Sunny Isles é uma das cidades onde os brasileiros mais compram imóveis
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Setor imobiliário vai alavancar a economia de Miami em 2020 e brasileiros já estão atentos

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Por Ruth Oliveira Arias

Os brasileiros lideraram o ranking de compras de imóveis na cidade em 2018, ficando à frente, pela primeira vez, da Colômbia, Venezuela e Argentina. Em 2019, eles estiveram entre os quatro maiores compradores.

Pelo menos dez famílias brasileiras já compraram apartamentos no luxuoso Turnberry Ocean Club, em Sunny Isles, Miami. O prédio, previsto para ser lançado este ano, tem 154 apartamentos com arquitetura em paredes de vidro e preços que vão de US$ 4 milhões a US$ 35 milhões. Possui ainda uma infraestrutura de resort/club, acesso a um aeroporto particular do grupo Turnberry e outras excentricidades.
Jim Cohen, presidente do Fontainebleau Residential Development, grupo responsável pelo prédio de luxo, diz que o condomínio significa “uma nova e inédita experiência de conforto para os moradores”.
No edifício Three Hundred Collins, de alto padrão, 25% dos compradores internacionais são brasileiros. No The Ritz Carlton Residences, outro grande empreendimento, o percentual foi de 20% de brasileiros. Os valores dos apartamentos variam de US$ 2 milhões a US$ 25 milhões.

Desde 2018, dois mil milionários brasileiros – com patrimônio acima de um milhão de dólares – se mudaram para o exterior. A maioria veio para os Estados Unidos e estabeleceu moradia na Flórida, de acordo com a Global Wealth Migration.

Abel Fiorot, consultor financeiro, Mestre em Economia, Finanças e morador de Miami, diz que o estado americano é o preferido por causa do clima tropical, da economia estável e, principalmente, pela segurança. “Uma pessoa de alta renda no Brasil tem que andar de carro blindado, tem que ter guarda pessoal. Aqui não. A pessoa anda normalmente na rua”, diz Fiorot.
Esses fatores têm atraído cada vez mais o público verde e amarelo. Hoje, os brasileiros somam cerca de 300 mil residentes na Flórida e são os que mais gastam em imóveis. Segundo a associação de corretores de Miami (Association Miami Realtors), 63% dos compradores de casas de classe média e de alto padrão em 2018 foram estrangeiros, contra 39% de americanos. Desse total de compradores, 12% foram brasileiros.

Os brasileiros se destacam entre os que mais adquiriram novas moradias em Miami em 2018, à frente da Colômbia, Venezuela e Argentina. Em 2019, eles ocuparam o quarto lugar no ranking de compradores. Em 2020, continuam entre os quatro primeiros.

A cobrança de impostos menos rígida da Flórida também está atraindo investidores americanos. O custo de viver no “Sunshine State” é 3,6% menor que a média nacional. O bilionário nova-iorquino Carl Icahn, por exemplo, está deixando Manhattan e se mudando para Miami este ano. Ele está oferecendo US$ 50 mil em benefícios para os funcionários que seguirem seus passos.

Assim como ele, a Flórida já é residência de 52 bilionários e 427 mil milionários que investem parte do seu dinheiro na região, em empreendimentos de grande porte, principalmente em Miami. “A Flórida é a quarta maior economia dos Estados Unidos com um PIB de um trilhão de dólares, atrás de New York, Califórnia e Texas”, explicou Fiorot.

Com tanto capital sendo investido, o resultado não poderia ser outro. Desde o ano passado, a “Magic City” é o mercado de imóveis de luxo de crescimento mais rápido nos Estados Unidos e deve continuar assim em 2020, segundo o relatório anual do Miami Report de 2019.

A consultoria imobiliária Global Knight Frank apontou ainda que Miami está entre as cinco cidades do mundo que mais se desenvolvem no segmento de alto padrão. As demais cidades do ranking são: Madrid, Berlim, Paris e Cape Town.

Para o economista Fiorot, a cidade está colhendo os frutos que plantou. “Miami fez a lição de casa. Se modernizou, investiu em infraestrutura, revitalizou as áreas abandonadas e agora atrai turista, investidores e moradores.”

Esse mercado deve continuar aquecido já que entram na cidade mais latina dos Estados Unidos 900 pessoas por dia. É o segundo maior crescimento populacional do país, depois do Texas. Há 20 anos, desde que o Acontece.com surgiu, a Flórida mantém esse ritmo de crescimento consistente, enquanto New York recebe cada vez menos pessoas. Em 1998, chegavam ao estado da costa leste 580 pessoas/dia, hoje não passam de 130/dia.

Turnberry Ocean Club, em Sunny Isles

O setor imobiliário é um termômetro de uma economia boa e saudável. No Brasil não é diferen-te. O segmento foi um dos poucos que se recuperaram em 2019, com crescimento de 2%. Ficou acima do PIB do país, que tinha previsão de encerrar o ano com apenas 1% de expansão. Foi a primeira vez que isso aconteceu em seis anos.
O setor foi também responsável pela criação de 10% dos postos de trabalho no ano passado. Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apontam que só a construção civil gerou 117 mil novas vagas.

Outro fator que possibilitou o crescimento foi a taxa básica de juros (Selic), que ficou no menor patamar histórico: 4,5% ao ano. Isso reduziu o custo de crédito permitindo que milhares de pessoas tivessem acesso ao financiamento.

Com esse cenário, os fundos imobiliários, que são negociados na Bolsa, também cresceram como alternativa de investimento mais atrativo do que a poupança ou a renda fixa. Mais dinheiro no fundo significa mais dinheiro para financiar a construção de novos prédios e para comprar novos créditos imobiliários, o que resulta em mais crescimento econômico para o país.

  Abel Fiorot, consultor financeiro, mestre em Economia e Finanças e morador de Miami

De acordo com a Associação Brasileira da Entidades dos Mercados Financeiros (Anbima), em 2019 os fundos imobiliários tinham R$ 105 bilhões em patrimônio líquido, um recorde.

Aqui dos Estados Unidos, os fundos imobiliários são conhecidos como REITs (Real State Investment Trust). Na Flórida, os REITs são proprietários de 4,5 mil imóveis, com valor estimado em US$ 125 bilhões.
O ano de 2020 está apenas começando, mas os indicadores sinalizam que o setor imobiliário pu-xará a economia no Brasil e continuará forte em Miami.

 

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