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Alzheimer: conheça os sinais de alerta

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O comprometimento da memória recente acende o sinal de alerta sobre a Doença de Alzheimer. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é de que há 35,6 milhões de pessoas com Alzheimer no mundo. O número deve dobrar até 2030 e triplicar até 2050. O Ministério da Saúde estima 1,2 milhão de casos no Brasil, sendo que a maioria não foi diagnosticada.

A doença não tem cura, mas a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) reforça que o diagnóstico na fase inicial permite retardar o avanço e dá maior controle sobre os sintomas. Por ser um quadro crônico, pacientes e familiares podem recorrer a grupos de apoio, como o do Hospital Rios D’Or, onde são acolhidos e orientados por diferentes especialistas.

As fases e sintomas do Alzheimer

Segundo o Ministério da Saúde e a Abraz, o Alzheimer tem quatro estágios. A divisão é didática, já que sintomas de fases distintas podem ocorrer de forma simultânea, dependendo da velocidade do desenvolvimento da doença em cada paciente.

A forma inicial é marcada por alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais. A fase seguinte é a forma moderada, quando o paciente apresenta agitação e insônia, dificuldade para falar, coordenar movimentos e realizar tarefas simples.

A forma grave é o terceiro estágio, quando a pessoa resiste à execução de tarefas diárias, pode ter incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer e deficiência motora progressiva. O quarto estágio é o terminal, com o paciente restrito ao leito e falando pouco. Pode haver queixas de dor à deglutição e infecções intercorrentes.

Além destes sintomas, depressão, ansiedade e apatia podem ocorrer junto com Alzheimer. O Ministério da Saúde aponta que a sobrevida média dos pacientes oscila entre 8 e 10 anos, a partir do diagnóstico.

Diagnóstico e tratamento do Alzheimer

A Abraz destaca que o estágio inicial raramente é percebido, por ser encarado pelas pessoas próximas como algo normal no processo do envelhecimento. Por isso, é importante o monitoramento nas consultas regulares com o médico ou o geriatra. Em caso de sinais de alerta – como a perda recorrente da memória recente -, a orientação é procurar o médico neurologista.

A Associação aponta que a idade é o principal fator de risco para o desenvolvimento do Alzheimer. Após os 65 anos, o risco dobra a cada cinco anos. As mulheres parecem ser mais vulneráveis, possivelmente por viverem mais que os homens. A doença não é considerada hereditária, mas familiares de uma pessoa diagnosticada têm mais risco de desenvolvê-la e também de apresentar sintomas precocemente, antes dos 65 anos.

Também em relação ao Alzheimer, hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo são considerados fatores de risco. As formas indicadas para prevenção são adotar estilo de vida com alimentação saudável e prática de exercícios, além de estudar, ler, pensar e manter a mente sempre ativa.

Exames clínicos, neurológicos, psiquiátricos, rastreamento neuropsicológico, de sangue e de imagem, com tomografia do cérebro e ressonância magnética do cérebro ajudam a compor o diagnóstico.  

Centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) disponibilizam tratamento multidisciplinar integral e gratuito para pacientes com Alzheimer. Os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas da saúde pública determinam a distribuição de medicamentos indicados para retardar a evolução dos sintomas e os distúrbios da doença.

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia destaca que as universidades têm investido em pesquisas sobre causas, tratamentos e aperfeiçoamento dos métodos de diagnóstico para detectar a doença cada vez mais cedo.

Cuidar do paciente e dos familiares

Com o avanço do Alzheimer, o paciente se torna cada vez mais dependente, necessitando de cuidados em tempo integral. A psicóloga do grupo de apoio do Hospital Rios D’Or, Mariana Guedes, avalia o impacto do diagnóstico de uma doença complexa como o Alzheimer em uma família.

“A gente tende a ver aqui no grupo que normalmente esse cuidado fica restrito a uma pessoa da família, que acaba gerando uma sobrecarga. Há uma ambivalência: o amor, a paciência, o cuidado e, ao mesmo tempo, a exaustão. Acho que o principal para esses familiares é a busca de informações, de orientações sobre como lidar, de uma rede de apoio que pode ser formada por familiares, vizinhos ou grupos como o nosso em que acontece muitas trocas de informações e de experiência”, orienta.

Mariana Guedes lembra que os cuidadores não podem se negligenciar, para também não adoecerem. “O principal é estarem atentos à saúde física e emocional. Essa exaustão é grande, muitas vezes emocional e acaba repercutindo na parte física, em uma depressão e em sintomas de ansiedade”, afirma a psicóloga.

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