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“Vivo 24 horas de arte”

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O artista plástico e arquiteto carioca Kakati de Paiva vive e trabalha no Rio de Janeiro e desde 1981 (quando realizou sua primeira exposição individual) vem divulgando a sua arte em exposições no Brasil e em cidades do mundo, inclusive em Miami, onde realiza a  exposição Lights and Layers, neste mês de julho no Art & Design Gallery. A Acontece Magazine conversou com o artista para saber mais sobre o seu trabalho. Confira.

Kakati, quando você se descobriu um artista?
Kakati de Paiva: Essa coisa da arte, acho que sempre esteve presente em mim. De alguma forma, situações sempre sinalizaram caminhos. Manifestações sempre apontavam para respostas onde os desdobramentos combinavam com espontaneidade, com aquele detalhe de criatividade, com um olhar diferenciado e que me levavam a ter interesse de uma representação própria. Claro que a minha facilidade com o desenho e as cores me empurraram para esse mundo de forma bem natural. Mas comecei a perceber uma necessidade de desenvolver uma poética de trabalho onde pudesse representá-las agregando um significado. Pela formação que tenho de arquiteto, tive certeza dessa transição, e na época vivenciei tudo isso na Escola de Artes Visuais RJ, que frequento até hoje.

Onde você busca inspiração para cada nova criação?
Acredito mais em motivação. Sou um artista apaixonado pelo que faço, de alguma forma vivo 24 horas de arte. Isso não quer dizer que todo dia acordo com vontade de pintar, mas penso em disciplina. Acredito que o hábito de estar sempre fazendo arte, ou melhor, compactuando com ela, acaba me levando para dentro de seus estudos, de suas pesquisas, a novos processos construtivos, que levam em um percurso inevitavelmente a surpresas, ao desconhecido, e é exatamente essa saída de sua zona de conforto, que te confronta, que te faz se mexer, que chamamos de nova criação.

Qual o conceito da sua arte?
Quando um artista apresenta seu trabalho, na verdade, ele quase que apresenta uma trajetória atrelada a conceitos que farão parte de uma proposta final. Por 10 anos pintei o figurativo, porém houve quase que naturalmente um rompimento com essa retratação, a forma de representação foi mudando, quando acordei tinha virado um artista abstrato. Quando falamos em abstrato, estamos falando simplesmente de espaço e cor e que pode ser informal ou geométrico. Hoje, minha pintura permeia momentos sempre ligados a limites, espaços que dialogam entre si e que de alguma forma disputam em conflitos a temporalidade, o ritmo e descanso de suas ligações, porém os trabalhos atuais deram um salto para o tridimensional.

Quais seus projetos e exposições para este segundo semestre de 2016?
Em relação às exposições, no início do ano participei de uma exposição coletiva no Brasil. Neste mês, até o dia 14 de julho, estarei expondo no Art & Design Gallery (8690 Biscayne Blvd), da galerista Marília Cavalcanti, em Miami, e terei uma outra exposição em outubro, em Paris. Estou muito animado com essa exposição na A&D Gallery, pois estou mandando quase 15 trabalhos inéditos que traduzem bem o meu momento de vida. Está muito interessante o comportamento geral dos trabalhos e a relação formada entre eles. Acho que conseguiremos um belo retorno do público com relação a resposta e percepção a ser gerada.

Você já realizou exposições em vários países. Existe alguma obra ou exposição que marcou mais a sua carreira?
Sem dúvida várias exposições marcaram e, claro, algumas te afagam de forma diferenciada, pelo local, pelo momento, pela receptividade, enfim poderia citar duas que de alguma forma fizeram daquele momento algo de muito especial. A primeira foi em 2012. “As Novas Aquisições de Gilberto Chateaubriand”, no MAM-RJ, pela importância na época de estar participando e tendo um trabalho meu no acervo de um importante museu. E a outra foi no final do ano passado no “Centre Cultural Colite des Billets”, um centro cultural luterano em Paris, uma construção do século XII, um verdadeiro espetáculo, numa travessa da Rivoli (perto do Louvre).

Que lugares de Miami te inspiram?
Miami traduz um pouco de calma, racionalidade, de tempero, me sinto bem quando estou por aqui, me dá vontade de produzir e isso é bom. Lugares que sempre acabo conferindo são habituais aos meus interesses: visita ao MoCA, MDC Museum, Wynwood, Design District e, para fechar com chave de ouro, o restaurante italiano Spiga que é um verdadeiro espetáculo. Nada como sacramentar um dia com o espaguete aos frutos do mar de lá… É uma obra de arte!

Que artistas plásticos você admira no Brasil e nos EUA?
Hoje em dia todos nós buscamos referências em outros artistas e quando falo dos meus trabalhos, nas minhas pesquisas, não posso deixar de citar os “Expressionistas Abstratos Americanos”, do meio do século passado, como Mark Rothko, Barnett Newman, Sean Scully e mais 300… E reverenciando os nossos, desde Eduardo Sued, Tomie Ohtake até o queridíssimo José Maria Dias da Cruz, artista de 84 anos e um dos maiores conhecedores de cor existente nesse país. Ele foi meu professor e de artistas como Beatriz Milhazes e Gonçalo Ivo. Gosto também de uma garotada mais nova, bem contemporânea, como a Bet Jobim.

Por Connie Rocha

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