Com a transição para o novo governo dos Estados Unidos em 2021, todos os olhos estão voltados para o futuro da educação
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Joe Biden e a política educacional norte-americana

Autor: André Frota, rofessor de Relações Internacionais, Ciência política e Geografia do Centro Universitário Internacional Uninter, instituição de ensino a distância, com polos presenciais em Atlanta, Boston, Fort Lauderdale, Houston, Miami, Newark, Orlando, Salt Lake City e Washington-DC. uninteramericas.com 833-605-1255
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A transição na administração do republicano Donald Trump para o democrata Joe Biden, que ocorrerá a partir do ano que vem, carrega um conjunto de questionamentos sobre o que podem esperar os estudantes internacionais, em relação ao acesso à educação superior nos EUA.

A expectativa dos estudantes deve estar vinculada a um conjunto de fatores de ordem doméstica e internacional. Em relação as razões de ordem interna, ainda está em aberto o grau de paralisia decisória que o governo democrata pode enfrentar pelos próximos dois anos. O fato se deve ao controle do senado, que depende de uma disputa de segundo turno no estado da Geórgia. A fotografia atual mantém esse controle aos republicanos, que detém cinquenta vagas, enquanto os democratas detêm quarenta e oito. Portanto, as duas vagas da Geórgia, caso sejam conquistadas pelos democratas permitiriam uma situação de empate, cabendo o voto decisório para a vice-presidente eleita, Kamala Harris.

Um potencial controle do senado pelos democratas, somado ao já conquistado controle da câmara dos representantes, permitiria uma capacidade decisória crucial para a possibilidade de reformas estruturais ou programas de abrangência nacional nos EUA. Sejam eles para saúde, como parece ser a prioridade, sejam para educação de base.

Já pela dimensão internacional, as relações bilaterais possuem um peso significativo nas possibilidades de acesso de cada país ao sistema educacional norte-americano. Nesse sentido, as relações entre a atual administração no Brasil e o governo Biden são o eixo estrutural de influência na costura de acordos entre ambos os países. A necessária redefinição de uma parceria estratégica entre Brasil e EUA, baseada no pragmatismo e na convergência de interesses, figura como um horizonte a ser observado para os estudantes brasileiros no exterior.

Combinando a dimensão interna e a internacional, mediante o controle das câmaras baixa e alta do legislativo norte-americano, assim como uma redefinição da relação bilateral entre EUA e Brasil, o ambiente institucional passa a permitir a implementação de projetos de interesse mútuo.

Entretanto, os primeiros dois anos do governo Biden, que encerram com as eleições legislativas de meio de mandato, estão estranguladas pelo binômio criado pela Pandemia: baixar a taxa de mortalidade versus retomar o funcionamento virtuoso da economia. Caso Biden estabeleça uma fórmula de retomada da atividade econômica, vinculada a estimular o ingresso às universidades, seja para estudantes nacionais ou internacionais, pode-se projetar programas de incentivo sendo criados no curto prazo. De fato, grande parte do eleitorado democrata é formado por imigrantes latinos, os quais depositaram os votos em um representante moderado, tolerante as comunidades de imigrantes, e potencialmente sensível as demandas desse eleitor. Entre essas, mais facilidade de acesso ao ensino superior público e privado, figura como uma das prioridades das comunidades de imigrantes.

Em síntese, Joe Biden depende do desenho de forças do legislativo, das tratativas entre Brasil e EUA no âmbito diplomático e da força da comunidade latina para um potencial direcionamento de programas de acesso mais generosos ao ensino superior norte-americano.

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