Nilson Lattari

Crônica da semana: O IGNORANTE E O SÁBIO

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Por Nilson Lattari

Não sei se o melhor título seria este. Não se trata de confrontar o sábio e o ignorante, assunto por demais debatido. São clichês. No entanto, acompanhamos em nossa sociedade uma verdadeira enxurrada de ignorância. No sentido não da burrice, mas de ignorar fatos e tentar construir realidades que não existem. Somente existem nas cabeças dos preguiçosos e daqueles que têm medo do outro, no sentido que possa desarticular suas visões particulares de mundo..

Esse outro seria aquele que lê e procura as informações dentro dos canais, reconhecidamente factíveis, baseadas em fatos.

Vocês notaram que a primeira atitude do ignorante é atacar os mais doutos, os mais estudiosos, as universidades, os cientistas renomados e dedicados? Até mesmo pares desses doutores são detentores de títulos honoríficos, mas são certificados vazios, meros títulos, onde o conteúdo foi preenchido por preconceitos e ignorância. E uma das suas características é mostrar uma erudição da qual não fazem a menor ideia. São presunçosos e invejosos, e no fundo apenas preguiçosos.

Não observamos, mas isso vem desde os tempos de colégio, onde os mais dotados e dedicados eram qualificados como CDFs, sofriam bullyings, assédios, apupos e eram ridicularizados. Não por todos, é claro, mas por um grupo desafeto do saber.

A ignorância mostra seu temor desde os tenros tempos da juventude. Foi e é a única maneira de mostrar alguma superioridade pelo lado físico e intimidatório como a tentativa de calar o outro.

A característica do sábio vem desde o princípio, quando se calava porque era ameaçado e depois se cala porque não vê nenhum sentido em alimentar uma conversa que a ele nada acrescentará. É como dar pérolas aos porcos.

Assim como a superioridade em idos tempos era exercida pela força física e pelo silêncio impostos, adultos esses se transformam em ditadores e produtores de mentiras para alimentar sua própria realidade.

Isso acontece no mundo todo. É mais fácil para o ignorante transformar o mundo em uma ilha da fantasia do que enfrentar a realidade, e tentar superar seus próprios defeitos.

O ignorante admira e tem medo daquele que tenta se ajustar ao mundo, absorvendo todo o conhecimento possível, e mudando sua forma de pensar o mundo, à medida que as realidades são transformadas. Por mais que o ignorante grite ele não consegue interromper o silêncio do outro. Um silêncio é mais constrangedor do que uma admoestação pública.

Ao sábio resta rir por dentro e colocar palavras, como um jogo de xadrez, que brincam com as peças antes do xeque-mate. Lutar contra a ignorância é uma luta árdua porque a quantidade do inimigo intimida.

O ignorante tenta se mostrar sábio o suficiente para intimidar o sábio que o ignora, porque já é um derrotado antes mesmo de a batalha começar. 

Foto de Cliff Johnson na Unsplash

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