Papa Leão XIV é o primeiro pontífice com dupla cidadania e trajetória missionária na América Latina
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Papa americano é eleito: o que muda para a Igreja e o mundo

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Papa americano Leão XIV é eleito no Vaticano. Conheça sua história, idiomas, cidadanias e o que sua liderança pode mudar na Igreja Católica.

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Da redação
A escolha do cardeal Robert Francis Prevost para liderar a Igreja Católica marca um momento histórico. Norte-americano de nascimento e cidadão peruano por escolha, ele traz uma trajetória que pode redefinir os rumos do Vaticano e o papel das Américas no catolicismo.

No dia 8 de maio de 2025, o mundo assistiu à fumaça branca subir na Capela Sistina. O conclave anunciou o novo líder da Igreja Católica: o cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito papa e escolheu o nome de Leão XIV. É a primeira vez que um papa nasce nos Estados Unidos, e também a primeira vez que o pontífice carrega dupla cidadania — americana e peruana.

Prevost é natural de Chicago, tem formação sólida em matemática e teologia, com doutorado em Direito Canônico em Roma. É fluente em inglês, espanhol, italiano, francês e português, além de ter domínio do latim e noções de alemão. Essa bagagem linguística é reflexo direto de sua vivência internacional e da sensibilidade pastoral que marcou sua trajetória.

Entre 1985 e 1999, trabalhou como missionário no norte do Peru, onde atuou como pároco, formador e administrador. Em 2015, tornou-se cidadão peruano. O contato com comunidades simples, em um país latino-americano, moldou seu olhar para a realidade social da fé. E essa experiência tem peso simbólico, especialmente para países como o Brasil, que abrigam as maiores populações católicas do mundo.

Nos últimos anos, Prevost ocupou o cargo de prefeito do Dicastério para os Bispos, função estratégica no Vaticano por ser responsável pela nomeação de bispos em todo o mundo. Ganhou destaque pela condução firme, com foco em equilíbrio e discernimento. Não é um nome afeito a câmeras ou polêmicas. Mantém uma postura reservada, sem presença ativa nas redes sociais. Isso pode gerar um novo desafio à Igreja, que tenta se aproximar das novas gerações e manter relevância em tempos de comunicação digital.

A escolha do nome Leão XIV chamou atenção entre teólogos e vaticanistas. Muitos apontam um possível resgate da memória de Leão XIII, que no fim do século XIX abriu a Igreja ao debate social moderno. A referência indica um caminho voltado à justiça econômica, à dignidade do trabalho e ao acolhimento dos mais vulneráveis — temas urgentes em tempos de instabilidade global.

Ao compará-lo ao papa Francisco, percebe-se um estilo diferente, mas uma visão semelhante sobre os fundamentos da fé. Francisco, jesuíta argentino, sempre foi mais ativo na arena política e na comunicação popular. Prevost, agostiniano e missionário, prioriza a escuta e o trabalho pastoral direto. Ambos, no entanto, trazem a América Latina como elemento central de suas trajetórias espirituais.

A eleição repercutiu também nos Estados Unidos e no Brasil. Nos EUA, a imprensa destaca o peso simbólico dessa escolha e a expectativa de maior atenção a temas como imigração e justiça racial. No Brasil, padres e lideranças ouvidos pela Acontece Magazine destacam a proximidade cultural com a América do Sul. “É alguém que conhece a realidade do nosso povo. Esperamos uma Igreja mais próxima e sensível às comunidades de base”, comentou um pároco em Miami.

Na primeira aparição como papa, Leão XIV disse apenas: “Caminhemos juntos com coragem e fé.” Simples e direto, como tem sido sua vida. Para os católicos do mundo todo, começa agora um novo ciclo, com um líder que carrega nas palavras e no olhar a experiência de quem já esteve nas periferias — e sabe o valor do caminho compartilhado.


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Foto: Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

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