Entrevistas

Uma história que deu certo

Sending
User Review
0 (0 votes)

Aos 17 anos, ele já tinha o seu próprio salão no interior de Goiás e sempre lutou muito para vencer na vida. E venceu. Dinho Payan, ou simplesmente, Dinho deixou a família, os amigos, e tudo o que tinha conquistado com muito trabalho para realizar o sonho de viver nos Estados Unidos. “O meu sonho já não era mais uma necessidade, e sim uma realidade.” Ao lado do companheiro de vida e sócio Julian Payan ,o menino de Goiás é hoje dono de um dos salões mais famosos de Miami e um dos mais conhecidos e respeitados hair designers brasileiros da Flórida.

Desde muito jovem você conquistou sua independência no Brasil. Por que você decidiu deixar tudo e vir atrás do seu sonho?
Sempre sonhei em morar nos Estados Unidos e não fiquei sonhando em casa. Trabalhei muito para que esse sonho não fosse uma necessidade, mas sim uma realização. Comecei a trabalhar como cabeleireiro aos 16 anos de idade e aos 17, já tinha meu próprio salão. Mas eu queria mais. Vendi meu apartamento em Goiás, doei meu salão para minha família e vim para Miami. Fiquei apenas 3 meses, senti muita saudade da minha terra, voltei para Goiás, mas quando vi a realidade de lá, pensei: se eu consegui sair da pobreza no Brasil, imagina em um país de primeiro mundo, com uma economia mais estável e que te dá todas as oportunidades para crescer. Então voltei e estou aqui, muito feliz, até hoje.

E como foi o início da sua vida em Miami?
E por que você escolheu essa cidade para viver e trabalhar?
Eu tinha um irmão que vivia em Miami, e a gente precisa de ajuda para começar quando decide viver em outro país. Ele me convidou para morar com ele, mas nós tínhamos estilos e escolhas de vida muito diferentes. Ele pastor de uma igreja, e eu, gay. Então eu percebi que tinha que buscar o meu próprio espaço. Desde muito jovem lutei pelo meu espaço e aqui não seria diferente. Logo que me adaptei à cidade, fui trabalhar em um rede de salões de beleza chamada Paolo’s Hair Style, em Downtown Miami, e depois de dois anos trabalhando, eu e meu sócio Julian compramos o salão. Reformei ao meu estilo e nessa época eu já tinha conquistado muitos clientes brasileiros famosos e residentes de Miami, como a família Fittipaldi, o jogador Romário e muitos outros. Foi então que tivemos a ideia de mudar o nome do salão porque de tanto os clientes falarem “eu vou no Dinho”, “eu vou fazer meu cabelo no Dinho”, como se o “Dinho” fosse um lugar e não uma pessoa, decidimos por “Studio D”. E este mês estamos completando dez anos do salão de Downtown.

Você abriu o seu segundo salão no Brickell Village, um dos quarteirões mais chiques e badalados de Miami. Estava nos seus planos abrir uma rede do Studio D?
Engraçado, eu nunca pensei em ter um segundo salão. Eu sempre sonhei com um salão bem grande, com full service, mas nunca uma rede. Mas meu sócio, muito empreendedor, sempre buscando novas oportunidades, teve a ideia. Nós treinamos na academia em frente ao local onde hoje está o salão e ele pensou que poderia ser um bom lugar para um segundo salão. Mas alguém teve a mesma ideia e abriu uma filial de um renomado salão europeu no mesmo mall. Algum tempo depois a dona decidiu vender e pensamos que seria a nossa oportunidade. Estamos com o salão da Brickell funcionando muito bem e já vamos comemorar 1 ano, também este mês.

A quem ou ao que você atribui o seu sucesso, como um dos hair designers mais famosos da Flórida?
Acho que o meu sucesso vem da minha dedicação e trabalho e a uma ótima administração de um sócio e parceiro de muitos anos. Dedicação total de ambas as partes. Acho que é uma parceria que deu certo na vida e nos negócios.

Como você consegue dar conta de dois salões tão movimentados? Como escolhe os profissionais para a equipe do Studio D?
Eu tive que aprender a administrar o meu tempo entre os dois salões e fico 3 dias em Downtown e 3 dias na Brickell. E agora com as novidades que estão vindo por aí, terei que me dividir em 3! Mas ainda não posso revelar onde será o Studio D 3!

Quais as maiores dificuldades para abrir um negócio em Miami? Que dicas você daria para alguém que está começando?
Primeiro você tem que entender o sistema do país, como em qualquer outro lugar. As leis aqui funcionam, você paga muitos impostos mas você vê os resultados e isso nos faz continuar acreditar e lutar cada vez mais pelo nosso business. E um conselho que eu sigo a risca, desde muito jovem: sonhe, levante cedo e vá trabalhar!

Para você qual a maior diferença entre os tratamentos de cabelo no Brasil e nos EUA?
Existem várias diferenças. Até em outros aspectos, como na maneira de vestir, de agir do brasileiro. Nós temos o nosso próprio estilo de cuidar do cabelo, de corte, e tudo que aprendi e estudei no Brasil, eu uso nas minhas técnicas no salão e acho que isso é o que me faz diferente aqui em Miami. Aliado ao bom gosto, a tecnologia e tudo que ela trouxe de bom para a estética, como a chapinha, que na minha época não existia, e a queratina, que revolucionou a questão do relaxamento do cabelo. O Brasil cresceu muito nessa questão da cosmetologia, das químicas utilizadas e acredito que o país é uma referência na estética e nos cuidados com os cabelos.

Do que você mais gosta em Miami?
Miami tem esse clima gostoso de Brasil, acho que é como um Rio de Janeiro que deu certo, a mistura de raças, de culturas, o mundo está aqui em Miami. Adoro caminhar de manhã, ou no pôr do sol, e adoro comer, adoro ir a restaurantes. Eu vivo aqui mesmo na Brickell, acabei de me mudar para um apartamento em cima do meu salão, é bem conveniente. Simplesmente adoro Miami.

Quais os critérios na hora de escolher um profissional para o Studio D? O que o profissional deve ter para trabalhar com o Dinho?
Em primeiro lugar, talento. E muita dedicação. Gostar da profissão e vestir a camisa. Os próprios profissionais me procuram. Eles chegam através de clientes, que indicam e pouco a pouco eles vão se adaptando ao meu jeito de trabalhar.

Como é a relação de tantos anos com Julian, seu parceiro e sócio ?
Eu cuido da parte artística e o Julian cuida da parte administrativa e finanças, burocrática. Ele faz o trabalho dele e eu faço o meu. Trabalhamos muito e as vezes não conseguimos nos encontrar! Mas deu e está dando super certo!

Alguma história marcante nesses dez anos de salão ?
Teve uma história engraçada. A primeira vez que o Romário veio ao salão, que ainda era o Paolo’s. Um cliente nosso ligou e pediu para marcar um cabeleireiro para um “amigo” mas não disse quem era. O dono do salão falou: “eu faço o seu cabelo e o Dinho faz o cabelo do seu amigo”, sem saber ele que era o jogador Romário. Quando o “amigo” chegou ele ficou louco e queria atender o Romário de qualquer jeito, mas o cliente falou: “ah não! Agora quem vai atender o meu amigo é o Dinho!” E foi aí que o Romário se tornou meu amigo e cliente!

Por Connie Rocha – Fotos: Fabiano Silva

Dinho em seu salão

Advertisement

Agenda de Eventos Acontece

Taxa de câmbio

Taxas de câmbio USD: sex, 26 jul.

Advertisement

Advertisement

Categorias

You cannot copy content of this page