User Review
( votes)Por Fernanda Tótoli
Uma junção de amor pela arte, experiências anteriores em produções audiovisuais, amizades em comum com pessoas certas no momento certo. Assim, a edição de 2020 do Festival de Cinema Brasileiro ganhou uma parceira e uma força de trabalho e dedicação que foram essenciais para a concretização do evento este ano.
Laura Fernandes é um dos novos nomes agregados à realização do evento de 2020, que já está em sua 24a edição. Patrocinadora através da empresa Sabor de Minas – em sociedade com uma de suas filhas, Laura também se juntou à equipe da Inffinito desde o início do planejamento. Foi a Nova York para captação de recursos, foi nomeada uma das curadoras do festival, assistiu e avaliou cada obra, uma a uma e participou de todas as etapas.
O convite partiu de outra grande parceira do evento, Liliana Kawase, produtora da Titanio Films, também patrocinadora. Amigas pessoais, ainda em 2019, Liliana convidou Laura para fazer parte do time. Mas naquela ocasião, outros projetos e demandas não permitiram que ela se dedicasse. Em 2020, com o convite refeito e reforçado, Laura não pensou duas vezes para mergulhar de cabeça no projeto. “Uma grande oportunidade para trabalhar em algo que eu adoro, que eu sempre gostei”, conta. “Inclusive, nestes 24 anos de realização do festival, eu fui em todos como espectadora, veja que coincidência”, completa.
Para entender melhor essa paixão, temos que voltar um pouco ao passado. Psicóloga de formação, Laura já foi produtora de fotografia e fez produção musical para diversos artistas e bandas. No Brasil, mesmo durante seus estudos em psicologia, trabalhou em duas áreas ligadas à arte: no mercado da música e paralelo a isso, fundou a Doc-Vídeo Produções, uma produtora de vídeo, onde fizeram desde trabalhos institucionais como campanhas publicitárias e documentários para empresas até produções artísticas por mais de 10 anos. Também foi produtora na Globotec, uma companhia da TV Globo. A produtora só fechou suas portas devido à sua mudança para os EUA – Laura escolheu a Flórida como sua casa há 28 anos.
Já vivendo no país, passou por aquele momento tão peculiar de um processo de mudança: o que vou fazer agora? Resolveu se inscrever em um mestrado na área de psicologia. Mas a paixão pela arte continuava como sua companhia, tanto que o dom da produção ainda falou bem alto em mais um momento da sua trajetória. Com a cantora e compositora Anne Simoni, ganharam o prêmio USA Songwritting Competition na categoria World Music pela Paramount Pictures, em Los Angeles, em 2010 – uma prova de sua competência, talento nato e um sinal que algo sempre a leva para o lado das produções culturais.
Sócia-fundadora da loja Mercado Brasil em Miami e atual proprietária do salão de beleza Jade Beauty Spa em Miami desde 2015, Laura divide seu tempo entre as empresas e a rotina com suas duas filhas – ambas nascidas em Minas Gerais, no Brasil. Também tem um grande orgulho em ser membro da diretoria da Embaixada do Flamengo em Miami. Com a chegada da pandemia e paralisação de atividades comerciais e atividades paralelas que exerce, o trabalho de apoio e curadoria ao Festival de Cinema, que já havia começado, intensificou-se. Planos tiveram que ser revistos, programações sofreram alterações. E Laura desprendeu toda a sua energia para isso. “Me dá um orgulho danado, um prazer enorme, fazer parte de um movimento tão importante de disseminação de boa cultura, que pode ajudar as pessoas a viverem melhor”, conta. “Digo que esta oportunidade de fazer parte do time do Festival de Cinema Brasileiro juntou tudo que sempre gostei: trabalhar com produção artística, ainda mais em um projeto tão importante e notável como este”, completa.
Sobre o cenário da cultura, não poderíamos deixar de falar também de todas as mudanças que a pandemia de Covid-19 trouxe para as nossas vidas. O consumo da cultura se fez muito presente nesta época de incertezas. Lives, formatos variados de shows e apresentações cultuais online viraram rotina. Assinaturas de plataformas de filmes também tiveram uma alta neste período. “Na minha opinião, o audiovisual foi a salvação da pandemia. Acho que o aumento de acesso online à cultura, mesmo que de uma maneira inesperada, foi tão importante, que teve a capacidade de mudar a vida das pessoas”, explica Laura. “Imagine que ficamos confinados em casa, quase 100% do tempo durante praticamente três meses inteiros no início. Se não tivéssemos o que fazer, como nos distrair, quantos mais problemas de ordem psicológica não teríamos?”. “A cultura foi a salvação. E não é porque eu sou uma apaixonada pela área, mas para mim, a arte trouxe a vida que as pessoas perderam fora de casa”, completa. “E neste quesito, a equipe de organização e produção do Festival de Cinema Brasileiro foi impecável. A edição este ano está imperdível”, conclui.
Comente