Maria do Carmo Fulfaro
Entrevistas EUA

A voz da arte brasileira no Broward Center

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A “inquieta”, (como ela mesma se define) Maria do Carmo Fulfaro, queria abraçar o mundo desde muito jovem. Aos 15 anos, já dava aulas de balé moderno, fez teatro infantil, e chegou a entrar na faculdade de psicologia, mas se apaixonou pelo jornalismo, quando trabalhou na TV Bandeirantes em São Paulo e se dedicou à profissão de corpo e alma. De telefonista a produtora e jornalista esportiva da emissora, Maria construiu uma carreira sólida que hoje é base de seu trabalho como gerente de marketing e vendas do Broward Center for the Performing Arts, um dos maiores e mais respeitados centros culturais dos Estados Unidos, com sede em Fort Lauderdale.
Conheça um pouco da história de sucesso dessa paulistana nesta entrevista para a Acontece Magazine.

Maria, como você iniciou a sua jornada profissional no Brasil?
Comecei trabalhando na Band no programa “Show do Esporte”, depois passei para produtora do programa e me apaixonei pelo jornalismo esportivo. Como repórter conheci muitos lugares e aprendi muito com um grande mestre, o Luciano do Valle. Tive sorte de participar dos “anos dourados” do esporte da Band e fui repórter cobrindo Fórmula Indy, Olimpíadas em Barcelona, NBA, futebol americano, finais de Super Bowl e Copa do Mundo na Itália e nos EUA. Enfim, televisão foi minha vida durante muitos anos e uma das minha maiores paixões.

Com uma vida profissional realizada no Brasil, porque decidiu viver na Flórida?
Vim para os Estados Unidos porque o Luciano do Valle resolveu abrir uma produtora de vídeo para dar apoio às transmissões internacionais. Vim para montar a produtora, a Luqui Television, e acabei me entusiasmando e aos poucos mudando de “home”. A minha mudança foi muito gradativa, nunca “mudei para cá”. Fui ficando e ficando por conta de projetos, transmissões, eventos e, quando me dei conta, já estava morando mais aqui do que no Brasil.

Quais foram os seus maiores desafios para continuar a carreira jornalística em Miami?
Meu maior desafio era equilibrar a vida de repórter e tocar a Luqui Television, que contava com editores de texto, editores de imagem e apresentadores, entre outros profissionais. Durante quase 7 anos, de 1991 a 1997, tínhamos uma programação diária em português com segmentos de jornal, esporte e cultura para a comunidade brasileira de Broward e Miami-Dade. Naquela época não tinha a Globo Internacional, e a Luqui era uma referência importante na vida do imigrante brasileiro.

Quando começou a trabalhar com eventos brasileiros?
Morando aqui, passei a fazer também produção de eventos, como pecas de teatro (“Dona Doida” com Fernanda Montenegro, “Trair e Coçar é só Começar”, “Um Gordo em Concerto” com Jô Soares, shows de Toquinho, Ivan Lins, Lulu Santos, Alcione, João Bosco, Jorge Benjor, e muitos outros). Fiz também os primeiros festivais de culinária no Hotel InterContinental, trazendo o Bargaço da Bahia, Taste of Recife, Dona Lucinha de Minas e outras edições para o festival.

Quando e como surgiu a oportunidade para trabalhar no Broward Center for the Performing Arts?
Em 2000 fui contratada pelo Broward Center para fazer o marketing do primeiro show brasileiro, o Brazil Night, com Gal Costa, e depois do grande sucesso desse evento vieram as edições do Brazil Night II, III e vários outros shows brasileiros, como os de Milton Nascimento, Alcione, Zélia Duncan, Gilberto Gil e outros. Na verdade, eu fui responsável pela aproximação do mercado brasileiro com o Broward Center, incluindo oportunidades de patrocínios de grandes empresas como TAM Airlines, Embraer, Projeto Jobim Sinfônico com o Painel State to State e a vinda do governador Alckmin a convite do então governador da Florida, Jeb Bush, e a coordenação do projeto Ponto de Cultura/Ministério a Cultura do Brasil, com a vinda do ministro Gilberto Gil e de representantes do Itamaraty para assinatura do contrato/acordo numa solenidade no Broward Center.

O Broward Center é sede da maior premiação brasileira nos Estados Unidos, o Brazilian Press Award. Como aconteceu essa parceria?
O Broward apoia iniciativas que divulgam a cultura, como o Focus Brasil (patrocinando há 10 anos) e o Brazilian International Press Award, que patrocina há 15 anos. Recentemente, participei do fechamento de uma parceria com a LANTAN para o LAN&TAM Club Level, do Broward Center. Isso tudo ajuda a manter a visibilidade do Brasil neste incrível mercado de cultura diversificada do Sul da Flórida.

Como divide o seu tempo entre o trabalho e a família? Por exemplo, cuidar da carreira da filha, Gabrielle, premiada golfista infantil nos EUA?
Vivo buscando processos para gerenciar melhor meu tempo, mas descobri que às vezes não tem jeito, a gente tem que aprender a priorizar. Minha família é minha prioridade. Até porque, é a minha base, meu alicerce. Temos um projeto familiar, que é a carreira da Gabi no golfe, enquanto ela quiser e tiver disposta a seguir este sonho, estaremos dando todo apoio possível. Tenho vários finais de semanas por conta do golf, dando apoio logístico, emocional ou até mesmo só dirigindo o carrinho e levando os equipamentos (risos).

O que você mais admira no país que escolheu para viver ?
A segurança, como poder morar aqui sem a preocupação de assalto e sequestro. Este é um país grande, complexo, cheio de falhas e contradições, mas seus princípios e fundações continuam os mesmos. Há respeito pelos idosos e há consciência do trabalho voluntário, além de muitas outras coisas que possibilitam as pessoas a terem planejamento de vida.

Voltaria a viver no Brasil?
O Brasil é a minha pátria amada. Tenho uma relação de amor e decepção constante. Sou brasileiríssima, tenho orgulho da minha cultura, da arte, da música, do meu povo alegre, alto astral, mas por outro lado sinto muita vergonha da corrupção desavergonhada e da faxina de fachada.

Quais seus planos profissionais?
Além das minhas atividades no Broward Center fazendo marketing de shows, venho investindo também nas minhas atividades de consultoria de marketing com foco nas artes visuais. Nesta área, acumulei experiências quando inaugurei e gerenciei por quase 4 anos a Solange Rabello Gallery. Tenho um projeto em parceria com a fotógrafa Jade Matarazzo, que é o ArtBrazil, este ano já na sua 3ª edição, que contará com mais de 50 artistas no ArtServe de Fort Lauderdale. Dou assessoria de marketing e estratégia para alguns artistas, e esse trabalho tem me dado bastante prazer.

Por Connie Rocha – Foto: Jade Matarazzo

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