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Gravidez pós-Covid: antibiótico pode interferir no anticoncepcional

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A Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, explica que o medicamento pode reduzir o efeito do anticoncepcional oral, devendo a paciente optar pelo uso de preservativo como método complementar durante o tratamento com antibióticos e até, pelo menos, dez dias após o encerramento dele

Pacientes com coronavírus, em tratamento com antibióticos, devem ficar atentas: essa categoria de medicamento pode reduzir a eficácia do anticoncepcional oral, tornando a mulher mais sujeita a uma gravidez indesejada. Quem alerta para a questão é a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein.

Segundo ela explica, o estrógeno do contraceptivo é o responsável por não permitir a gestação. Parte dessa substância é metabolizada pelo fígado, enquanto outra parcela é metabolizada pelas enzimas produzidas pelas bactérias intestinais e absorvida pelo organismo. Quando há presença de antibiótico no sistema, tais bactérias podem ser eliminadas, não havendo enzimas que metabolizem o estrógeno, ocorrendo a indisponibilidade ao organismo. “Antidepressivos e anticonvulsionantes também podem diminuir a eficácia do anticoncepcional oral, por isso, é preciso optar por um método diferente, como o DIU ou os implantes hormonais bioidênticos”, explica a médica.

No caso das mulheres em tratamento contra a Covid-19, é imprescindível que utilizem um método auxiliar, como o preservativo, em todas as relações sexuais, mesmo depois do tratamento. “O antibiótico pode permanecer no sistema por vários dias e o anticoncepcional pode demorar a ter seu efeito restabelecido. Por isso, por pelo menos dez dias, é preciso utilizar a camisinha”, aconselha a médica.

Ela alerta, também, para o fato de que ainda não existem estudos suficientes sobre os efeitos do coronavírus sobre fetos. “Por isso, se a mulher que enfrentou a Covid-19 puder esperar alguns meses antes de engravidar, será mais seguro. Não temos certeza do que essa doença deixa de sequelas, é tudo muito novo”, pondera.

A Dra. Mariana Rosario informa, ainda, que existem métodos contraceptivos mais modernos e seguros que o anticoncepcional oral. “A pílula foi uma grande revolução e libertou a mulher, nos anos 60. Mas, atualmente, existem métodos mais modernos e menos prejudiciais à saúde feminina, como o DIU e os implantes hormonais bioidênticos. Eles contém cargas hormonais inexistentes (como o DIU de cobre), menores e de ação local (como o Mirena) ou personalizadas para as necessidades de cada paciente (como os implantes). Em longo prazo, isso faz muita diferença na saúde, porque a pílula ainda carrega o risco de trombose, doenças vasculares e outras complicações. Além disso, um simples descuido, como o de se esquecer de tomar um comprimido, pode interromper na eficácia do método”, alerta a médica.

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