Ricardo Vianna
Entrevistas EUA

Tradição, design e pedras brasileiras

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Uma história de sucesso de uma família oriunda de Sabará, nas Minas Gerais, que assim como Ouro Preto e Diamantina, é um dos berços da joalheria no Brasil. A família Vianna iniciou a sua trajetória no ramo de joias com o patriarca da família, Raymundo Vianna, ourives hábil e criativo, que montou a sua primeira joalheria em Belo Horizonte e deixou um legado brilhante aos sete filhos e netos. Legado que hoje é refletido na beleza e qualidade das peças exclusivas da Vianna Joias. Um dos herdeiros desse legado é o empresário Ricardo Vianna, proprietário da primeira Vianna Joias nos Estados Unidos, com sede na cidade de Boca Raton. Confira a sua história de sucesso nessa entrevista para a Acontece Magazine.

Ricardo, como surgiu a ideia de abrir a primeira filial da Vianna Joias nos Estados Unidos?
Em 1993, após quase uma década liderando a nossa empresa, o meu pai decidiu se dedicar exclusivamente às atividades institucionais, e eu e meu irmão Rômulo assumimos os negócios e decidimos começar um processo de internacionalização da empresa. Fomos ampliando os negócios em diversas partes do mundo, e com meu filho Donato se juntando a nós, em 2011, decidimos iniciar um projeto específico para alavancar os negócios com os Estados Unidos, o que resultou na minha transferência, junto com minha esposa e a filha menor, para a Flórida, de onde coordeno as atividades do grupo. A abertura da flagship da Vianna Brasil tem o propósito principal de dar reconhecimento e visibilidade à nossa marca. Mas ela também é um laboratório importante para nós, para entendermos melhor quais são as demandas dos clientes americanos, o nível de exigência, o gosto e a percepção exata que têm da nossa marca, desta forma nos possibilitando fazer os devidos ajustes de rumo. E estar perto do nosso showroom torna possível estarmos pessoalmente presentes na loja, além de possibilitar uma interação com a comunidade.

Ao que você credita o sucesso da Vianna Brasil?
Na verdade não é nenhum segredo, é a grande paixão que cresceu ano após ano no âmago de nossa família, por nossas riquezas naturais e o trabalho de transformá-las em maravilhosas joias, vestidas de arte e criatividade.

Além de ser uma grande empresa no mercado de joias no Brasil, para quantos países a Vianna exporta as suas joias?
Vendemos nossos produtos para diversos joalheiros no Brasil, mercado que tem por característica não vender marcas de terceiros e, consequentemente, dificultando a identificação de nossos produtos em diversas vitrines. Entretanto, o mesmo não acontece em praticamente todo o restante do mundo, e nossa marca é divulgada e identifica nossas jóias. Hoje estamos presentes em mais de 40 países, em todos os continentes.
Qual é a sua principal função na empresa?
Sou presidente do grupo e supervisiono todas as atividades das empresas mas, em especial, dou o direcionamento. Tenho a responsabilidade de decidir onde queremos ir, sempre amparado por um grupo de pessoas capazes e que contribuem de forma decisiva nas decisões que tomo. No detalhe, acompanho junto ao setor de criação da empresa o desenvolvimento de novas coleções, junto ao setor de gemas todas as atividades, considerando que este setor sempre foi responsabilidade direta minha, e junto à área comercial todas as atividades de prospecção e manutenção de nossos clientes e parceiros. E agora, mais recentemente, estou empenhado em coordenar junto com Luciana, minha esposa, os trabalhos relacionados à nossa primeira loja de varejo, aqui em Boca Raton.

Depois da loja em Boca Raton, as joias Vianna continuam sendo vendidas em outras lojas ou passaram a ser exclusivas da flagship?
Nosso propósito sempre foi e continua sendo o de estabelecer o maior número possível de parcerias com joalheiros e lojas de departamento já estabelecidos. Estamos presentes atualmente em 10 lojas da Neiman Marcus, inclusive a do Bal Harbour, e estaremos presentes em lojas da Bloomingdale’s a partir de 1º de agosto, inclusive a de Aventura, e estamos presentes em diversas lojas de conceituados joalheiros independentes, como a Mayors, na Flórida.

Como o cliente americano recebeu a loja de joias brasileiras?
Todos que tiveram a oportunidade de nos visitar se mostraram bastante impressionados e receptivos à nossa iniciativa. Abrimos a loja com um conceito novo para o ramo joalheiro americano, que é o de combinar as joias da Vianna Brasil a obras de arte de amigos brasileiros, uma “fine jewelry gallery”. É um espaço onde a joia é reconhecida como obra de arte e, por outro lado, as obras de arte se apresentam como verdadeiras joias raras. É um espaço maravilhoso, que enche os olhos de todos.

As pedras brasileiras são diferentes ou é só uma questão de design brasileiro?
Quando se trata de se construir uma grande marca de joias, o design é fundamental, mas não o único aspecto a ser considerado. A Vianna Brasil conseguiu crescer como marca principalmente por ter considerado o design um elemento importante, desenvolvendo um estílo único em que os aspectos brasileiros como suas raízes, sua fauna e flora abundante, o estilo de vida do nosso povo, sua ginga e sua habilidade são traduzidos em formas e elementos únicos, belos e agradáveis que não se parecem com o que nenhum outro joalheiro faz. Mas como disse, o design não é o único elemento para a construçao de uma grande marca. O Brasil é a maior reserva gemológica do mundo e responsável por grande parte da produçao de gemas preciosas, sendo muitas delas somente encontradas em nosso território -como as hoje famosas Turmalinas Paraíba e os Topázios Imperiais. O uso abundante das pedras em nossas coleções é um importante diferencial. Em relaçao às pedras, não é uma questão de diferença mas de raridade e beleza.

Quais são as pedras brasileiras mais atraentes no mercado americano?
Hoje a pedra mais em evidência, por sua beleza e raridade, é a Turmalina Paraiba (Paraiba Tourmaline). Mas em geral todas as gemas brasileiras têm grande aceitação, como água marinha, ametista, citrino, topázio azul e imperial, vários quartzos em cores diversas, como as prasiolitas (verdes), o fumê (smoky quartz), o rosa, o azul (navy quartz), o rutilado etc.

Por Connie Rocha  –  Foto: Fabiano Silva

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