Entrevistas

“Minha vida é uma colcha de retalhos”

Yara Gouveia é daquelas mulheres que chamam a atenção por onde passam. Não apenas por ser uma mulher bonita, mas também pela forte energia que emana desta paulistana, que sabe e luta pelo que quer. Da vida de dondoca à conquista da independência financeira em Miami, Yara conta à Acontece Magazine um pouco de sua rica história de vida, que ela mesma define como sendo uma “colcha de retalhos”.

Você costuma dizer que renasceu em Miami.
Quem era a Yara antes de se mudar para os EUA?

Sou formada em música e até dei aulas, mas hoje eu toco piano por lazer ou quando eu preciso relaxar. Sou divorciada, tenho dois filhos e vivo em Miami há 20 anos. Nasci em São Paulo, mas acho que nasci mesmo, de verdade, em Miami. Ou melhor: a Yara de hoje nasceu em Miami. Eu era a sombra do meu marido, uma perfeita dona de casa, não tinha identidade própria. E sempre tive uma energia muito forte. Eu sentia que eu ia renascer e realmente hoje sou outra pessoa. Não trocaria a minha vida de hoje, a minha batalha do dia-a-dia, pela vida de dondoca que tinha antes.

Como foi o seu início de vida em Miami, sozinha com 2 filhos?

Minha família veio morar em Miami há 20 anos. Quando meu filho mais novo tinha 15 anos, o pai faleceu e minha vida deu uma reviravolta. Eles foram meus companheiros, guerreiros, batalharam junto comigo e foram a minha fonte de energia para ter coragem de remar contra a maré e chegar em terra firme. Hoje, somos extremamente unidos, mesmo cada um vivendo em um Estado diferente. Felipe, com 25 anos, mora em Los Angeles e é skatista profissional. Frederico, com 33, é maestro por formação e hoje corretor de imóveis em Nova York. Adoro viver nesse triângulo aéreo Miami-NY-LA, e eles também!

Como iniciou seu trabalho vendendo imóveis de luxo em Miami?

Trabalho como corretora de imóveis há 14 anos, e esse trabalho chegou na minha vida por acaso. Eu não sabia que era boa vendedora. Hoje eu vendo geladeira até para esquimó, se for preciso. Eu fui cliente do dono da empresa onde trabalho hoje. Comprei um imóvel com ele e depois que me mudei para Miami, passei a conhecer muita gente que também queria comprar apartamentos nos Estados Unidos. Assim, eu os levava à imobiliária, por amizade. Foi então que ele me perguntou: “Por que você não tira sua licença e passa a ganhar dinheiro com isso?” Então comecei a trabalhar de verdade e me apaixonei pelo trabalho, principalmente porque todos os dias eu saio de casa e encontro uma situação diferente.

Trabalhar com brasileiros é mais fácil?
Eles são muito exigentes na hora de comprar?

Todos os dias quando saio para trabalhar eu visto um personagem diferente para servir o meu cliente. Porque você tem que navegar na mesma sintonia do cliente pra se vender e depois que você consegue isso, fica fácil vender o que ele quer. E isso tudo é muito contagiante, excitante. Adoro meu trabalho e adoro trabalhar para brasileiros.

Você conhece Miami muito bem.
Quais são seus lugares favoritos na cidade?

Eu adoro caminhar em volta do Turnberry Golf Course, em Aventura, tomar um brunch no Zuma ou no Biltmore, que são meus preferidos. Adoro comprar no Bal Harbour Shops, passear domingo pela Lincoln Road e em muitos outros lugares fantásticos na cidade.

Com uma história de vida de luta e coragem, o que você diria para mulheres que enfrentam uma situação como a que você viveu?

Acho que independentemente da situação financeira, a mulher tem de ter a sua atividade. Se não for profissional, que seja de serviço social ou caridade. Mas toda mulher precisa ter uma atividade em que se sinta realizada e útil e para poder enfrentar todos os obstáculos com que a vida nos surpreende.

Foto: Fabiano Silva

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