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Gestantes em tempos de coronavírus: o que fazer e como se prevenir

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O número de mulheres grávidas infectadas pelo coronavírus tem aumentado consideravelmente nos últimos meses. Segundo a dra. Flavia Vale, coordenadora da maternidade do Hospital Icaraí, já foi registrado um aumento de 50% no número de internações de gestantes, quando comparado a 2020.

“Acredito que isso se deve em grande parte ao relaxamento das medidas de segurança. No início da pandemia praticamente não víamos grávidas infectadas. Elas estavam temerosas em relação aos efeitos do COVID na gestação e seguiam à risca as recomendações. Chá de bebê, chá revelação, visitas o recém-nascido, etc, enfim, todos os eventos haviam sido suspensos.  À medida que o tempo foi passando, não sei se por exaustão das restrições ou se por autoconfiança, as gravidinhas estão se expondo mais. E o resultado disso é o crescente número de grávidas infectadas pelo coronavírus e consequentemente um maior número de grávidas necessitando de hospitalização e até internação em unidades de terapia intensiva em decorrência dos sintomas respiratórios até pela sobrecarga que o corpo sofre durante a gravidez” explica a dra. Flavia.

Os vírus respiratórios são especialmente perigosos para mulheres grávidas. Pesquisas mostram que gestantes com COVID-19 correm maior risco de hospitalização e doenças graves do que mulheres da mesma idade que não estão grávidas.

“Não é surpresa que os vírus respiratórios representem uma ameaça para as gestantes, cujos pulmões já trabalham mais do que o normal. À medida que o útero cresce, ele empurra o diafragma, reduzindo a capacidade pulmonar e sobrecarregando o suprimento de oxigênio dividido entre a mãe e o feto. Além disso, a gravidez desacelera o sistema imunológico para não prejudicar o bebê. Isso torna as mulheres mais suscetíveis a complicações de infecções. Considere a gripe: as mulheres grávidas que a contraem correm maior risco de hospitalização em comparação com as mulheres que não estão grávidas. Mulheres grávidas que contraíram a gripe H1N1 durante a pandemia de 2009–10 correram maior risco de parto prematuro e natimorto”, esclarece Flavia.

Se existe uma boa notícia em meio a isso tudo é que os bebês geralmente são poupados de infecções respiratórias graves e raramente ficam doentes. Até o momento, não houve descrição de malformações fetais, assim como não houveram relatos de anomalias congênitas.

Vacinação no calendário da gestante

Seguindo as normas estabelecidas, as mulheres grávidas não entraram nos estudos sobre as vacinas, portanto, não há evidências suficientes para recomendar o uso rotineiro de vacinas COVID-19 para mulheres grávidas ou amamentando.

Uma vacinação que é muito importante também durante a gestação é a vacina contra gripe. A influenza sazonal traz um risco, elas têm muitas complicações com ela. E mesmo na pandemia, a vacinação deve ser uma prioridade nesse momento. As vacinas inativadas são as que estão recomendadas no calendário da gestante: hepatite B, influenza (gripe), dupla tipo adulto (difteria e tétano) e tríplice acelular do adulto (difteria, tétano e coqueluche).

Uma startup carioca trouxe como solução para um público que ainda está temoroso de se expor aos perigos da patologia um serviço até então inédito no país, um marketplace de vacinas em domicílio usado através do aplicativo Vacine.me. Desenvolvido no Brasil, a ferramenta disponibiliza inúmeros tipos, marcas e preços de vacinas, inclusive testes de Covid-19 e futuramente a(s) vacina(s) para a mesma. As gestantes podem comparar e agendar a aplicação com a clínica que melhor atender seus critérios de decisão, seja ele preço ou marca (os mais comuns), com total segurança e sem taxas no conforto de casa. O app oferece também imunização para bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos e pode-se encontrar todas as vacinas existentes.

A FIGO (Federação internacional de Ginecologia e Obstetrícia), portanto, considera que não há riscos – reais ou teóricos – que superem os potenciais benefícios da vacinação para mulheres grávidas.  Eles apoiam a oferta de vacinação COVID-19 para mulheres grávidas e lactantes e lhe dão a opção de escolha após serem devidamente informadas sobre o aumento do risco de hospitalização, mortalidade, parto prematuro relacionados a COVID-19. Sendo assim, tudo isso deve ser levado em consideração na decisão.

Portanto, para a dra. Flavia, as grávidas devem continuar seguindo as recomendações para evitar a exposição ao vírus, principalmente no terceiro trimestre da gestação onde há maior risco de complicações: evitar aglomerações, festas, encontros; distanciamento físico de dois metros; uso de máscaras; evitar ambientes fechados, espaços lotados e aglomerados ao ar livre; lavar ou higienizar as mãos com frequência; desinfetar as superfícies tocadas com frequência; evitar o contato próximo com indivíduos doentes.

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