Médica Christiane Machado
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Documentário “voluntário ****1864” chega ao Globoplay EUA

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“voluntário ****1864 – quem são os anônimos da vacina?”, dirigido por Sandra Kogut, também estará disponível na plataforma

Vacinas de diversos laboratórios chegam hoje ao braço de milhões de brasileiros e são a arma mais importante na proteção contra o coronavírus. Mas para que esse momento se tornasse real, foram muitos estudos clínicos e testes controlados, que contaram com um importante fator humano: os voluntários. No domingo, dia 1 de agosto, a GloboNews, disponível nos EUA no Globoplay, exibe o documentário “voluntário ****1864 – quem são os anônimos da vacina?”, produção do canal e do Globoplay com histórias de brasileiros que decidiram participar do processo de desenvolvimento dos medicamento. Uma opção com várias motivações e um único objetivo: o bem comum. No mesmo dia, o filme, dirigido por Sandra Kogut, também será disponibilizado on demand para assinantes na plataforma. 

O documentário acompanha dez personagens a partir do momento em que preenchem o cadastro para participar dos estudos. A expectativa de serem aceitos ou não, o momento da aplicação da vacina, a rotina nos meses seguintes e o momento mais esperado: descobrir se receberam placebo ou vacina. Tudo feito em formato de diário pessoal e produzido de forma remota pelos próprios personagens. Sem filtros, os voluntários contam as motivações que nortearam a decisão, como o relacionamento com amigos e familiares foi afetado e os sentimentos ao receberem notícias de fracassos ou sucessos clínicos dos laboratórios. A partir dessas histórias, Sandra Kogut monta um painel de como o Brasil enfrentou a pandemia, como lidou com as decisões dos governantes e com informações muitas vezes desencontradas. “Todo mundo se reconhece nesse filme de alguma maneira porque, em alguma medida, é a história de todos nós nestes últimos 12 meses. Poderia ser qualquer um de nós. Mas o filme é também uma carta para o futuro. Um dia vamos olhar para trás e ver essa história tão trágica pelos olhos dos heróis anônimos, das pessoas comuns”, explica Sandra Kogut.

São histórias de brasileiros diversos, mas que têm em comum a vontade de ajudar o próximo, a esperança no futuro, a consciência de que dependemos uns dos outros. Histórias humanas como a de seu Newton, que topou participar do processo após a insistência das duas filhas. Morador da zona rural, ele nunca tinha tomado vacina. Ou a da médica Ana Marcela, de São Paulo, que decidiu ser voluntária por se incomodar com a propagação de fake news sobre a vacina e por ver de perto o alto número de mortes causadas pela doença no hospital onde trabalha.

“voluntário ****1864 – quem são os anônimos da vacina?” faz parte da série de documentários inéditos que a GloboNews lança neste segundo semestre. O canal, que comemora 25 anos em outubro, já produziu, desde 2014, mais de 70 documentários com a Globo Filmes, com o Canal Brasil e, mais recentemente, com o Globoplay. Uma atuação cada vez mais multiplataforma para levar a excelência da produção audiovisual para um público cada vez mais abrangente. Seja no cinema, na televisão ou no streaming. Títulos que mereceram indicações em festivais nacionais e internacionais como o Emmy Internacional (com “Torre de David”, em 2015; “Síria em Fuga”, em 2016; e “Aliados”, em 2020). A lista inclui ainda renomadas produções como: “Cidades Fantasmas”, “Libelu” e “Cine Marrocos” – vencedoras do Festival É Tudo Verdade –, e “Marinheiro das Montanhas”, único filme brasileiro selecionado para o Festival de Cannes de 2021. 

ENTREVISTA COM SANDRA KOGUT

Como surgiu a ideia de produzir o documentário?

Em agosto de 2020, o Brasil atingiu a trágica marca de 100 mil mortos pela covid, enquanto o combate à pandemia fracassava. Era tudo muito terrível, mas havia uma esperança: a possibilidade de uma vacina. Foi quando começaram a ser anunciados os estudos clínicos no país. Fiquei muito curiosa em saber quem eram as pessoas que estavam se candidatando como voluntários dos estudos. Será que eles não tinham medo? E como funcionavam os estudos? Assim surgiu a ideia do filme. Sabia que eles teriam que fazer um diário clínico (para o estudo), e resolvi pedir que fizessem também um diário pessoal. O filme foi uma maneira de atravessar, junto com eles, os meses que viriam pela frente, pegando emprestado o olhar de cada um. 

Quais foram os maiores desafios de produzir esse filme?

O primeiro foi fazer um filme em plena pandemia, com isolamento social. Como ir ao encontro dos personagens se estávamos em quarentena? Como muitas vezes acontece, as dificuldades viram material de trabalho. Resolvi transformar todo mundo em cineasta. Falava com eles regularmente por zoom e ia orientando em como filmar os diários, como registrar. Eles filmavam com seus telefones e me mandavam regularmente as imagens. A partir daí, ia construindo o filme. É um filme feito de longe, mas na intimidade do lar. Outro desafio foi o de realizar um filme neste momento do país, onde o apoio à Cultura está congelado. E ainda por cima um filme como este, que tinha urgência, falava do presente, tínhamos pressa em começar. Sem o apoio da GloboNews e do Globoplay jamais teríamos conseguido. A equipe foi muito parceira, todo mundo acreditou no projeto.

Na sua opinião, qual a principal mensagem que o documentário passa para o público?

A gente vê ali um Brasil que hoje está escondido, e que é o Brasil no qual eu acredito. Ele é feito de gente muito diversa, espalhada pelos quatro cantos do país, que tem em comum coisas muito importantes: a esperança no futuro, a vontade de fazer dar certo, a consciência do coletivo. Todos os personagens tinham orgulho de estar contribuindo para o bem coletivo. Queriam poder contar para os filhos e netos que, na hora mais difícil, eles estavam do lado certo da história. É a história contada pelo lado humano das pessoas. Todo mundo se reconhece nesse filme de alguma maneira, porque é a história de todos nós em alguma medida, nestes últimos 12 meses. Poderia ser qualquer um de nós. Mas o filme é também uma carta para o futuro. Um dia vamos olhar para trás e ver essa história tão trágica pelos olhos dos heróis anônimos, das pessoas comuns.

Teve alguma história que mais chamou sua atenção nessa produção?

Difícil destacar apenas uma história. Cada um dos voluntários tinha suas razões, seus medos, suas angústias. Tenho certeza que o público vai se identificar com cada um dos relatos presentes no filme. Gosto de todas.

Fotos: 

Médica Christiane Machado

Crédito: Globo/Divulgação

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