User Review
( votes)A brasileira Ronira Frühstück se apaixonou pela arte da fotografia desde muito cedo. O pai, Alinor Frühstück, foi diretor do jornal “A Notícia”, em Joinville (Santa Catarina) por muitos anos.
Assim, quando criança, a pequena Ronira passava muitas horas perambulando pela redação do jornal. Um dos seus lugares favoritos era a sala de revelação, onde via a mágica da fotografia acontecer. “Inovador, meu pai estava sempre às voltas com equipamentos e tecnologias avançadas para a época e me incentivava a aprender coisas novas. Aos 7 anos de idade ganhei minha primeira Kodak e, imediatamente, passei a ser a fotógrafa oficial da família”, conta Ronira.
A fotógrafa cursou educação física e trabalhou como professora em uma escola municipal por quase uma década. No período de férias, viajou muito e conheceu quase o Brasil inteiro. De mochila nas costas, encontrou um mundo fascinante, com diferentes realidades, necessidades e belezas. Essas diferenças acabaram moldando a sensível fotógrafa que Ronira é hoje, e a vontade de registrar tudo o que via foi crescendo cada vez mais.
“Viajar tornou-se indispensável e comecei a desenvolver um estilo foto jornalístico, com um ‘approach’ mais social. Hoje, minha especialidade são os “travel portraits” ou retratos de viagem, onde busco imortalizar o ser humano em seu elemento natural. Minhas fotos não são posadas, nem planejadas, elas acontecem naturalmente diante de meus olhos sempre atentos às oportunidades”, conta.
A mudança para os Estados Unidos aconteceu em 1985. Foi aqui que Ronira aprimorou sua técnica com diversos cursos e oficinas que refletem positivamente hoje no reconhecimento de seu trabalho no Brasil e exterior. Ronira participa ativamente de exposições coletivas e individuais —como a mais recente, no Museu de Arte de Joinville, em 2015, na qual apresentou o trabalho “Índia – Águas Sagradas, Fé Infinita”, mostra que consiste em 19 fotografias captadas em lagos e rios do país asiático.
Atualmente, Ronira trabalha na Flórida para diversas mídias locais, como a Acontece Magazine, e publicações no Brasil, como as revistas “Contigo” e “Caras”, entre outras. A fotógrafa também registra eventos sociais, corporativos e esportivos. “Fotografar para clientes é muito diferente de estar livre para criar ou se expressar artisticamente. Quando estou a trabalho, meu foco muda completamente. Tenho que estar a par dos acontecimentos, saber ‘quem é quem’ e entender completamente o evento e seus desdobramentos. Tenho que antecipar as situações e estar preparada para não perder momentos importantes, pois não existe chance de repeti-los. Gosto muito desse desafio, quando entrego o trabalho e vejo que ele está completo. Fico muito feliz”, afirma a fotógrafa.
Ronira se considera uma artista bem-sucedida e realizada e acredita que na vida tudo o que se inicia já está terminando. “Até esta frase que você está lendo já passou. Quando realmente entendermos o tempo dessa maneira, escolheremos melhor nossa maneira de viver e daremos mais valor ao que interessa. Eu vivo atenta à colcha de retalhos formada pelos pequenos momentos que temos o privilégio de viver, pois ao passar dos anos, ela é que forma a nossa vida. Minha câmera é companheira fiel, porque ela me permite registrar momentos fugidios, que cessarão de existir assim que eu clicar”. Para Ronira, fotografar é ter técnica e olhar preparados para captar a fotografia, e o mais importante é ter no coração, a capacidade de se encantar para poder produzir a imagem.
Comente