Faça aos outros o que você quer que façam a você. Crédito: Pixabay
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A influência da religião na sociedade

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A religião sempre esteve ligada ao ser humano, podemos dizer que está praticamente inerente ao mesmo. É criação humana, surge como primeira tentativa de explicar o mundo. O homem, ao se deparar com o mundo, se indaga sobre a sua existência, a partir do despertar e construção da sua consciência e, desta forma ao se confrontar com o mistério do mundo, encontra neste, uma sacralidade. Seu relacionamento com a natureza é direto, é sua fonte imediata de sobrevivência e de perigo. A própria vida e morte são grande mistério, então, o homem primitivo passa a ressignificar o processo da vida através das perspectivas religiosas, e é isto que lhe dá sentido e direção.

Basicamente, todas as grandes civilizações se estruturaram ao redor de sofisticados elementos religiosos. A civilização egípcia, por exemplo, tinha toda a vida social, econômica, cultural e arquitetônica moldada pela religião. Podemos dizer que a engenharia e arquitetura do antigo Egito foram desenvolvidas em decorrência da religião, que se torna um elemento agregador e solidificador da sociedade. Bernardi e Castilho, no texto, A Religiosidade como Elemento do Desenvolvimento Humano, afirmam que, “o desenvolvimento local é um processo que envolve as mais diferentes dimensões do ser humano e da sociedade onde ele está inserido. Essas dimensões podem ser: sociais, econômicas, culturais, artísticas, religiosas etc.”

Assim foi com várias outras civilizações que tiveram seu início e desenvolvimento impulsionado pelo elemento religioso. Os Hebreus se agregam ao redor da construção do relacionamento com Deus, agregam sentido à sua história, a partir da ressignificação do seu passado, e assim constroem seu futuro. Seu sistema de leis, o esforço de engenharia e de arquitetura para construção do templo, tudo impulsionado pela sua concepção religiosa. E mais que isto, o sistema agregador da religião permitiu ao Judeu sobreviver como povo mesmo nos extensos momentos em que ele não tinha uma pátria, mesmo quando sofreu uma perseguição que buscava eliminá-los.

Na fundação do cristianismo, o mundo sofre um impacto bastante significativo, passando no decorrer da história a ser uma religião mundial. É através dele que temos a valorização do indivíduo, iniciando-se a construção do conceito de dignidade humana. Com a queda do império romano, é por meio do cristianismo que se mantêm os principais pilares da civilização ocidental, seja material ou intelectualmente. No período da Idade Média, os mosteiros são fontes do reservatório cultural e intelectual da sociedade, e é por meio da teologia que surgem os primeiros centros acadêmicos que virão a tornar-se as universidades na Europa.

Os primeiros centros de assistência social para enfermos, nascem da caridade cristã, ou seja, hospitais para aqueles que não poderiam pagar pela assistência médica, talvez o SUS seja uma ideia que nasce do conceito de caridade que está presente nas religiões. As principais concepções éticas nascem dos preceitos religiosos, de forma geral podemos afirmar que a grande maioria das religiões possui um código de ética que fundamentalmente valoriza o respeito ao próximo, conforme podemos perceber no alinhamento das declarações de grandes líderes e livros religiosos. Jesus: “Faça aos outros o que você quer que façam a você; Rabi Hillel: “Não faça ao seu vizinho o que você odeia”; Confúcio: “Não faça aos outros o que você não quer que façam com você”; Alcorão: “Não trate seu irmão de uma maneira que você mesmo não queira ser tratado; Mahabarta: “Não faça ao outro o que você não gostaria que fizessem a você, esta é a parte principal da lei”.

Por mais que se apregoe o fim das religiões, o mundo moderno é herança dos sistemas religiosos e ainda está impregnado de religiosidade. É preciso reconhecer a dívida que temos com toda a estrutura religiosa que a humanidade construiu. Claro que não podemos esquecer das críticas de Max, Freud e Nietzsche, não se pode negar que durante o decorrer da história os sistemas religiosos capturados pelas estruturas de poder usaram dela para justificar guerras e perseguições, esconder isto seria correr o risco de cometer os mesmos erros. Por isto, devemos compreender que precisamos nos atentar para o uso que o poder faz da religião. É inegável a grande contribuição para o desenvolvimento humano, a partir disto, compreendemos que as religiões podem ser um significativo movimento em busca da harmonia, paz, progresso e dignidade humana.

Sobre o autor: Roberto Rohregger é teólogo e mestre em Bioética. Professor da área de Humanidades do curso de Teologia do Centro Universitário Internacional Uninter, um dos maiores grupos do segmento educacional e uma das únicas instituições de educação a distância do Brasil credenciada com nota máxima pelo Ministério da Educação (MEC). Sediado em Curitiba (PR), já formou mais de 550 mil alunos e, hoje, tem mais de 440 mil estudantes ativos. Fora do Brasil, o Centro Universitário Internacional UNINTER oferece mais de 200 cursos de graduação e pós-graduação EAD para brasileiros, com polos de apoio presencial localizados em Atlanta, Boston, Fort Lauderdale, Houston, Miami, Newark, Orlando, Salt Lake City e Washington-DC, nos Estados Unidos; em Lisboa e Porto, Portugal; em Londres, Inglaterra; em Milão, Itália; e em Nagoya e Toyohashi, Japão. 1-833-605-1255 | uninteramericas.com

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