O ator, modelo e empresário Carlos Casagrande vive na ponte aérea EUA-Brasil
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Carlos Casagrande: “Miami não para de me surpreender”

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O ator, modelo e empresário Carlos Casagrande é figura bastante conhecida no Brasil e em Miami. Além de trabalhar como ator em novelas da Rede Globo e de ter o seu rosto estampado em diversas capas e editoriais de revistas e comerciais, Casagrande também está cada vez mais próximo da comunidade brasileira da Flórida. Vivendo em Miami com os dois filhos e a esposa, a realtor Marcelly Anselmè, ele vive na ponte aérea EUA-Brasil pelos compromissos profissionais. A Acontece Magazine entrevista Casagrande, que fala sobre carreira, projetos e a paixão pela nova vida em Miami. Confira.

Casagrande, por que você escolheu a Flórida para viver?
Vários motivos! Alguns motivos importantes e outros muito simples, mas que transformaram o meu dia-a-dia em algo mais tranquilo e feliz. Por exemplo, por causa do maravilhoso sentimento de segurança que meus filhos têm de ir para a escola a pé, sozinhos! De bike ou de patinete, pela beleza das praias, das ilhas ao redor, pela tranquilidade de andar com os vidros abertos do carro, pela possibilidade de morar numa casa sem muros com porta pra rua sem medo, pela incrível limpeza das ruas, avenidas, pontes, pelas várias paisagens que contemplo todo dia no ir e vir a compromissos, pelo clima maravilhoso, pela possibilidade de comprar um carro por bem menos da metade que eu pagaria no Brasil, pela confiabilidade e facilidade de encontrar alimentos orgânicos, peixes selvagens e até salmon verdadeiro, pela segurança de andar de madrugada nas ruas sem precisar esconder o relógio no bolso, pelas oportunidades de negócios que surgem a todo momento, por causa das leis rígidas americanas que incentivam uma real postura de civilidade, por causa do ar puro que sopra sem cessar, pela variedade absurda de produtos diversos que existem a um simples clique e que posso comprar pagando apenas 7% de imposto e ainda com a possibilidade de devolução de qualquer produto por qualquer motivo! Aqui temos restaurantes maravilhosos, locais únicos com boa música, points exclusivos, ufa!… Tem muitos outros motivos mas paro por aqui para não deixar a entrevista sem fim… (risos)

Como está a sua carreira de ator nessa nova vida em Miami?
A Globo pode me chamar a qualquer momento para gravar, e quando isso acontecer vou sozinho para o Brasil. Vou preferir ficar alguns meses gravando uma novela longe da família, com saudades, mas com um sentimento de tranquilidade devido à segurança e à qualidade de vida que Miami proporciona para minha família.

Como foi a adaptação de vocês a uma nova cultura e cidade?
Muito rápida, não existe dificuldade em se adaptar ao que é bom, não é? Temos muitos amigos brasileiros que não nos deixam esquecer nem nos distanciar da nossa cultura. Meus filhos me surpreenderam, não têm vontade de voltar ao Brasil, é até compreensível porque nossos parentes e amigos já veem nos visitar em Miami todo ano, pois aqui é uma cidade onde os brasileiros adoram passear, então eles dizem: “Vamos fazer o que lá em São Paulo se todos vêm nos visitar aqui?” Realmente, as crianças não têm como não gostar daqui, voltam sozinhos da escola conversando com amigos, vão ao parque público que é praticamente um clube (e temos 3 parques bem perto), andam de bike pelas ruas sem medo. Enfim, eles têm hoje uma vida que eu tive há 40 anos na cidade do interior de São Paulo, onde eu nasci. E eu e a Marcelly já estamos com vários projetos em andamento. É incrível, eu não imaginava, mas Miami não para de me surpreender.

Como você é como pai? Como é o seu dia a dia com as crianças?
Sou do tipo pai babão (risos). Gostamos de viajar juntos, sempre levo meus filhos, já viajamos sozinhos em casal mas a experiência não foi boa, sempre dizíamos: “Olha que lugar lindo, os meninos iriam adorar se estivessem aqui!” Somos uma família muito unida, conversamos muito e as crianças gostam, se tornam cada vez mais responsáveis e se sentem respeitados quando ouvimos seus argumentos e sugestões para tudo. Levanto cedo todos os dias e ajudo os meninos a se arrumarem para a escola, sinto prazer em acompanhá-los, mas eles gostam de voltar sozinhos, se sentem responsáveis, mas mesmo assim, como um bom brasileiro preocupado, peço para que liguem quando saem da escola, mesmo sabendo que na entrada e saída, os 3 quarteirões ao redor são monitorados por policiais e assistentes de trânsito. Cobro as lições da escola e ajudo quando precisam, brinco com eles como se eu fosse criança, mas exijo respeito quando é necessário. Não existe regra para educar um filho, mas acho muito importante dar o “exemplo”, é o ensinamento mais importante na minha opinião. Silencioso, mas eficiente.

O que você mais gosta de fazer quando está com a sua família?
Viajar! Assistir a séries de TV, ir ao cinema, à praia, passear de bike, descobrir novos restaurantes (e repetir alguns), passear de barco e desvendar as inúmeras ilhas ao redor de Miami ou simplesmente estar em casa, cada um nos seus afazeres, mas sabendo que estão todos ali, ao lado.

O que te inspira?
Gosto de desenhar. Quando estou desenhando, parece que o mundo para. Jogo tênis e gamão. Gosto de praticar yoga e sou reikiano.

Após algum tempo fora das novelas, você atuou em “I Love Paraisópolis”, da Rede Globo, em 2016. Sente falta de atuar?
Sim, sinto falta, mas infelizmente no meio artístico temos que nos adaptar. Já participei de novelas seguidamente, mas também já fiquei anos longe. Esta profissão é um ciclo: é frágil, insegura, intermitente, mas quando estou trabalhando é uma delicia, é vibrante, apaixonante e cada minuto atuando vale uma vida.

Você já trabalhou em vários países como modelo. Como está a sua carreira de modelo atualmente?
Miami não é a cidade ideal para modelos. O trabalho é escasso. Mas de qualquer forma depois que comecei a trabalhar como ator, o trabalho de modelo mudou de forma. Hoje continuo participando de campanhas publicitárias, desfiles e apresento muitos eventos como mestre de cerimônias, mas sou convidado — os clientes pedem orçamento para minha empresária, ao contrário do modelo tradicional, que precisa se deslocar e fazer testes para cada job. E quando confirmo trabalhos, eles são quase todos no Brasil, por isso SP-Miami se tornou uma ponte aérea mensal para mim.

Como foi para você interpretar Jesus Cristo no tradicional evento A Paixão de Cristo, em Roraima?
Foi maravilhoso! Atuar em encenações desse porte é sempre especial. Este foi recorde de público dos últimos anos. Aproximadamente 20 mil pessoas assistiram. Já participei de outras encenações como Jesus em São Paulo, Cuiabá, Teresina, e como Pilatos em Nova Jerusalém, que também é espetacular! Lá são 5 dias de espetáculo, sendo que o público chega a 15 mil pessoas por dia, num cenário impressionante e com um figurino muito realista. A produção toda é de impressionar mesmo. E também participei duas vezes do maior espetáculo em praia do mundo (está no “Guinness Book”) na praia de São Vicente, em Santos. O último que participei foi encenado como musical, que também é muito bonito.

Por Connie Rocha – Fotos: Fabiano Silva / Beleza: Deborah Sabella para StudioD

O ator com a esposa Marcelly Anselmè e os filhos Luca e Theo

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