apresentando trabalhos inéditos onde o tema “Flutuação” mostrará obras de arte suspensas no ar; a galeria Gomide & Co expondo nossa arte brasileira como tema e trazendo artistas como Chico da Silva, Lenora de Barros, Lygia Clark e muitos outros.
A Mendes Duo DM apresenta uma seleção de destaques do seu programa, seguindo a intenção de expor artistas internacionais e brasileiros em um contexto propício ao diálogo crítico e à polinização cruzada. Entre eles estão Lucas Arruda, Sonia Gomes, Heidi Bucher, Neïl Beloufa, Paloma Bosquê, e outros. A galeria Nara Roesler traz a apresentação solo de Carlito Carvalhosa, um dos mais inspirados artistas que atuaram no Brasil desde o início dos anos 1980, e cujo trabalho está atualmente em exposição no local da galeria em Nova York, e finalmente a Paulo Kuczynski Escritório de Arte trazendo seus artistas mais do que famosos que já se foram como Cruz Diez, Portinari e Di Cavalcanti, e alguns atuais como Claudio Tozzi e Cido Meireles.
Todas estas galerias promovem a internacionalização do mercado brasileiro de arte contemporânea que conta hoje com mais de 60 galerias de arte do mercado primário, localizadas em sete estados brasileiros e Distrito Federal, que representam mais de 1.800 artistas contemporâneos.
A “Art Basel” se estenderá além do salão de exposições, com um programa cultural vibrante que estará presente por toda a cidade.
A edição do 20º aniversário marca duas décadas de crescimento e impacto da “Art Basel” como cultura fundamental no sul da Flórida, nas Américas e além.
Não vejo a hora da “bagunça organizada” começar!
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