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( votes)BINGO será instalado no Sertão Paraibano e vem sendo desenvolvido por cientistas de diversos países
Cientistas do EHT (Event Horizon Telescope), colaboração internacional de radiotelescópios e observatórios localizados em diversos países, conseguiram captar a imagem mais nítida de um buraco negro na Via Láctea, a galáxia onde fica o Sistema Solar e o planeta Terra. Sagitário A* foi o nome dado ao buraco negro por cientistas do EHT e do ESO (Observatório Europeu do Sul), que fizeram o anúncio da “foto”.
“O que vemos é um excelente trabalho, de vários anos de pesquisa e dedicação. Essa observação apresenta diversos desafios técnicos difíceis, já que os buracos negros não emitem luz. Uma foto como essa só é possível de ser feita a partir de milhares de captações em diferentes orientações de movimentação do buraco negro e a mudança dos pontos brilhantes, combinando o poder de diferentes observatórios pelo mundo. A cooperação internacional é fundamental para a ciência”, explica o físico Élcio Abdalla, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP).
Brasil também terá radiotelescópio para observar o céu
E o Brasil, em breve, poderá contribuir mais ativamente com descobertas e observação do céu. Por aqui, está sendo criado o primeiro radiotelescópio, batizado de BINGO (Baryon Acoustic Oscillations from Integrated Neutral Gas Observations), conhecido como Diamante do Sertão.
Isso porque ele será instalado na Serra do Urubu, no município de Aguiar, a 257 km da capital da Paraíba. Poderá se tornar a atração da cidade e das localidades vizinhas e despertar o interesse das pessoas em um assunto que muitos consideram distante da realidade: a astronomia e a cosmologia. O objetivo principal do BINGO é explorar novas possibilidades na observação do universo a partir do céu brasileiro.
“Os radiotelescópios e demais tecnologias de observação vêm avançando muito, e esperam-se vários achados, incluindo-se novos planetas, o que tem sido muito frequente. A observação detalhada dos céus nos permite a verificação detalhada de várias leis da física e da evolução do Universo, incluindo-se uma cosmologia”, explica o cientista.
A proposta do Bingo, que também é fruto de cooperação entre países, é estudar o chamado “setor escuro do Universo”, que estará no foco das descobertas. No sertão, longe da poluição eletromagnética, será possível saber mais sobre estruturas desconhecidas da galáxia, pulsares que ainda precisam de observação e perceber novos sinais do espaço. Abdalla observa que cerca de 95% do conteúdo energético do universo é completamente desconhecido:
“A ciência avança demais com estas descobertas. A Relatividade de Einstein é a que mais obviamente avança, mas a compreensão dos céus, da cosmologia e da estrutura do espaço exterior também. Deveremos, através de outras observações, tirar conclusões sobre matéria e energia escuras. Sabendo-se mais sobre o Universo podemos contemplar mais detalhes da Terra em relação ao Universo”, explica.
Claro que isto ficará para gerações que ainda não nasceram, mas, enfatiza que, “sem um início não chegaremos a este ponto. Parte da ciência produz tecnologia hoje, outra parte, conhecimento hoje e no futuro. E também conhecimento em futuro longínquo. A ciência nos ensina a compartilhar com os outros e com outras gerações que nem ainda nasceram. Também, neste caso, é um ato de amor pela humanidade como um todo”.
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