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( votes)O que três ritmos musicais tocados no Brasil, em Cuba e nos Estados Unidos têm em comum? Quais os paralelos e as diferenças entre o jongo, a rumba e o blues, passando por questões históricas, culturais, sociais e pela própria prática musical? Essas e outras questões são abordadas no longa “Razões Africanas”, dirigido por Jefferson Mello, que estreia em salas de cinema de 14 estados do país nesta quinta, dia 21 de novembro. Confira o trailer aqui.
O documentário acompanha três personagens que simbolizam cada um dos ritmos: a brasileira Lazir Sinval, a cubana Eva Despaigne e o americano Terry ‘Harmonica’ Bean. Eles falam sobre as origens da música que tocam – e dançam, no caso das mulheres – e também sobre as diferentes culturas de que são representantes. Seus depoimentos são entremeados de muita música, além de imagens do cotidiano de cada um e também de comentários de pesquisadores e especialistas, que balizam as narrativas.
Para contar essa história, no entanto, Jefferson Mello não se limita aos três músicos e sua arte. O documentário leva o espectador à África, mais precisamente a Angola, ao Congo e ao Mali, para mostrar as verdadeiras origens de cada um desses estilos, por meio de ritmos musicais tocados na época do comércio de escravizados e que são tradicionais ainda hoje.
Fotógrafo e cineasta, Mello – que também assina o roteiro da produção – estreou como diretor de documentários em 2014 com “Samba & Jazz”, inspirado em seu livro de fotografias “Os Caminhos do Jazz”, que o levou a 18 países, entre EUA e Japão, para retratar o gênero ao redor do mundo. “Minha trajetória profissional sempre esteve ligada à diáspora africana, em especial na música. Sendo assim, logo depois que finalizei o ‘Samba & Jazz’, comecei a produzir o ‘Razões Africanas’”, explica.
O diretor classifica o novo filme como uma verdadeira superprodução documental, rodada em seis países. “Entre pesquisa, desenvolver o roteiro e filmagens, foram muitas idas e vindas em cada um dos seis países que aparecem no filme. Por conta disso, contamos com equipes locais com produtores, cinegrafistas, guias e tradutores, tudo para conseguir mostrar cada cultura com a maior riqueza de detalhes.”
Entre 2023 e 2024, “Razões Africanas” foi selecionado para mais de dez festivais de cinema internacionais, como a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o Festival de Cinema de Havana e o Festival Pan-Africano de Cinema e Artes em Los Angeles. Foi o vencedor do prêmio de Melhor Documentário Especial pelo Júri no Festival Cinema on the Bayou, em Louisiana (EUA), e ainda de Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema Africano da Argentina. Nos dias 1 e 2 de novembro, também teve sessões especiais em Angola.
“Razões Africanas” é uma produção da Tremè Produções, em coprodução com a Carmela Conteúdos, e conta com patrocínio do Instituto Cultural Vale e da A&M Álvares Marsal. Será distribuído em 14 estados brasileiros também pela Tremè Produções.
Sinopse
O documentário “Razões Africanas” explora a influência da diáspora africana na formação de três importantes ritmos musicais: blues, rumba e jongo. O filme segue a jornada de três personagens em seis países, revelando as origens africanas comuns a esses estilos musicais que se espalharam pelo mundo. O diretor, Jefferson Mello, destaca a importância da reparação histórica e do diálogo intercultural, valorizando tradições e culturas. A narrativa começa em Angola e percorre o caminho dos congoleses, abrangendo Brasil, EUA, Cuba, Congo e Mali, oferecendo um retrato profundo e íntimo desses gêneros musicais e sua identidade cultural.
Sobre o diretor Jefferson Mello
Jefferson Mello, brasileiro e cidadão do mundo, fotógrafo de moda e publicidade, diretor de fotografia, empreendedor e documentarista com uma trajetória especializada na diáspora. Dedicou duas décadas capturando a essência do samba e do jazz no Brasil e em Nova Orleans. Com uma jornada que abrange 12 países, explorou as raízes do jazz, percorreu o sul dos Estados Unidos e criou um livro de fotografias sobre o universo do jazz de nome “os caminhos do jazz”. Além de suas contribuições visuais, dirigiu o documentário “Samba & Jazz”, refletindo seu compromisso com a representação da música afro e da ancestralidade africana nos ritmos musicais. Atualmente está filmando um novo filme sobre o racismo no futebol com uma abordagem global sobre o tema e que contará também a história dos camisas negras. Seus projetos cinematográficos transcendem fronteiras, impactando países e continentes.
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