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( votes)A publicidade da moda, ao longo dos últimos anos, evoluiu para uma entidade artística própria. Em um mercado saturado com imagens descartáveis, hoje o sucesso de uma grife vem da longevidade estética. Aqueles logos carregados de glamour não mais ajudam na recuperação dos lucros de “megabrands” como Prada, Gucci, Louis Vuitton e outras.
As grifes buscam consolidar e comunicar uma mensagem que se estende para além das roupas. Nos anos 90, os caros anúncios na revista “Vogue” usavam “supermodels”. As agências de propaganda tiveram que dar uma resposta adequada à atual cultura da obsessão por celebridades e necessidade de gratificação instantânea. Só é preciso um flash de atenção para identificar Lady Gaga como Versace ou Rihanna como Balmain. Louis Vuitton pagou US$ 10 milhões para Angelina Jolie em 2011. Robert Pattinson recebeu US$ 12 milhões da Dior. A mensagem é simples: compre nosso produto e você também será rica e maravilhosa como a dourada Charlize Theron proclamando que “os diamantes estão mortos” na campanha do perfume Dior J’Adore.
Quando uma nova etiqueta como a Trademark, com um orçamento bilionário, faz uma declaração do tipo “o foco não está na roupa”, fica bem clara a mudança de direção na mensagem: o novo consumidor compra estilo de vida. Algumas marcas gastam fortunas em espaço publicitário para às vezes mostrar uma estátua bizantina ou um vaso ornamentado que não têm nada a ver com suas roupas. E todas juntas injetam US$ 500 bilhões por ano no mercado publicitário, para permanecer na moda.
Por Lineu Vitale – Foto: Reprodução
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