User Review
( votes)Os preços da energia subiram e os do petróleo já estão sendo negociados acima de US $100 por barril. As commodities também estão sendo afetadas, com os preços do trigo atingindo o maior preço em 14 anos.
O conflito na Europa Oriental está adicionando mais estresse à já difícil cadeia de suprimentos global. A economia tem enfrentado desafios à medida que o conflito na Europa Oriental continua. Os preços da energia subiram e os do petróleo já estão sendo negociados acima de US $100 por barril. O frete ferroviário e aéreo intercontinental é afetado, com o ICR não mais aceitando reservas e restrições de espaço aéreo refletindo nas rotas de frete aéreo. As reservas marítimas estão sendo suspensas na região por muitas empresas.
As commodities também estão sendo afetadas, com os preços do trigo atingindo o maior preço em 14 anos. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia respondem por um grande componente do trigo (14%), cevada (19%) e milho (4%), ingeridos em todo o mundo, somando mais de um terço do cereal global. Sua produção é usada para alimentar pelo menos 50 países em todo o mundo, muitos dos quais incluem as nações menos desenvolvidas, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
A Rússia é um grande produtor global de fertilizantes, incluindo nitrogênio, fósforo e potássio, todos essenciais para a agricultura. Devido ao crescente conflito na região, há preocupações legítimas de que haverá escassez e problemas com os rendimentos, não apenas na Ucrânia e na Rússia, mas globalmente, pois os agricultores de todo o mundo serão impactados pela escassez de oferta do Leste Europeu. Somando-se à situação está o aumento dos preços da energia afetando o custo de transporte das commodities que foram produzidas.
Outra preocupação é a indústria de semicondutores e chips. Antes do conflito em curso na Europa Oriental, o mundo já enfrentava escassez de chips. Esta situação pode ser agravada pela crise em curso.
A Ucrânia é um grande produtor de néon, e a Rússia é um dos principais produtores de níquel, platina, prata e paládio, este último que a Rússia produz 45,6% do mundo. Todos são ingredientes essenciais na indústria de semicondutores. Especialistas do setor estão preocupados que a indústria de semicondutores cresça 50% nos próximos quatro anos. Se a situação continuar a evoluir como está, os preços dos semicondutores e materiais semicondutores continuarão a subir, em resposta à escassez de suprimentos.
Os efeitos na América Latina
A América Latina tem uma balança comercial modesta com a Rússia na maioria dos países, respondendo por menos de 1% do total de importações e exportações da região. No entanto, alguns países da região são altamente dependentes de fertilizantes.
Em 2021, o Brasil foi o maior importador de fertilizantes da Rússia. De todos os fertilizantes importados para o Brasil, 62% eram da Rússia. Dificuldades na importação desses produtos podem afetar a produtividade das lavouras e aumentar o preço de commodities como soja, milho, café e cana-de-açúcar. Os preços das proteínas, por sua vez, também podem estar sob pressão, já que a base da alimentação dos animais são os grãos.
Em 2021, a Argentina também contou com fertilizantes russos, embora em menor proporção (a Rússia representando cerca de 10% das importações), por ter um número mais diversificado de fornecedores.
Do lado das exportações, os negócios mexicanos para o mercado russo foram compostos principalmente por carros e caixas de câmbio, bem como algumas máquinas e aparelhos elétricos, produtos de cobre, cerveja e açúcar. Em 2020, o Equador forneceu quase 96% de todas as bananas importadas para a Rússia.
Embora um aumento de preços pareça inevitável em muitos setores (petróleo e outras commodities), pode ser cedo demais para ter uma visão clara do que vai acontecer e as possíveis implicações econômicas de médio prazo, não apenas na América Latina, mas também a nível mundial.
Região/ País | Peso da importação russa na América Latina (2020) | Peso da exportação russa na América Latina (2020) | Principais produtos importados | Principais produtos exportados |
América Latina e Caribe | 0.7% | 0.6% | Fertilizantes; Petróleo Refinado | Carne; Peixe; Bananas; Grãos de Soja |
Brasil | 1.8% | 0.7% | Fertilizantes; Petróleo Refinado | Grãos de Soja; Carne; Açúcar; Café |
Mexico | 0.2% | 0.1% | Ferro Semi-acabado; Fertilizantes; Briquetes de Carvão | Carros; Peças de Veículos; Cobre, Equipamentos Médicos |
Chile | 0.1% | 1.0% | Fertilizantes; Petróleo Refinado; Borracha sintética | Peixe; Minério de Cobre; Frutas e Nozes |
Ecuador | 1.0% | 4.6% | Fertilizantes; Petróleo Refinado | Bananas; Flores |
Argentina | 0.4% | 1.1% | Fertilizantes; Petróleo Refinado; Borracha sintética | Carne; Peixe; Lacticínios; Frutas |
Peru | 0.8% | 0.3% | Fertilizantes | Cobre; Frutas; Peixe |
Sobre a A.P. Moller – Maersk
A A.P. Moller-Maersk é uma empresa de logística integrada que trabalha para conectar e simplificar as cadeias de suprimentos de seus clientes. Como líder global, a empresa opera em 130 países e emprega aproximadamente 95 mil pessoas.
Comente