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Business Economia

Economia do pós-guerra

Por Abel Fiorot Loureiro, consultor financeiro, professor e escritor. Mestre em Economia e Finanças, escreve direto dos EUA, onde mora. Instagram: @abel.fiorot.usa
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No momento que escrevo este artigo a Rússia continua a sua ofensiva de ataques e invasão à Ucrânia. Não sei até onde este conflito pode chegar, em termos de vítimas e sofrimento, que são irreparáveis. Além disso, o conflito também irá gerar inúmeros impactos na economia mundial.

É difícil prever todos os impactos, mas se analisarmos o aumento dos preços da energia (gás e petróleo) e as rápidas mudanças nas decisões comerciais já podemos ter um panorama do que estar por vir e como afetará a economia como um todo.

Alguns especialistas projetam uma mudança de jogo na economia global, com possíveis efeitos na globalização dos mercados. Estamos a um ponto da ruptura do atual sistema econômico e ainda não sabemos como será o mundo e a economia do pós-guerra, podendo significar o fim de uma era e o início de outra, levando em consideração o sistema econômico vigente desde o fim da Guerra Fria.

Uma coisa é certa, as consequências a longo prazo da guerra podem ser bem profundas. Mesmo antes da invasão, tivemos anos de deterioração das relações entre os EUA e a China, além de fracassadas negociações comerciais globais que paralisaram a integração mais estreita dos fluxos financeiros e comerciais entre os países do mundo.

Juntos, Rússia e Ucrânia respondem por 3% do PIB global, segundo dados do JPMorgan Chase. Mesmo assim, as consequências dos combates na Ucrânia afetarão significativamente a recuperação econômica global este ano, com o maior impacto na Europa. O aumento nos preços do petróleo, que já chegou a ser cotado acima de US$ 120 por barril, e novas interrupções na cadeia de suprimentos – incluindo novos problemas para a indústria automobilística – também devem agravar a inflação nos EUA, que já atingiu a máxima de 40 anos.

Foto: Pexels/Kris Møklebust

A economia mundial, que ainda não se recuperou totalmente do choque da pandemia, deixou dois pontos-chaves de vulnerabilidade: inflação alta e mercados financeiros nervosos. Com a guerra o cenário piora e se projeta também baixo crescimento da economia mundial.

Outro movimento que pode ser acentuado é uma “nacionalização” extremada dos países, diminuindo os efeitos da globalização, que será diferente. Os Estados Unidos, por exemplo, já vem limitando o fluxo de produtos de alta tecnologia para a China, além de estarem aumentando as tarifas sobre as importações chinesas.

O presidente Biden, em seu discurso no State of Union, sinalizou uma forte iniciativa no “made in America”, de forma a estimular a fabricação doméstica nos Estados Unidos. Do outro lado, a China está intensificando seus esforços para se tornar autossuficiente na produção de bens como semicondutores para evitar a dependência externa na área de tecnologia. Governos, corporações e investidores estão se ajustando a uma nova realidade.

O saldo final do estrago e o valor da fatura desta guerra é díficil de calcular no momento, uma vez que dependerá de quanto tempo o conflito irá durar.

Definitivamente, o melhor resultado econômico para o mundo será a paz. Que os líderes mundiais tenham consciência e sabedoria para alcançar este resultado desejado.

Como sempre digo: Vamos em Frente!

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