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Número de Dunbar e as redes sociais

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Porque o número de Dunbar tem sido tão citado ultimamente? Esta questão é fortemente atrelada ao número de engajamento nas redes sociais. Todos operamos nossas redes sociais pensando em conseguir mais seguidores e mais do que isso, engajar (gerar interação com a audiência). Mas, como já é visível, está cada vez mais difícil conseguir tais validações sociais como estas citadas previamente.

O que é o número de Dunbar?

O número de Dunbar define o limite cognitivo teórico do número de pessoas com as quais um indivíduo pode manter relações sociais estáveis, ou seja, uma relação onde o indivíduo conhece cada membro do grupo e sabe identificar em que relação cada indivíduo se encontra com os outros indivíduos do grupo. Proposto por Robin Dunbar, esse número teórico varia entre 100 e 230 pessoas e tem sido constantemente citado em pesquisas da antropologia. Deve-se notar que o tamanho de pequenas comunidades – tribos, aldeias, grupos de interesse comum – costuma se manter nessa faixa.

Como isso se encaixa às redes sociais?
Os algoritmos das redes sociais entendem este estudo e adotam como base de relacionamento também no ambiente digital. Ou seja, quanto mais cresce seu número de seguidores, o seu alcance orgânico diminui. Como se nosso cérebro tivesse a capacidade de absorver até cerca de 150 ou 230 pessoas diferentes em nosso ciclo, trocando informações conosco. Passando disso, humanamente, não teríamos condições de absorção, diz estudo de Robin Dunbar.

Por isso, as redes no ambiente orgânico, limita-se em entregar para um número reduzido de pessoas, e claro, estimular o impulsionamento das publicações. Com isso, transformar a postagem de um relacionamento natural, para um anúncio.

Estudos explicam detalhes
Em um artigo de 2013, resultados mostraram que grupos grandes podem apenas ser obtidos com um aumento do poder de processamento de informação. Isso levou-se a crer que as redes sociais poderiam quebrar a estimativa feita anteriormente por Dunbar, uma vez que as mesmas proporcionam uma forma simplificada e rápida de manter relações sociais. De fato, algumas pesquisas foram feitas com a finalidade de validar o limite estipulado pelo número de Dunbar em redes sociais largamente usadas. Um estudo recente mostrou que usuários do Twitter conseguem entreter um máximo de 100-200 relacionamentos estáveis. Portanto, concluem os autores do artigo, o mercado de atenção ainda é limitado no mundo virtual por restrições cognitivas e biológicas.

Outros dados suportam a ideia de que as interações em redes sociais são limitadas pelo número de Dunbar. Cameron Marlow, sociólogo do Facebook, coletou dados da rede social e concluiu que o número médio de amizades dos usuários é 120 e que mulheres possuem mais amizades que homens geralmente. Também foi observado que quanto maior o nível de intimidade social considerado, menor e mais estável era o conjunto de pessoas pertencentes àquele nível de interação.

Essas implicações decerto atraem a atenção de experts da área, uma vez que ditam o comportamento de humanos quando expostos a grupos sociais. Por outro lado, analisando as mudanças que as redes sociais trouxeram nos últimos anos, podemos citar a globalização dos grupos sociais. Com a Internet, o espaço físico deixou de ser o principal ambiente para o processo de catação social e cada vez mais as interações sociais se dão no ambiente virtual. Com essa característica, boa parte dos grupos sociais venceram a barreira geográfica e se estruturaram em diferentes culturas e locais do mundo. O processo de globalização também gerou uma estrutura de melhor disseminação e obtenção de informação, dinamizando a maneira com a qual conseguimos novas informações e ideias. Esse último aspecto pode ser perigoso se analisado no contexto de grupos sociais isolados, uma vez que, com o passar do tempo, pessoas de um mesmo grupo tendem a concordar entre si, diminuindo a diversidade de opiniões (ver pensamento de grupo). Colocando essas características lado-a-lado, percebe-se que as redes sociais facilitaram a forma com que mantemos vínculos com as pessoas do nosso grupo, mas também proporcionaram a volatilidade dos vínculos na rede.

Dessa forma, os conceitos de laços fracos e fortes parecem ter relação com o número de Dunbar. Por mais que um usuário esteja inserido em uma rede, existem os chamados laços fracos, responsáveis pela conexão entre diferentes grupos de pessoas. Granovetter mostrou que esses laços são de grande importância na disseminação de informação e evitam o viés embutido no pensamento de grupo. Portanto, por mais que o tamanho do grupo de pessoas com as quais mantemos laços fortes mantenha-se pequeno e limitado por nossa capacidade cognitiva, o aumento no número de laços fracos que criamos e mantemos pode ser visto como algo benéfico.

Segundo JacoMorgan, do SocialMediaToday.com, os laços fracos são a grande contribuição das redes sociais, pois “formam pontes para locais que não chegaríamos pelos laços fortes. Estes, ao contrário, tendem a levar sempre a mundos que já conhecemos.”

Uma visão contrária a citada anteriormente, contudo, ronda as chamadas “cores networks”, os círculos nos quais as interações sociais são mais ativas e, mais restritas. Por mais que o número de vínculos cresça de maneira considerável, esses novos contatos não estão necessariamente no grupo limitado pelo número de Dunbar. O que acontece é que os usuários passam a fazer o “networking” com seu grupo, fazendo uma espécie de auto-propaganda de si, sem interagir de maneira direta e coesa. Contudo, seus círculos de pessoas íntimas continuam fechados e pequenos como sempre foram.

*Por Vinícius Taddone , especialista com experiência em marketing na Walt Disney World Resort em Orlando

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