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Madeiras dos escombros do Museu Nacional viram arte documentário

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“Fênix: o voo de Davi” conta a história do bombeiro e luthier que construiu instrumentos musicais com restos de madeira remanescentes do incêndio

Das cinzas à esperança. No dia 2 de setembro de 2018, o Brasil viveu um dos mais tristes episódios de sua história cultural, quando um devastador incêndio atingiu o Museu Nacional/UFRJ, no Rio de Janeiro, e dizimou grande parte de um acervo emblemático. Mas onde muitos só viam destroços, alguém viu a possibilidade de fazer arte. Essa história de transformação e recomeços é tema do documentário ‘Fênix: o voo de Davi’, produção original do Globoplay em parceria com a GloboNews, que o canal disponível nos EUA no Globoplay, exibe no domingo, dia 29, às 22h (horário da costa leste). Na plataforma, será disponibilizado  no dia 2 de setembro. Com direção e roteiro de Vinícius Dônola, João Rocha e Roberta Salomone, o documentário apresenta o bombeiro e luthier Davi Lopes, que construiu instrumentos musicais com restos de madeira remanescentes do incêndio, e produziu música e amor a partir de pedaços de móveis e vigas queimadas na grande tragédia.

A jornada de Davi foi documentada desde setembro de 2018 e, desde então, foram confeccionados cinco instrumentos – dois violões, um bandolim, um cavaquinho e um violino – que serão entregues ao Museu Nacional/UFRJ. O filme mostra todo o processo de busca do material em meio aos destroços, o trabalho de luthieria e a finalização dos instrumentos, que ganharam padrinhos famosos como Gilberto Gil, Paulinho da Viola, Nilze Carvalho, Paulinho Moska, Hamilton de Holanda e Felipe Prazeres.

“O público pode esperar no filme brasilidade, cultura, relevância jornalística e emoção, tudo embalado pelas músicas, a emoção dos artistas que abraçaram o projeto e imagens de grande impacto”, conta Fátima Baptista, chefe de redação da GloboNews, responsável pela supervisão da obra, que teve parte desenvolvida durante a pandemia, seguindo rígidos protocolos de segurança.

Davi Lopes lembra que o incêndio mexeu diretamente com ele, que frequentava o Museu quando era jovem. “Passei a minha infância indo ao Museu e, anos depois, levei as minhas filhas muitas vezes. Sempre fui apaixonado por aquele lugar. Por isso, ser bombeiro e ter vivenciado o incêndio de perto foi muito difícil. Fiquei arrasado. Depois, pensei que, se pegasse algumas madeiras do rescaldo, poderia fazer reviver a importância do local através da arte, da música. A madeira estava totalmente queimada, mas eu tinha certeza de que uma parte dela poderia trazer algo de bom. E foi exatamente o que aconteceu. O sentimento que tenho é de vitória e de emoção. É a certeza de que nos momentos mais terríveis, podemos ver uma luz no fim do túnel e renascer. Das cinzas”, afirma o luthier.

Após autorização do Museu Nacional/UFRJ para selecionar e identificar materiais que pudessem ser aproveitados para a confecção dos instrumentos, o suboficial dos bombeiros transformou, por exemplo, restos da porta da bilheteria, de jacarandá, nos fundos e laterais dos violões, do bandolim e do cavaquinho. A maior parte do material usado estava no interior do prédio do Museu, como os batentes de pinho-de-riga e uma viga de braúna, raros na natureza. O trabalho cuidadoso de Davi ainda permitiu que partes de uma de uma viga do Torreão Sul, originalmente os aposentos de D. Pedro II, virassem as escalas de um violão clássico e de um cavaquinho.

‘Fênix: o voo de Davi’, é mais um investimento do Globoplay em documentários originais. No catálogo da plataforma, já estão títulos como “Em Nome de Deus” e “Caso Evandro”. A série é mais uma produção em parceria com o Jornalismo da Globo e da GloboNews, que já lançou “Marielle, o documentário”, “Cercados” e “voluntário ****1864 – quem são os anônimos da vacina?”. Um vasto material com as diversas vertentes desse gênero, como séries documentais de crimes, biografias de personalidades, apuração jornalística, esporte, saúde ou música.

Já a GloboNews, que comemora 25 anos em outubro, produziu desde 2014 mais de 70 documentários com Globo Filmes, Canal Brasil e Globoplay. Títulos que mereceram indicações em festivais nacionais e internacionais como o Emmy Internacional (com “Torre de David”, em 2015; “Síria em Fuga”, em 2016; e “Aliados”, em 2020). A lista inclui ainda renomadas produções como: “Cidades Fantasmas”, “Libelu” e “Cine Marrocos” – vencedoras do Festival É Tudo Verdade –, e “Marinheiro das Montanhas’, único filme brasileiro selecionado para o Festival de Cannes de 2021.

Fotos: Bombeiros

Paulinho da Viola

Gilberto Gil

Crédito: Globo/ Divulgação

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