Stefano Carniato em frente ao Piola de Hallandale
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Fundador do Piola conta sua história de sucesso

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O italiano Stefano Carniato é um apaixonado pela gastronomia e pelo Brasil, e essa paixão tem nome e lugar: Piola. O fundador de um dos restaurantes/pizzarias mais famosos de Miami viveu no Brasil e chegou aos Estados Unidos em 1999, trazendo o Piola para a cidade. Hoje, além do Piola, Stefano, junto ao irmão Dante Carniato, é dono de uma rede de restaurantes espalhados pelo mundo, em países como Canadá, Brasil, México, Argentina, Chile, Honduras e Turquia (além, é claro, dos EUA). Caniato é dono e criador também do famoso Boteco de Miami, frequentado por brasileiros. O empresário conta nessa entrevista a Acontece Magazine um pouco da história de sucesso de seus restaurantes.

 

Stefano, conte um pouco da história do primeiro Piola em Miami e quantos restaurantes vocês têm hoje na Flórida.
Eu me mudei do Brasil para Miami no ano de 1999 e após perceber a grandiosidade da comunidade brasileira na Flórida e, ao mesmo tempo, a carência de um bom restaurante italiano com o “gostinho brasileiro”, decidi trazer o Piola para Miami. Naquele momento, o Piola já era um grande sucesso no Brasil e era frequentado por um público jovem e alternativo, celebridades e formadores de opinião. Hoje, nós temos quatro restaurantes Piola funcionando no Sul da Flórida e três em fase de construção.

 

O Piola é um mix do sabor de vários países, mas qual a verdadeira “nacionalidade” da casa?
Isso tudo é muito engraçado porque até hoje a maioria das pessoas não sabe! Até mesmo eu, as pessoas não sabem se sou italiano, se sou brasileiro… e eu adoro isso porque eu não quero que o Piola tenha um “selo”, quero mesmo que ela seja assim, internacional!

 

Qual o diferencial do Piola Miami para o Piola em outros países?
Realmente há poucas diferenças. Talvez o Piola da Argentina seja diferente na massa. No Brasil, fazemos “dois sabores”, e isso já não fazemos aqui nos Estados Unidos. Na Itália não cortamos a pizza… mas o cliente geralmente não consegue perceber essas pequenas diferenças. Na verdade, o cliente se encanta com o nosso menu multicultural, e isso para nós é o melhor.

 

Como os clientes americanos do Piola apreciam o toque brasileiro nas pizzas? (Caso da célebre “Rio de Janeiro”, com catupiry na receita.)
Eles adoram, e para nós é maravilhoso saber que podemos ensinar o americano a apreciar outras culturas. Adoramos o jeito que eles pronunciam as palavras “catupiry”, “guaraná” e “caipirinha”. Até criamos um manual para os nossos atendentes ensinarem os americanos a pronunciar essas palavras do nosso menu (risos).

 

Qual a chave do sucesso do Piola?
Eu acredito que é o fato de sermos italianos mas também abertos a abraçar diferentes culturas de vários países. Também acho que conta o ambiente dos nossos restaurantes, a decoração e ser um lugar agradável para passar algumas horas com a família, amigos, namorado ou até sozinho. Além de termos um ótimo produto. Estamos sempre tentando oferecer o melhor serviço a preços acessíveis.

 

Agora conte um pouco da história do Boteco Miami.
O Boteco de Miami surgiu em uma conversa com um amigo que me disse: “Quero sair hoje mas não quero ir a um restaurante fino, quero ir a um lugar como um ‘boteco’!”. E depois de ouvir isso por duas ou três vezes, eu e um dos meus funcionários – hoje meu sócio – decidimos fundar o Boteco, que tinha como objetivo não ser nada parecido com um lugar sofisticado, mas ter cara de “boteco brasileiro” mesmo, para todo mundo, inclusive para mim e esse meu amigo (risos). Boteco é geralmente um lugar aconchegante, livre e que você encontra em diversos cantos do Brasil, um lugar para todo mundo. E, coincidentemente, a palavra Piola significa “um lugar para todo mundo”… uma feliz coincidência.

 

Planos para novos Piola e Boteco na Flórida?
Temos planos de abrir mais três restaurantes Piola este ano e talvez mais um Boteco chegando por aí.

 

O que você mais aprecia na gastronomia brasileira?
As milhões de diferentes receitas que você encontra entre o Sul e Norte do Brasil, além da culinária do centro do país. Adoro essa mistura de sabores e a simplicidade. A mais importante para mim é, sem dúvidas, a feijoada, principalmente pela sua história, como eles trouxeram um prato típico da época da escravidão, para as mais requintadas mesas de restaurantes sofisticados de hoje. Tudo isso, além da música, me “arrepia”.

 

Com a sede do Piola na Itália e tantos restaurantes espalhados pelo mundo, onde você fica a maior parte do seu tempo?
Eu vivo em Miami e viajo muito, e decidi montar o meu escritório em Wynwood (Miami) porque eu e meu irmão não queríamos ficar só na Itália. Queríamos viajar o mundo e amamos os países da América do Sul também.

 

Qual a sua proximidade com a comunidade brasileira na Flórida?
Acho que sou bem próximo, principalmente lá nos anos 90, quando cheguei e dividi as mesmas experiências com vários imigrantes brasileiros, os problemas, as alegrias e eventos como o Brazilian Film Festival. Estive muito próximo dos brasileiros nessa época. Adoro passar o meu tempo ao lado de brasileiros, tenho até mais afinidade com eles do que com meu próprio povo, os italianos. Talvez por ter vivido seis anos no Brasil, aprendi a amar o país, a cultura, a música e a alma do povo brasileiro.

 

O que é mais importante para se tornar um empresário de sucesso no exterior?
Muito trabalho, horas de dedicação, sacrifício e, claro, muita sorte.

 

O que você mais aprecia na vida em Miami?
Ah, primeiro o Piola e o Boteco! (risos) Gosto muito do clima, principalmente do inverno ameno da Flórida. Adoro Miami, mas também adoro cidades como Nova York, São Paulo, Rio, Buenos Aires, e é claro, “the old lady, Italy!” E como os brasileiros dizem: gosto mesmo é de “paz e amor!”

 

Por Connie Rocha – Fotos: Antonio Martins

 

Pizzaiolo em ação no Piola de Hallandale

 

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