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( votes)O empresário do mês desta edição é um apaixonado pela arte do futebol. Nasceu em São Paulo, mas desde criança foi viver em Recife e, aos 6 anos de idade, já jogava futsal. Com 16, foi para o futebol de campo, no qual jogou até os 35. A mudança para os EUA aconteceu há 20 anos, dessa vez para ensinar e trabalhar com o futebol. O empresário Luciano DaSilva é coach e dono da Brazil Soccer Academy, escola de futebol para jovens brasileiros e de outras nacionalidades com um sonho em comum. O pai de Luciano, também jogador, foi a sua maior inspiração, não só no gramado, mas em todos os aspectos da vida, principalmente na importante missão de formar jogadores profissionais e cidadãos do bem. Confira mais na entrevista.
Além de ensinar a jogar na Brazil Soccer Academy, que outros valores são passados aos alunos da academia ?
Ajudamos na formação deles como cidadãos, para que depois venha o futebol. Mostramos a eles valores como a fé em Deus, em primeiro lugar, boas notas na escola, obediência em casa e ter sempre um bom caráter e ser uma pessoa do bem. Isso faz parte da formação do atleta, se não for assim, não adianta colocar cones e uma bola no campo, isso qualquer pai vai lá e faz .
Vocês gerenciam a carreira dos seus alunos, quando estes se tornam jogadores profissionais?
Temos uma empresa que cuida disso e eu também cuido disso, pessoalmente. No ano passado mandamos quatro atletas para Portugal. Hoje temos portas abertas para eles no Brasil, Bélgica, Alemanha, Portugal, norte dos Estados Unidos e Suécia. Quando mandamos os atletas para o exterior, não mandamos para conhecer estádios e tirar fotos, mas para treinar com as equipes principais dos clubes, com a intenção de ele ficar e se tornar um jogador profissional. Os pais precisam acordar e entender que aqui não tem futebol para os meninos. Eu não treino meus atletas para me dar troféus e títulos. Trabalhamos para que eles joguem em um clube e consigam bolsa nas universidades. Mas temos portas abertas em vários lugares nos EUA.
Os alunos da academia costumam receber benefícios quando chegam a universidades, como bolsas de estudo? Pode exemplificar alguns casos mais recentes?
Sim, trabalhamos para que tenham bolsas de estudos nas universidades americanas. Ainda não chegamos nesse ponto porque os atletas desistem, antes de chegarem à universidade . Essa é uma idade muito difícil, temos que trabalhar em conjunto com os pais, se não a coisa desanda. Mas temos um aproveitamento de 95%, em atletas que preparamos para o High School.
Além do ensino do futebol, vocês também cuidam desses alunos na vida escolar e familiar. Conte um pouco sobre isso.
Sim, e o ponto mais importante na formação do atleta é sua vida fora do campo, na escola, em casa e na rua com os amigos, e nisso pegamos pesado. Também em relação a jogos eletrônicos, mostramos o quão eles ficam doentes em estar em jogos e celulares. A partir dos 14 anos, não podemos só colocá-los no campo e depois esquecê-los. O coach tem que ser amigo do seu atleta, em primeiro lugar. Sou conhecido aqui como o “coach que grita” e ainda bem que tenho garganta para gritar. Mas todos que estão comigo hoje me entendem e são meus amigos, somos uma família.
Que dicas você daria aos pequenos investidores que sonham em trabalhar com esporte?
1 – Trabalhe duro e com amor. Não faça só pelo dinheiro.
2 – Não engane os pais dos atletas.
3 – Não coloque sonhos nas cabeças das crianças, se você não pode cumprir.
4 – Seja organizado.
5- Mostre resultado rápido aos pais, em relação aos seus filhos.
6- As crianças estão no campo acreditando em tudo o que você fala. Seja verdadeiro com elas.
Qual o segredo do sucesso nesses 20 anos da Brazil Soccer Academy e quais os planos futuros?
Trabalho com amor, sabendo realmente o que se faz e sendo honesto. Queremos abrir outras academias nos Estados Unidos, pelo menos umas dez Brazil Soccer Academy e estamos abertos a conversas também. Hoje temos uma academia de futebol de campo, que fica no Tradewinds Park e funciona às segundas, quartas e quintas, das 6 às 8 PM. E temos três academias de futsal em Boca Raton, Coconut Creek e Deerfield Beach. Atendemos meninos e meninas dos 3 aos 17 anos.
Foto: Cortesia/Focus Brasil
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