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( votes)Pesquisa do Indeed e do Instituto Guetto revela que mais de 47% dos profissionais negros não tem sensação de pertencimento nas empresas em que trabalham. Mais da metade já foram discriminados no ambiente de trabalho
Todo funcionário busca se sentir bem em seu ambiente de trabalho, afinal é onde, na maioria das vezes, ele passa a maior parte do seu tempo. No entanto, isso nem sempre acontece. A falta de um senso de pertencimento na empresa está ligada a diversos fatores, um deles é a discriminação. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Indeed em parceria com o Instituto Guetto, 47.8% dos entrevistados não têm um senso de pertencimento nas empresas em que trabalham atualmente ou trabalharam.
O levantamento feito com 245 profissionais negros para saber suas percepções sobre práticas de RH e o mercado de trabalho atual revelou ainda que 41% dos entrevistados acreditam que ser reconhecido e ter suas contribuições valorizadas ajuda nesse processo de ter um senso de pertencimento na empresa. Dado que demonstra que as companhias precisam estar atentas ao que acontece no ambiente de trabalho para que consigam desenvolver iniciativas de valorização ao funcionário, aumentando assim a motivação e o engajamento dos colaboradores em suas atividades diárias.
Discriminação no ambiente de trabalho
A discriminação racial e o fato de não se sentir confortável para se expressar com autenticidade são alguns dos fatores que refletem na falta deste sentimento em ser reconhecido como parte de um time, por exemplo. Ainda segundo a pesquisa do Indeed e do Instituto Guetto, 36% dos profissionais negros entrevistados afirmaram que poder ser autêntico no trabalho contribui para a concepção de pertencimento dentro da companhia.
Para Victor Del Rey, presidente do Instituto Guetto, a discriminação no ambiente de trabalho nem sempre vem com uma ofensa explícita. “A pesquisa mostrou que 60% dos profissionais entrevistados já sentiram discriminação racial no ambiente de trabalho e quase 47% afirmou já ter presenciado cenas de discriminação”, disse ele.
Segundo Del Rey, muitas vezes o preconceito vem disfarçado de piada, surge em rodas de conversa em tom de brincadeira (o chamado racismo recreativo) ou até mesmo em olhares e diferenças de tratamento. “O RH precisa estar atento porque nem todos vão denunciar uma atitude de discriminação, mas coibir essas práticas e desenvolver ações no sentido de aumentar o senso de pertencimento desses profissionais vai fazer toda a diferença até mesmo na produtividade”, também é preciso criar um ambiente de seguranca instituicional para que o colaborador possa denunciar práticas racista nem que seja de forma anonima, Isso fortalece a posicao da empresa de nao tolerar tais práticas, afirma.
Inclusão e pertencimento
Quando perguntados quais práticas acreditam que mais podem ajudar na educação e disseminação de informação dentro das empresas para criar um ambiente mais aberto à inclusão e pertencimento de pessoas negras, 68% dos entrevistados disseram que uma formação antiracista continuada pode ser um dos caminhos adotados pela companhia. Além disso, 40% dos respondentes acreditam que um programa de letramento racial também é uma ferramenta eficaz.
Medidas efetivas de combate a discriminação racial e ao racismo precisam fazer parte da cultura organizacional da empresa. “Vemos muitas empresas adotando discursos em prol da diversidade, com programas de recrutamento específicos para profissionais negros, mas é preciso ir além, desenvolver ações que possam ser aplicadas e que façam a diferença no dia a dia da empresa”, ressalta Vitor Del Rey.
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